Participei com muito gosto, na semana passada, numa mesa dedicada pelo 8.º Congresso da Ordem dos Economistas à questão demográfica que hoje se coloca ao país assim como a toda a jornada inaugural do Congresso. Não sendo economista, não era a primeira vez que participava no Congresso e só confirmei as impressões com que ficara do anterior. A primeira é a competência e o profissionalismo com que os intervenientes, na sua maioria economistas exercendo a profissão no ensino superior e/ou no sector empresarial, fizeram as suas participações de modo a analisar problemas concretos da economia portuguesa sem os misturar com os repetitivos debates ideológicos da chamada «classe política».

A segunda impressão foi o empenhamento dos participantes em encontrar soluções igualmente concretas para os problemas identificados sem os empurrar para o Estado, não responsabilizando nem deixando de responsabilizar este último, se não de forma genérica quando as dificuldades e os óbices encontrados se devem manifestamente à administração pública, cuja herança salazarista está longe de ter desaparecido.

Ficou demonstrado, nomeadamente, como a legislação que regula as empresas e os investimentos é tão complicada e até contraditória que não só arrasta os processos muito mais tempo que a média europeia como leva frequentemente os investidores a desistir. Foram aliás fornecidos vários exemplos de negócios atrasados e mesmo abandonados, ao mesmo tempo que ficou à vista de todos quanto as malhas burocráticas têm contribuído para a estagnação do país desde o início do século XXI. Noto que não houve, enquanto estive presente, nenhuma alusão positiva ou negativa à actual geringonça governamental…

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