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Não sei como se adquirem as “manias”, mas certo é que todos as temos e as manifestamos de forma mais ou menos óbvia (nota mental: sugerir a Eduardo Sá que aborde o tema no “Porque Sim Não é Reposta” da Rádio Observador). O editor de Podcasts, João Santos Duarte, gosta de manipular, atirar e bater uma bola de ténis enquanto ouve as primeiras versões de cada um dos episódios dos Podcast Plus. E não, não se inspirou em Steve Mcqueen naquela cena da solitária do filme “A Grande Evasão” (The Great Escape) de 1963. É apenas uma “mania” dos últimos meses. |
Na terça-feira, 12 de dezembro, é publicado o sexto e último capítulo da série “O Encantador de Ricos”. Para se dedicar à escuta da primeira versão do derradeiro episódio, acabado de sair do forno do sonoplasta Artur Costa, o João dirigiu-se à secretária do dono da bola, Pedro Rainho, editor adjunto de Sociedade e coordenador de Fact Check do Observador. “Pedro, onde está a bola?”. “Não sei da bola”, respondeu Rainho. João Santos Duarte sentiu aquele nervoso miudinho que começa nos dedos dos pés e rapidamente se alastra a todo o corpo. “Não há bola? Tenho de ir ouvir o episódio… sem a bola?!” |
Impõe-se aqui uma explicação racional. Ao contrário do vídeo, o áudio permite-nos executar várias tarefas enquanto ouvimos as histórias, notícias, entrevistas ou música. Essa é uma entre várias vantagens dos podcasts e é também uma das causas para o sucesso deste formato em todo o mundo. A bola de ténis simula as distrações que sofremos quando estamos a ouvir algo, neste caso, a história de Pedro Caldeira, o homem que teve nas mãos os milhões dos mais ricos e poderosos no final dos anos 80. O manusear do objeto é mania, mas é também uma forma de pesquisa para melhorar o produto e perceber se o episódio está à prova de dispersão. E importa explicar que cada um dos capítulos sofre vários ajustes até ser publicado. |
Pedro Rainho, dono da bola, tinha uma suspeita: a “amarela” estaria em cima das cabines de gravação. O Observador funciona num open space e no meio desse espaço construímos os estúdios da rádio, as cabines de gravação, de sonoplastia e salas de reuniões. Estas estruturas não chegam ao telhado, são uma espécie de sólidos geométricos que ocupam o centro de um edifício de características industriais. Desconhecendo que há escadotes no edifício, Rainho arrastou um armário — daqueles que nos dão pela cintura — e encostou-o à parede dos estúdios. Trepou e espreitou. Lá estava ela, a bola de ténis. Esticou o braço e resgatou-a. Desceu dando um salto felino e voltou a colocar tudo como estava. Ninguém deu por nada. E não explicou como lá foi parar o esférico, mas será melhor assim. |
A bola de ténis foi entregue a João Santos Duarte, que se dedicou à escuta e correção do último episódio da série sobre o corretor português. A bola saltou, girou e ficou tudo pronto. O sexto capítulo do “O Encantador de Ricos” sairá poucos minutos depois da meia-noite de segunda-feira, já madrugada de terça. Fica disponível no site do Observador, Apple Podcast, Spotify e em centenas de outras aplicações de podcast como o Castbox e até no YouTube. A bola está de novo na secretária de Pedro Rainho, porque vai ser necessária dentro de muito pouco tempo. |
Em todas as séries dos Podcast Plus do Observador a equipa encontra um objeto alusivo à história, que serve de fonte de inspiração e amuleto. No meio de tantas horas de trabalho é fundamental manter o bom humor. No “Sargento na Cela 7”, João Santos Duarte e Tânia Pereirinha tinham pistolas nerf e uma quantidade elevada de munições. No “Piratinha do Ar”, uma réplica do Boeing 727 da TAP voava apoiada num suporte e inspirou Miguel Cordeiro na recolha de informação. No “Um Espião no Kremlin”, João Santos Duarte e Cátia Bruno manusearam uma matriosca, que tem Putin em primeiro lugar e no interior uma linha de dirigentes soviéticos que termina em Lenine. Neste caso, ainda foi usado um busto do presidente russo impresso em 3D, que veio de Budapeste — não é fácil encontrar iconografia de Putin na Europa ocidental. E no “Encantador de Ricos”, o totem é um “papel”, uma ação comprada num conhecido site de compra e venda de objetos usados, o que ajudou o jornalista Edgar Caetano a reconstituir a história de Caldeira e dos anos loucos da bolsa. E… o que fará agora um papagaio azul empoleirado no monitor do computador de João Santos Duarte, o editor de Podcasts e encantador de bolas de ténis? |
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