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O aluguer de piscinas particulares e autocaravanas estão a fazer caminho no agosto da pandemia. ILUSTRAÇÃO: ANA MARTINGO/OBSERVADOR
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O aluguer de piscinas particulares e autocaravanas estão a fazer caminho no agosto da pandemia. ILUSTRAÇÃO: ANA MARTINGO/OBSERVADOR

O aluguer de piscinas particulares e autocaravanas estão a fazer caminho no agosto da pandemia. ILUSTRAÇÃO: ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Negócio das piscinas privadas e das autocaravanas em alta a reboque do isolamento

Com as regras de distanciamento, há quem se vire para o aluguer de autocaravanas e piscinas privadas (sim, ao dia e sem casa incluída). Como a pandemia obrigou a mudanças na forma de fazer negócio.

Será exagerado afirmar que a decisão de Eduardo Fernandes, em pleno confinamento, foi tomada a reboque da pandemia. Mas, na verdade, foram os constrangimentos sanitários e as consequências económicas do novo coronavírus que deram o empurrão decisivo para “um projeto familiar de longa data”: comprar uma autocaravana. E não se arrependeu. Para quem põe uma autocaravana a alugar — como acabou por fazer —, não é surpresa se conseguir ocupação plena na época alta, mas no verão do isolamento e de todas as restrições é rendimento garantido. 

Que o diga também Alexandre Mesquita, que gere “a mais antiga empresa de caravanas do país”. O modelo de negócio até é centrado na venda — e não vai deixar de ser —, mas a teimosia do novo coronavírus levou-o a mais do que duplicar a oferta para aluguer na empresa. E esse nicho de negócio disparou, trazendo mais clientes.

A pandemia, e a tendência generalizada para o distanciamento, significou também uma oportunidade para Inês (nome fictício), que prefere não ser identificada. Mas com um outro produto. Desempregada, e “com uma casa grande que estava vazia“, passa agora os dias menos “sozinha”. É que, da janela, consegue ver desconhecidos a aproveitar a piscina de que é proprietária, mas que já não usa. Por cada pessoa, cobra 15 euros — menos aos aniversariantes, quando são crianças. “A procura é maior do que esperava“, quando começou o aluguer, no início do verão, diz ao Observador. Prova disso é que o mês de agosto está “completamente cheio”.

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A tendência de alugar piscinas a estranhos não é totalmente nova e exclusiva dos tempos de pandemia. Diogo (nome fictício), que também prefere o anonimato, já o faz há três anos. E como a oferta nos sites de anúncios não é elevada, a procura é, todos os anos, significativa. Este ano não está a ser exceção, mas o coronavírus obrigou a adaptações — agora, já não permite o aluguer simultâneo a grupos que não se conhecem. Quer para Diogo, quer para Inês, o rendimento extra ajuda, mas a legalidade do negócio (não licenciado) levanta dúvidas.

Se o turismo de recato, que procura o silêncio e evita o contacto, é uma das tendências do momento, não admira que também o aluguer de piscinas particulares e autocaravanas estejam a fazer caminho no agosto da pandemia. As oportunidades (nem sempre legais) que a pandemia ajudou a cimentar.

A era da Covid, do distanciamento e do resguardo

Depois de largos meses a fazer pesquisas, Eduardo Fernandes decidiu, finalmente, selar o negócio da autocaravana em maio porque viu um particular “potencial de rentabilização financeira” no contexto da pandemia: “Com a situação que surgiu, que condicionou a minha situação profissional [despedido de uma empresa do setor do turismo] e pelo potencial que achei que teria este ano, antecipámos a compra”.

Em junho, Eduardo Fernandes ainda deu umas voltas com a família, mas no mês seguinte colocou a alugar a autocaravana — a DiVan, em homenagem à filha, Diana —, garantindo ocupação para metade do tempo. E este mês não restam dúvidas de que foi uma decisão acertada — a procura aumentou e está esgotada todos os dias. “Constatámos que havia procura e acabámos por abdicar de alguns períodos de férias em agosto” na autocaravana para poder rentabilizá-la ainda mais.

Alguns dos clientes até estão a repetir a experiência de anos anteriores, mas, das conversas que vai tendo, Eduardo Fernandes conclui que muitos querem “um tipo de férias em que não há contacto com desconhecidos, em que não têm de entrar num hotel”.

Foi por acreditar nisso – e por ter não uma autocaravana, mas sim uma piscina sem uso – que Inês encontrou uma nova fonte de rendimento. Seguiu o exemplo da vizinha e começou a alugar a piscina a desconhecidos. Quando não tem vaga, reencaminha os clientes para a casa ao lado, e a vizinha faz-lhe o mesmo. “Comecei a alugar agora porque as pessoas gostam de vir com as crianças e a família e sentem-se mais protegidas do que se forem para a praia“, conta.

Há quem fuja dos aglomerados das piscinas públicas ou das praias e prefira alugar piscinas privadas ao dia

AFP/Getty Images

O aluguer começou este verão e a procura tem sido elevada — em junho, já tinha marcações para agosto, sobretudo de aniversários. “As pessoas que estão cá hoje já vieram para aí quatro vezes”, diz ao Observador por telefone, enquanto do lado de lá se ouvem gargalhadas de crianças. “O menino faz anos e eles sentem-se mais à vontade aqui. Fazem um churrasco, convivem.”

Se não a incomoda ter desconhecidos todos os dias a entrarem propriedade dentro? “Não. Pensei que não queria um espaço para estar aqui sozinha, a olhar para a piscina a pensar em tudo o que é problemas e a minha vida para resolver. E pensei: uma piscina tão grande, um espaço tão grande, porque é que não hei-de disponibilizar? Experimentei e deu resultado“. E, em tempos de pandemia, foi um tiro certeiro.

Pandemia levou a mudanças, mas as regras da DGS nem sempre são cumpridas. “Negócio” é legal?

Diogo reconhece que os preços que pratica para o aluguer da piscina (e que variam entre os 70 e os 175 euros ao dia, consoante se trate de meio dia, dia inteiro ou fins de semana) se destinam a um “nicho de mercado”. E talvez por isso não tenha visto a procura disparar com a pandemia. Em julho, esteve “mais ou menos”; para agosto, já não tem vagas aos fins de semana. Os dias que lhe restam são durante a semana, mas estão ocupados para a limpeza. É que Diogo costuma deixar um a dois dias de intervalo entre cada grupo para assegurar a desinfeção do espaço (o que já fazia antes da pandemia).

“Com a situação que surgiu, que condicionou a minha situação profissional [foi despedido de uma empresa do setor do turismo] e pelo potencial que achei que teria este ano, antecipámos a compra [da autocaravana]."
Eduardo Fernandes, proprietário da DiVan

Se a procura “não mudou muito”, as regras de distanciamento social da DGS levaram a alterações no aluguer. “Antes alugava a grupos diferentes no mesmo dia, ou seja, eram informados de que podiam estar até oito pessoas naquele espaço. Agora, com a pandemia, voltei ao sistema inicial: só podem estar até oito pessoas, mas do mesmo grupo”.

As regras de Inês são diferentes. E em vez de um limite de oito pessoas, estabeleceu um máximo de 15, embora a casa esteja localizada na área metropolitana de Lisboa, onde ainda são só permitidos ajuntamentos de dez pessoas (no resto do país, é de 20). Os limites só não se aplicam se o grupo for do mesmo agregado familiar, o que nem sempre se verifica.

Área Metropolitana de Lisboa em contingência, resto do país em alerta. O que muda no “querido mês de agosto”

Num outro anúncio que o Observador encontrou, é também referido o limite de 20 pessoas, quando deveria ser dez por se localizar na área metropolitana de Lisboa. Foi colocado “há cerca de uma semana”, diz a proprietária, por telefone. “Ficámos desempregados por causa da pandemia, as pessoas estão a fazer o que conseguem, estão à procura de uma solução. O país está mal, não há trabalho, não há dinheiro”.

Este tipo de “negócios”, muitas vezes veiculados por plataformas de comércio eletrónico, levantam dúvidas quanto à sua legalidade. As transações não são, muitas vezes, declaradas ao Fisco, os espaços não são licenciados, nem têm nenhuma certificação de segurança e de cumprimento de regras de higienização. Mas juntam-se a outros casos, já comuns no verão, como o aluguer de casas de férias sem contrato.

Ao Observador, fonte oficial da GNR refere que os anúncios colocados nas plataformas online são investigados “quando há alguma suspeita”, por exemplo, devido a reclamação ou por “proatividade” dos militares e agentes de investigação criminal “que se deparam com algum caso suspeito”. “Sabemos que existem fenómenos criminais na internet“, diz a mesma fonte, acrescentando, sem especificar nenhum caso, que “pode constituir uma infração” as situações em que é exercida uma atividade não regulamentada, como uma aluguer que não é declarado ao Fisco ou não tem licença. O Observador pediu dados sobre a existência de contraordenações do género em piscinas privadas, e aguarda resposta.

Já a PSP garante que “monitoriza e mantém especial atenção sobre alguns fenómenos de burlas praticadas através da internet, nas diversas plataformas existentes e em redes sociais”. Entre esses “fenómenos identificados” estão as burlas relativas a arrendamentos, “em particular, de casas para férias“, estando mesmo em investigação “diversos inquéritos”. “No âmbito das investigações em curso, já foi possível identificar e deter alguns suspeitos“, este ano e em 2019. A PSP não referiu, porém, a atuação no caso particular das piscinas privadas.

GNR refere que os anúncios colocados nas plataformas online são investigados "quando há alguma suspeita"

Em Espanha, o aluguer de piscinas privadas é de tal forma um fenómeno que há uma plataforma, a Swimmy, vocacionada para disponibilizar e procurar estes espaços. E há, pelo menos, uma piscina disponível em Portugal. Mas a plataforma descarta, desde logo, nos termos de utilização, a responsabilidade de monitorização da informação veiculada. “A Swimmy, na sua qualidade de intermediário técnico, não está sujeita a uma obrigação geral de monitorizar a informação na Plataforma”, pode ler-se.

Em plataformas nacionais, como o OLX, também se encontram anúncios do género. Mas, nos termos de utilização, é referido que o site não assume “qualquer responsabilidade pelo comportamento dos Anunciantes ou pelo conteúdo dos seus anúncios, nem por qualquer dano ocorrido na sequência de uma transação”.

A família Mesquita duplicou frota do aluguer

No mercado regulado das autocaravanas, Alexandre Mesquita, percebeu que o novo contexto trazia oportunidades de negócio, enquanto os portugueses davam os primeiros — e tímidos — passos para “desconfinar”. Depois de dois meses e meio de paragem, o gestor da J. Sousa Mesquita — conhecida no mercado pela marca Go Caravaning —, começou a sentir “que haveria procura de pessoas pelo aluguer”.

Percebemos que o aluguer de autocaravanas poderia ser interessante, com todos os cuidados e distanciamentos” a que as atuais circunstâncias obrigaram. Investiu, por isso, em seis novas autocaravanas, num total de 300 mil euros, o que significou um aumento de 15% face ao valor de todos os veículos de que dispõe na empresa (avaliados em cerca de 2 milhões de euros).

"Ficámos desempregados por causa da pandemia, as pessoas estão a fazer o que conseguem, estão à procura de uma solução. O país está mal, não há trabalho, não há dinheiro." 
Proprietária de piscina privada

Resultado? “Está a ter retorno”. No verão passado, “tínhamos quatro autocaravanas para alugar, com taxa de ocupação de 60%”, enquanto que “este ano temos 85% de taxa de ocupação, com 10 veículos”, revela Alexandre Mesquita, que atribui “claramente” a maior procura à pandemia. Na parte da venda, o gestor indica que os meses a seguir ao confinamento permitiram essencialmente equilibrar a balança, compensando o período de paragem.

Criado pelo pai na década de 60, o negócio que Alexandre Mesquita controla hoje com a mãe sempre teve o foco na venda de caravanas (e mais tarde autocaravanas). A vertente do aluguer não surgiria antes de 2004 e, desde então, “sempre foi visto como um test-drive”, um isco para atrair clientes, abrindo portas para vendas posteriores.

Não será a pandemia a mudar isso, garante ao Observador, porque, num negócio que ascende a 5,5 milhões de euros no total do ano, o que “era uma gota de água, passou a ser um copo”. Mas a verdade é que este nicho de negócio terá mais do que duplicado. O gestor revela que o aluguer de autocaravanas passou de 50 mil euros de faturação no ano passado para um valor estimado de 125 mil euros este ano.

A procura acentuada deve-se apenas a portugueses. Apesar de trabalhar com parceiros europeus, a quebra do mercado internacional foi de “praticamente 100%”, a acompanhar o ritmo do turismo de estrangeiros no país.

Covid. Portugueses viram-se para as autocaravanas

E que cuidados acrescidos traz a pandemia? Alexandre Mesquita garante que tem especial preocupação com as limpezas, tendo investido em produtos de desinfeção e em “capas de estofos suplementares, para que possa haver substituição entre utilizações para lavagem”. Para provar que leva o assunto mesmo a sério, lembra o período em que o novo coronavírus era ainda “apenas” uma ameaça: “No início de março, depois de decidirmos o plano de contingência, pedimos às pessoas que metessem máscara [no interior da empresa] e as pessoas achavam ridículo e exagerado. Agora é normal”.

A liberdade em tempos de pandemia

A ideia de que os portugueses estão a alugar autocaravanas como nunca é confirmada ainda por outros agentes do setor. Na Parracho Caravanas e Autocaravanas, Ítalo Ferreira diz sentir “uma procura menor”, provocada “por uma queda muito acentuada do mercado internacional”, mas consegue perceber “um aumento expressivo” entre portugueses, que é “superior a de todos os anos anteriores”. O responsável da empresa explica que “o público português não é habitual no aluguer de caravanas”, mas entende que é uma solução que “funciona numa altura em que as pessoas têm medo de hotéis”.

O que sinto de diferente é que havia procura de estrangeiros e essa procura diminuiu este ano”, confirma Bruno Moura, da pequena sociedade “Move This”. Em conjunto com três sócios, explora uma autocaravana desde o ano passado e, apesar da quebra do mercado internacional, esgotou mais uma vez.

Autocaravanistas continuam a sentir-se discriminados no acesso às praias

Já Bernardo Lencastre, que explora duas autocaravanas, nota “mais pedidos este ano”, embora nada tenha mudado na prática, porque, como habitualmente, esgotou a ocupação em julho e agosto. Confirma ainda que o perfil de quem procura inclui agora outro tipo de clientes: “Dá para perceber que muitos não tinham experiência com autocaravanas” e que é a pandemia “que leva as pessoas a recorrerem a isto”, por ser uma solução que permite “liberdade para explorar”.

De liberdade em tempos de pandemia podem falar Ana Rita Faria, assistente de bordo e com um negócio de health coaching, e Luís Pires, consultor. Numa altura em que o país começava, ainda timidamente, a desconfinar, o casal optou por viajar dentro do país, numa autocaravana alugada. E o que encontraram foram as cascatas e os trilhos, habitualmente concorridos, do Gerês praticamente desertos; aldeias que antes se enchiam de turistas espanhóis, como a de Sortelha, na Guarda, sem vivalma.

Estivemos uma manhã lá e não nos cruzámos com uma única pessoa. Em Trás-os-Montes, não víamos ninguém, mesmo a fazer trilhos. No Gerês a mesma coisa… Cruzámo-nos talvez com duas ou três pessoas”, resume Ana Rita.

"O que sinto de diferente é que havia procura de estrangeiros e essa procura diminuiu este ano."
Bruno Moura, sócio da "Move This”

A pandemia veio trocar os planos ao casal, que no início do ano tinha em mente alugar uma autocaravana — mas no Chile, no Alasca ou na Escócia, à semelhança do que tinham feito na Nova Zelândia, há cerca de três anos. “O destino ainda não estava decidido. Claro que começámos a perceber, a partir de março, que isso não era viável e decidimos ficar por Portugal“, conta. Com o estado de emergência e as proibições de saída do concelho de residência, as esperadas férias de abril passaram para maio. Mas o descanso foi conciliado com o trabalho.

Durante três semanas, as primeiras do desconfinamento, exploraram o interior — das aldeias de Xisto, a Trás-os-Montes e Gerês — até à costa alentejana. Só que com os computadores atrás (Ana Rita esteve em layoff, mas continuou a atividade como healthcoach). “Não foram bem férias porque continuámos a trabalhar. O Luís, que trabalha remotamente, continuava a ter reuniões, eu tinha consultas online e por telefone. Trabalhávamos um bocado na autocaravana e, ao mesmo tempo, íamos viajando e conhecendo o país.”

A autocaravana, que lhes custou cerca de 100 euros por noite — e está, agora, em plena época alta, nos 180 euros –, permitiu-lhes fazer férias de forma “mais resguardada”, evitando “estar num ambiente como de um hotel ou de uma pousada em que se está em contacto com mais pessoas”. Mas Ana Rita e Luís também viram os primeiros sinais do regresso à normalidade. Como quando em Vidago, foram pela primeira vez, no pós-confinamento, a um restaurante. “Era um sítio pequeno, na vila. A senhora até nos pediu para tirar uma fotografia connosco porque éramos o primeiro casal que estava a aparecer ali, para almoçar.”

Texto atualizado dia 11 de agosto com a resposta da PSP sobre os inquéritos instaurados a anúncios colocados online

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