Depois do encontro de Trump e Putin, as elites americanas indignaram-se. A questão é a seguinte: como o senador John McCain fez saber em comunicado, não é aceitavel que, numa só viagem, Trump tenha alienado os aliados europeus, enquanto que tentou forjar relações privilegiadas com um “tirano”, traindo a tradição centenária da política externa norte-americana. Isto já para não falar do facto de parte dos congressistas, senadores e outros responsáveis políticos de topo terem iniciado as suas carreiras em plena Guerra Fria e não gostarem nem um bocadinho dest inaudita amizade entre os EUA e a Rússia. E a memória histórica tem muito que se lhe diga nestas coisas.

Segundo diversos analistas, Donald Trump atua no exterior com um olho no que se passa dentro de casa, que é como quem diz, procura a aprovação dos seus eleitores, ainda que esteja demonstrado que a política externa não é motivo de interesse suficentemente forte para despertar paixões eleitorais (exceto em casos muito concretos). Mas ainda assim, terá Trump dado um tiro no pé, daqueles que lhe vão custar a maioria no Congresso nas eleições intercalares de novembro?

A prudência aconselha-nos a não fazer previsões eleitorais – não estava toda a gente convencida que Hillary Clinton ia ganhar em 2016? Mas há três argumentos que convém fazer. Em primeiro lugar, segundo a Gallup, uma das mais bem conotadas empresas de sondagens norte-amercanas, menos de 1 por cento dos americanos consideram a Rússia um problema nacional. Daí que seja de prever que o impacto da conferência de imprensa que criou todos os embarassos a Donald Trump não tenha eco para além as elites. Uma pequena minoria que dificilmente mudará o seu sentido de voto em eleições que decidem a sua própria continuidade no poder.

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