Aqui há tempos foi notícia que o governo de António Costa pretendia mudar o Infarmed para o Porto. Naquele que terá sido um, creio que singular, caso de incumprimento de uma promessa governativa, o Infarmed permaneceu bem quietinho em Lisboa. Entretanto, na semana passada, constatámos que, afinal, houve efectivamente uma mudança na Autoridade Nacional do Medicamento. Só que não se tratou de uma mudança de localização, mas antes de uma mudança de designação. Depois de, na última reunião semanal sobre a Covid-19 lá realizada, António Costa ter chegado a roupa ao pêlo da Ministra da Saúde, o Infarmed passou a ser conhecido como Enfardamed.

Sobre este incidente, a ministra Marta Temido afirmou que “se o Primeiro-Ministro puxou as orelhas à Ministra da Saúde teria certamente razão”. Portanto, a ver se percebi. Marta Temido não tem a certeza de ter sido vilipendiada pelo Primeiro-Ministro mas, na dúvida, e caso tenha de facto enfardado, considera que foi justíssimo. E mesmo que desta vez não tenha feito nada de mal, não importa. O correctivo aplicado por António Costa fica já em carteira, por conta de patacoadas vindouras. É incrível como, mesmo numa polémica em que calha os dois membros do Governo envolvidos não serem familiares, continua a parecer que estamos perante um típico caso de violência doméstica.

O certo é que, a juntar àquele episódio na campanha para as Legislativas em que António Costa quis agredir um idoso, desta feita o Primeiro-Ministro fustigou a Ministra da Saúde. Ou seja, tanto para ministras que desejem permanecer à frente da pasta da Saúde, como para os velhinhos, António Costa é uma ameaça muito mais aterradora que a própria pandemia de coronavírus. Aliás, nos futuros compêndios de História de Portugal figurará, não a ministra Marta Temido, mas sim o implacável chefe de governo António Costa, O Temido. E receio bem que, como para a Covid-19, também para esta outra maleita estejamos bastante longe de descobrir a vacina.

Embora dê razão ao Primeiro-Ministro quando se queixa da falta de clareza dos dados que os técnicos de saúde lhe têm fornecido. Então se António Costa, que tem de dominar toda a sorte de informação de molde a tomar decisões sobre a vida de milhões de pessoas, ainda não foi sequer informado pelos técnicos de saúde que os antibióticos não servem para matar vírus, como é que querem que ele tome boas decisões? Primeiro deixem o homem completar a lição introdutória do manual “Covid-19 para Totós” e, então sim, exijam-lhe medidas que façam sentido.

E foi precisamente à conta de toda uma miríade de decisões parvas que, neste momento, Portugal possui o segundo pior rácio de contágio da Europa. Resultado, os únicos turistas que vamos receber este verão são mesmo os planteis das equipas que vêm disputar a Liga dos Campeões. Agora, é óbvio que há inúmeros países europeus a manipular os números de contágios para nos roubarem turistas. Felizmente, qual António Costa e Silva gizando planos para 10 anos em 2 dias, também eu idealizei um estratagema para resolver o problema do turismo português, mas em escassos 17 segundos. A solução é muito simples: demitir a directora da DGS e a Ministra da Saúde e trocá-las por dois taxistas, daqueles que fazem serviço no Aeroporto de Lisboa. Se lá fora andam a aldrabar nos números para nos prejudicar, levavam logo com os novos governantes-fogareiros: com a criatividade deste meninos ao nível do manuseamento do taxímetro, aí sim, também nós manipulávamos números para roubar turistas, mas à séria.

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