Os episódios políticos em torno da formação do mais recente governo italiano geraram legítimas preocupações. É sem dúvida motivo de apreensão a excêntrica aliança governamental entre dois partidos radicais, um à direita (Liga Norte) e outro à esquerda (Movimento Cinco Estrelas).

Mas esta preocupação ainda foi mais acentuada quando o Presidente da República italiana anunciou a intenção de recusar a coligação e nomear (mais) um governo tecnocrático de gestão. Esta iniciativa (que acabou por ser superada) teria levado à vitimização dos dois partidos radicais impedidos de governar. Como as sondagens já apontavam, teria levado ao reforço das suas votações e à ainda maior radicalização da vida política italiana.

Por outras palavras, apesar das efectivas ameaças contidas na nova coligação radical, o normal funcionamento do sistema parlamentar constitui o melhor remédio para tentar domesticar essas ameaças.

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