O cabeça-de-lista do PAN às eleições do Parlamento Europeu, Pedro Fidalgo Marques, exigiu esta terça-feira o fim do transporte de animais vivos para países terceiros e defendeu, em alternativa, o transporte das carcaças para garantir a segurança alimentar.

“O PAN defende a par dos seus congéneres na Europa, assim como também dos Verdes Europeus, o fim do transporte dos animais vivos”, afirmou Pedro Fidalgo Marques. No entender do candidato do Partido Pessoas-Animais-Natureza, os animais devem “ser mortos da forma mais digna possível” e, além de se garantir “a cadeia de frio”, o transporte dos animais deve ser “em carcaça”.

Esta é a solução que o PAN defende e que, além de ser a menos má, porque não há soluções ideais para o transporte dos animais, será também a melhor e mais segura em termos da segurança alimentar e do bem-estar das pessoas”, sublinhou.

Pedro Fidalgo Marques falava aos jornalistas no Porto de Sines, no distrito de Setúbal, durante uma ação de campanha para as eleições europeias, em que alertou para mais um embarque de animais vivos, por via marítima. “Viemos aqui ao Porto de Sines para chamar a atenção para o transporte de animais vivos que é algo que tem estado a decorrer desde ontem [segunda-feira] à noite e que vai decorrer ainda esta terça-feira”, denunciou.

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Para o cabeça-de-lista do PAN, que se fez acompanhar pela porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, esta forma de transportar os animais “tem de ser travado” na União Europeia. “Estamos a falar de animais que muitas vezes, quando os barcos ficam à deriva no meio do Oceano, morrem à sede, morrem à fome” e, uma vez no destino, “chegam doentes“, representando “um problema para a nossa segurança alimentar e para a saúde das pessoas que vão consumir esses animais”, considerou.

E por isso reiterou o compromisso de avançar com a proposta de criação da figura de um comissário europeu para o bem estar animal como forma de “priorizar a questão da proteção e do bem estar animal”. “Este comissário será fundamental” para defender não só “os animais de companhia”, mas também “os animais de produção” e a “biodiversidade”, vincou.

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De acordo com dados fornecidos aos jornalistas por elementos da Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos (PATAV), que acompanhavam a ação de campanha do PAN, em 2022 foram transportados, através dos portos nacionais, um total de 430.662 ovinos e 188.809 bovinos.

Questionado sobre a diretiva europeia de transporte de animais vivos na União Europeia, o candidato do PAN defendeu que deve ser adaptada e “transposta para a legislação dos vários Estados membros”. “Claramente isto é algo que está na esfera do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia alterar esta diretiva europeia para podermos terminar com o transporte dos animais vivos”, defendeu.

Questionado sobre possíveis compensações aos produtores e criadores destes animais, Pedro Fidalgo Marques, disse que o PAN “defende a revisão da Política Agrícola Comum” para “uma Política Alimentar Comum”. “Um dos aspetos é a reconversão desta industria da pecuária, com apoios para essa reconversão” e que “se aposte nas leguminosas e na proteína vegetal”, defendeu o candidato europeu.

Em Portugal “devíamos investir em proteína vegetal, apenas investimos cerca de 2%. Portugal tem um solo extremamente fértil para leguminosas e, inclusive, os estudos económicos dizem que será uma área muito mais rentável para os agricultores”, concluiu.