Na legislatura passada (nos tempos em que a Geringonça ainda tinha pilhas), uma das grandes polémicas do Governo era a quantidade de familiares que se sentavam no Conselho de Ministros e nos gabinetes ministeriais. Houve muitas críticas a esta prática. Que pai e filha ou marido e mulher não deviam fazer parte do mesmo Governo, pois isso gera conflitos de interesse, limita o escrutínio que membros do Governo exercem sobre a acção uns dos outros ou facilita a corrupção. O que é verdade, claro. Porém, gera também benefícios que, infelizmente, só agora reconhecemos. Benefícios superiores aos prejuízos, até. É que ter familiares no Governo permite-nos ler isto:
“Sempre disse que o Eduardo é a melhor parte de mim. Não é ‘apenas’ o meu amor, o grande amor da minha vida, é também a pessoa, o político e profissional que eu admiro. É uma pessoa íntegra, honesta e responsável. É ‘o último dos impolutos’ como sempre me dizia Jorge Coelho.”
É assim que começa o post que Ana Paula Vitorino, mulher de Eduardo Cabrita e sua ex-colega de Governo, publicou no Facebook no dia em que o ex-ministro da Administração Interna se demitiu. É ilustrado com uma selfie do casal dentro de um elevador, um local simbólico para se fotografarem, por representar a subida que os dois andam há anos a galgar.
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