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A Igreja Católica em Portugal poderá avançar em breve para uma investigação alargada ao historial de abusos sexuais de menores cometidos pelo clero nas últimas décadas — à semelhança do que aconteceu em vários países, mais recentemente em França — se um grupo de bispos portugueses, que inclui vários nomes de peso (incluindo o cardeal-patriarca de Lisboa, o cardeal de Leiria-Fátima ou o arcebispo de Évora), conseguir convencer os restantes membros da Conferência Episcopal a aprovar uma medida desse género, numa reunião que tem lugar em Fátima já no próximo mês de novembro.
De acordo com uma ronda de contactos feita pelo Observador junto dos bispos portugueses e de outras fontes eclesiásticas, são já vários os bispos católicos de Portugal convencidos de que é necessário olhar para o passado da Igreja portuguesa e conhecer a dimensão do problema dos abusos cometidos pelo clero nas últimas décadas no país — algo que, até agora, a Conferência Episcopal tem vindo a adiar e a desvalorizar. Segundo uma fonte do episcopado português, a publicação do relatório em França (não obstante algumas críticas feitas pelos bispos ao método de projeção matemática do número de vítimas, que dizem apresentar algumas fragilidades) surgiu inevitavelmente como “catalisador” de uma ação mais vigorosa da Igreja em Portugal no mesmo sentido.
A próxima Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) decorre em Fátima entre os dias 8 e 11 de novembro. Este organismo, atualmente liderado pelo bispo de Setúbal, reúne todos os bispos católicos portugueses e é responsável por tomar decisões que abrangem a totalidade da Igreja em Portugal. A CEP tem atualmente 27 membros de pleno direito (19 bispos titulares das dioceses territoriais, um bispo das Forças Armadas e de Segurança, três bispos auxiliares de Lisboa, três bispos auxiliares do Porto e um bispo auxiliar de Braga), a que se juntam também 16 bispos eméritos e o embaixador do Vaticano em Portugal, que, apesar de poderem participar nas reuniões como observadores, não têm direito de voto.
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