O vice-presidente do PSD Paulo Rangel considerou esta quarta-feira que o futuro Governo deverá ter capacidade de diálogo com todos os partidos e, questionado se inclui o Chega, defendeu que “no parlamento toda a vida se dialogou com todos”.

Em declarações aos jornalistas após ter participado na apresentação do livro “O Príncipe da Democracia, uma biografia de Francisco Lucas Pires”, em Lisboa, Paulo Rangel considerou que um futuro Governo, perante a atual configuração parlamentar, terá de ter “capacidade de iniciativa e de diálogo”.

Questionado se isso implica diálogo com o Chega, Rangel respondeu: “Todos os governos têm de ter capacidade de diálogo e no parlamento toda a vida se dialogou com todos”.

O vice-presidente do PSD e eurodeputado recuou aos tempos em que foi líder parlamentar da bancada social-democrata, durante a maioria absoluta do primeiro-ministro do PS José Sócrates, para salientar que, nessa altura, teve diálogo “muito intensos com o PCP, com o BE e com o CDS”.

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“Dialogava com todos. Isto não quer dizer que concordasse com eles, que chegasse a acordo com eles, mas obviamente para agendarmos iniciativas, para apreciarmos… Sempre houve esse diálogo”, salientou, acrescentando que mesmo os Governos com uma maioria absoluta dialogam.

Já questionado se está disponível para integrar um futuro Governo da Aliança Democrática (AD), Paulo Rangel recusou responder à pergunta, salientando que já deu a resposta em várias entrevistas televisivas e que este não é o momento para abordar a questão.

O vice-presidente do PSD defendeu que, até à indigitação do primeiro-ministro, o tempo “é exclusivo do Presidente da República” e, depois desse ato, o chefe do executivo passa a ter uma função “que lhe é também exclusiva e que depois será reportada ao Presidente da República”, referindo-se à constituição do Governo.

“Portanto, esses tempos são sempre tempos de alguma discrição política. Depois vai haver um momento em que o Governo é apresentado, toma posse, em que o programa é apresentado, e aí sim haverá tempo para todas essas questões”, sublinhou.

Sobre a cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), que decorre esta quinta-feira em Bruxelas e na qual o líder do PSD vai participar, Paulo Rangel salientou que será uma ocasião para Luís Montenegro apresentar “algumas prioridades que um Governo da AD terá”.

Paulo Rangel antecipou ainda que Luís Montenegro será “a estrela dessa reunião, porque obviamente é um novo primeiro-ministro para o PPE”.