Depois da trilogia brilhante que envolveu a conquista do Euro 2008, do Mundial 2010 e do Euro 2012, a seleção espanhola caiu num marasmo quase inevitável de fim de ciclo e de início de novo capítulo. Não passou da fase de grupos no Mundial 2014, ficou pelos oitavos de final no Euro 2016 e no Mundial 2018 e só a partir daí, com a chegada de Luis Enrique, é que começou a reconstruir uma base sólida e com o objetivo prático de conquistar títulos.
O antigo treinador do Barcelona, que teve de interromper as funções de selecionador nacional alguns meses devido à grave doença da filha, tem sido o fio condutor da transição entre o grupo que ganhou tudo há uma década e a nova geração que teima em tomar conta da equipa. Se Busquets, Carvajal e Jordi Alba são os principais resistentes que recordam a memória de Del Bosque ou até Aragonés, jogadores como Pedri, Gavi ou Nico Williams celebraram essas conquistas ainda enquanto crianças.
Espanha chegou às meias-finais do Euro 2020, foi até à final da última Liga das Nações e é cada vez mais claro que está a meio de um processo de revitalização. No Qatar, Luis Enrique tem a maior oportunidade até agora para alcançar o primeiro grande sucesso enquanto selecionador e tirar o melhor possível de uma equipa que tem ADN vencedor mas que há muito anda arredada das principais decisões.
BI
- Ranking FIFA atual: 7.º
- Melhor ranking FIFA: 1.º (junho de 2008 a junho de 2009; outubro de 2009 a março de 2010; julho de 2010 a julho de 2011; outubro de 2011 a julho de 2014)
- Alcunha: La Roja (A Vermelha)
- Presenças em fases finais: 15
- Última participação: Oitavos de final no Mundial da Rússia, em 2018
- Melhor resultado: 1.º lugar no Mundial da África do Sul, em 2010
- Qualificação: Apuramento direto no 1.º lugar do Grupo B da qualificação europeia
- O que seria um bom resultado? Conquistar o Campeonato do Mundo
Jogos em 2022
- Jogo particular, 26/3: Albânia (casa), 2-1 (V)
- Jogo particular, 29/3: Islândia (casa), 5-0 (V)
- Liga das Nações, 2/6: Portugal (casa), 1-1 (E)
- Liga das Nações, 5/6: República Checa (fora), 2-2 (E)
- Liga das Nações, 9/6: Suíça (fora), 0-1 (V)
- Liga das Nações, 12/6: República Checa (casa), 2-0 (V)
- Liga das Nações, 24/9: Suíça (casa), 1-2 (D)
- Liga das Nações, 27/9: Portugal (fora), 0-1 (V)
- Jogo particular, 17/11: Jordânia (fora),
O onze
- 4x3x3: Unai Simón; Azpilicueta, Pau Torres, Laporte, José Luis Gayà; Koke, Busquets, Pedri; Sarabia, Marco Asensio, Morata
O treinador
- Luis Enrique (espanhol, 52 anos, desde 2018)
- Outros clubes: Roma, Celta Vigo e Barcelona
O craque
- Pedri (19 anos, médio do Barcelona)
- Outros clubes: Las Palmas
A revelação
- Nico Williams (20 anos, avançado do Athl. Bilbao)
- Outros clubes: Basconia
O mais internacional e o maior goleador
- Sergio Busquets (139 internacionalizações) e Álvaro Morata (27 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Unai Simón (Athl. Bilbao), Robert Sánchez (Brighton), David Raya (Brentford);
- Defesas (9): Dani Carvajal (Real Madrid), César Azpilicueta (Chelsea), Eric García (Barcelona), Hugo Guillamón (Valencia), Pau Torres (Villarreal), Aymeric Laporte (Manchester City), Jordi Alba (Barcelona), José Luis Gayà (Valencia);
- Médios (11): Sergio Busquets (Barcelona), Rodri (Manchester City), Gavi (Barcelona), Carlos Soler (PSG), Marcos Llorente (Atl. Madrid), Pedri (Barcelona), Koke (Atl. Madrid);
- Avançados (3): Ferran Torres (Barcelona), Pablo Sarabia (PSG), Yeremy Pino (Villarreal), Álvaro Morata (Atl. Madrid), Marco Asensio (Real Madrid), Nico Williams (Athl. Bilbao), Ansu Fati (Barcelona), Dani Olmo (RB Leipzig).
O local do estágio
- Qatar University Hostel 2, em Doha (treinos: Qatar University Stadium Training Site 1)
A antevisão
A ligação a Portugal
Sem que Pedro Porro ou Grimaldo, os dois espanhóis em evidência na Primeira Liga, tenham sido convocados, a grande ligação da seleção de Luis Enrique a Portugal acaba por mesmo por ser através de Pablo Sarabia. Depois de aproveitar a cedência ao Sporting e a temporada passada para relançar a carreira e garantir o regresso ao PSG, o avançado de 30 anos tem estado a um nível exibicional elevado e garantiu a convocatória para o Mundial do Qatar. Ainda que, para os lados do Parque dos Príncipes, a titularidade seja sempre um objetivo difícil de alcançar quando se tem Mbappé, Messi e Neymar enquanto concorrência direta.