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O tribunal da região russa de Sverdlovsk iniciou esta quarta-feira o julgamento do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal, acusado de espionagem, um crime punível na Rússia com uma pena de prisão até 20 anos.

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A televisão russa mostrou imagens de Gershkovich, 32 anos, de pé e de braços cruzados, no interior da vitrina dos arguidos, momentos antes do início da audiência que decorre no tribunal de Ecaterimburgo, capital da região de Sverdlovsk.

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Neste momento, o julgamento do jornalista está a decorrer à porta fechada.

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Gershkovich, filho de imigrantes russos da época soviética, foi detido em Ecaterimburgo quando fazia uma reportagem para o Wall Street Journal, tendo sido formalmente acusado de espionagem pelos serviços de informações da Rússia, FSB.

De acordo com a acusação, o jornalista estava a recolher informações secretas na região de Sverdlovsk sobre as atividades da empresa de defesa russa Uralvagonzavod, fabricante de carros de combate e de armas pesadas.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que Washington vai continuar a trabalhar “todos os dias para garantir a libertação” de Gershkovich e que “se vai manter firme” contra todos aqueles que “procuram atacar a imprensa, os jornalistas e os pilares de uma sociedade livre”.

Sobre o caso, o gabinete da Presidência da Rússia disse que está em contacto com os Estados Unidos sobre a situação de Gershkovich.

Existem contactos (…) que estão em curso e devem continuar a ser conduzidos em total silêncio noticioso“, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Jay Conti, vice-presidente executivo e conselheiro geral da Dow Jones (índice do mercado de ações dos Estados Unidos), numa entrevista à Associated Press, descreveu o julgamento como uma farsa.

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Gershkovich é um jornalista credenciado (…). Este é um julgamento falso, com acusações falsas que são completamente forjadas”, afirmou Conti.

O jornalista pode ser condenado a uma pena até 20 anos de prisão se o tribunal o considerar culpado.

Os tribunais russos condenam mais de 99% dos arguidos que lhes são apresentados, sendo que os procuradores podem recorrer das sentenças que considerem demasiado brandas.

Paralelamente, a cidadã com dupla nacionalidade (russa e norte-americana) Ksenia Karelina está a ser julgada, também em Ecaterimburgo, sob a acusação de traição por alegadamente ter angariado fundos para uma organização ucraniana que fornecia armas e munições a Kiev.

Vários repórteres ocidentais foram obrigados a abandonar o país após a detenção de Gershkovich porque a Rússia se recusou a proceder à renovação dos vistos para permanência no país.