Paulo Rangel foi até Vila Verde, distrito de Braga, para um almoço-comício da campanha das Europeias e aproveitou o palco eleitoral para ser o primeiro membro do Governo a falar da “aliança” parlamentar que, esta manhã, aprovou no Parlamento uma redução do IRS diferente da que era pretendida e foi proposta pelo Governo. A “coligação negativa entre PS e Chega”, disse Rangel, “tira à classe média aquilo que o Governo da AD lhes quis dar desde o primeiro dia”.

“Pedro Nuno Santos e André Ventura estão a tirar dinheiro à classe média, uniram-se para prejudicar a classe média em Portugal”, protestou o vice-presidente do PSD que aproveitou para o apelo direto a esse grupo, para que “todos esses que vivem do seu trabalho mas que não lhes sobra nada, para darem um cartão vermelho ao Chega e em especial ao PS”.

Rangel entrou na campanha para ajudar a alimentar a ideia de uma radicalização do PS, apelando ao voto dos “eleitores moderados que votam no PS, que votaram no Chega por estarem zangados com os políticos”. “Se eles votam todas as semanas com a direita radical, são eles que estão a legitimar a direita radical”, argumentou em específico para os eleitores que a 10 de março escolheram o PS.

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No almoço-comício, Paulo Rangel aproveitou estar ao lado do cabeça de lista independente Sebastião Bugalho para vincar o ataque ao PS, que acusa de fazer “ataques pessoais”. Quanto a Bugalho, “é um jovem que dá uma lição do que é estar na política com moderação, espírito construtivo, a uma pessoa que tem imensa experiência e tinha obrigação de respeitar o adversário de outra maneira”, atirou. Mais um contributo para o campeonato da “moderação” que a AD quer veicular nesta campanha, “contra o radicalismo e o extremismo, a demagogia e a desinformação”.

Acusa o PS de “inventar posições” sobre o PSD e o CDS e afirma que “a AD, o Sebastião Bugalho, nós não temos medo nem do PS nem do Chega. Eles podem agitar os fantasmas que quiserem, inventar as propostas que nunca ninguém aprovou e espalhar nas redes sociais, pôr os líderes — tão amigos que eles são agora — que nós não vamos responder”.

Foi duro no ataque ao PS pelas críticas a Von der Leyen e às proximidades da recandidata à Comissão Europeia com a direita conservadora. Para isso, aproveitou a memória de António Costa para dizer que o ex-primeiro-ministro, quando a Polónia e a Hungria “violaram regras do Estado de direito” e teve sanções da Comissão, queria que os fundos fossem para a Hungria. “Foi Ursula von der Leyen que disse não. António Costa queria que o PRR fosse pago a países que violam o Estado de Direito”, acusou.

“O PS, Pedro Nuno Santos e Marta Temido não têm qualquer autoridade moral para virem criticar Ursula Von der Leyen quando era o seu partido e o seu primeiro-ministro que queriam distribuir fundos à Hungria mesmo que violasse o Estado de Direito”, resumiu o vice do PSD que também é ministro dos Negócios Estrangeiros.