A primeira questão a desmistificar é mesmo a do sucesso. Até porque, o que para uma boa quantidade de pessoas é sucesso é, deve ser, absolutamente relativo e quase sempre redutor para ti e para cada um de nós. Tenho sempre dúvidas sobre o que é o sucesso. Mas uma certeza: sucesso é diferente para cada pessoa e será diferente o teu e o meu sucesso. Seja lá isso o que for.

Portanto, num mundo de redes sociais, ter milhares de shares, de likes, de seguidores, de comentários é sucesso? Não, é ditadura de números. Se por causa dos números deixaste, por um momento que fosse, de seres tu…malditos números.

Pior, porque te comparas com os que achas que têm sucesso pelos números? Porque queres ser tu mesmo ou, antes, porque queres ser uma mimetização de outrem, um subproduto, uma plastificação imperfeita e não acabada do que há fora de ti?

Sem menosprezar ninguém e muito menos sem criticar o que consideras ser o sucesso dos números de outros, e, acima de tudo, sem criticar os outros, começa por pensar o que pode ser, para ti, sucesso. No que tens de bom para oferecer e naquilo onde podes efetivamente marcar diferenças. Sem te importares com números. O sucesso é uma derivada do impacto que consegues por ti. O sucesso está em ti e não fora de ti. Procura-o no interior.

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Cada um de nós é, de facto, uma pessoa e, se inteira, deve seguir o seu próprio caminho. Sem plágio, sem imitação, sem incorporação de realidades que não são suas.

E as grandes questões em que deves pensar são apenas estas três. Tão-só.

  • Não olhes para os grandes influencers com grandes números de mercado. Primeiro porque não são verdadeiros “eus” que ali estão. Genuinidade e autenticidade é coisa que não existe muito. Tudo tem um preço. Todo o post é medido e analisado à exaustão. Tudo é cobrado. Dir-me-ás… “mas vende”. De facto. Mas e quem garante que não vendes por ti mesmo, com a tua genuinidade (e genialidade) e as tuas ideias? Vendes a tua genuinidade e a tua pessoa por um conjunto de likes? Pensa bem. Porque a consequência é hipotecares o teu próprio eu e, pior que isso, sucumbires à moda. E se deixares de estar na moda morres com a falta do que consideras ser impacto e com a falta de futuro a curto/médio prazo. Não pode ser. Não o faças em termos pessoais. É um caminho perigoso e com ciclo de vida demasiado curto.
  • Não mimetizes ou imites ninguém. Não plastifiques. Não vales isso. Vales muito mais. Vales a tua própria pessoa. Quando olhares, porque olhas sempre (incontornável), para os grandes influencers deves sempre pensá-los como benchmark. Tout court. Não como grandes números ou grandes casos de sucesso. Deves olhá-los, a olhar, para perceber o que de verdadeiramente genuíno há neles (se houver) e para realizares, de uma vez por todas, que o que importa é o que de genuíno há em ti. Isso implicará uma visita ao teu interior. Óbvio. Mas por mais óbvio que pareça é, seguramente, a parte mais complexa deste exercício todo.
  • Não te importes (ou impressiones) com a grandeza dos números (até porque os há fabricados). Vale mais a ajuda a uma só pessoa do que a hipotética ajuda a milhares delas. Não enchas o ego com números. O ego não precisa ser/estar cheio. O ego deve andar/estar vazio. Porquê? Porque a melhor forma de te descobrires e descobrires o teu interior é reduzires o ego ao mínimo possível. Só assim encontrarás o que de melhor há em ti. E o que o mundo mais aprecia em ti. Não te iludas.

Não.

Nota: Ao escrever este artigo tenho quase por certo que sucumbirá à força dos números do Corona Vírus que, curiosamente ou não, se logaritmizados, não são assim tão assustadores quanto se propagandeiam. Veremos.