A mais recente escalada de tensões entre os EUA e o Irão com a morte do General Qasem Soleimani veio agravar a polarização do debate internacional sobre a política externa-norte americana e a sua acção no Médio-Oriente. No plano nacional, o debate centrou-se na análise da situação geopolítica e nas possíveis ramificações geoestratégicas para a região e para o futuro das relações EUA-Irão.

Há, no entanto, um elemento que tem escapado totalmente ao debate nacional: a opinião pública e o debate nas redes sociais da diáspora iraniana sobre o regime e o legado de Qasem Soleimani na região. Naturalmente, devemos ter em conta a diversidade de opiniões que coexistem, dentro e fora do Irão, pois nenhum povo, nem nenhuma diáspora, pensa de forma unânime e monolítica sobre os destinos do seu país. Mas há um movimento cada vez maior que contesta o regime como podemos constatar pelas cíclicas manifestações que vão ocorrendo em Teerão e pelas manifestações da diáspora iraniana nas redes sociais e na imprensa.

Talvez por isso me tenha chamado a atenção a chuva de tweets de algumas figuras de destaque da diáspora iraniana, dissidentes ou imigrantes, procurando clarificar o que sentem em relação ao regime e a Soleimani. E em muitas dessas manifestações, ficou claro o repúdio a uma certa hipocrisia no Ocidente que parece sobrepor o ódio a Trump a qualquer espirito crítico sobre a situação no Irão e o seu regime repressivo.

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