“Candeia que vai à frente alumia duas vezes, mas convém ir acesa”
(José Meireles Graça, Oficina da Liberdade)

A União Europeia, alheia à sua posição cada vez mais fraca a nível mundial, e o Governo Português, neste caso cada vez mais atrasado no conjunto europeu, propuseram-se a cortar a pegada ecológica a qualquer custo, mesmo que isso significasse que tinham que cortar os próprios pés.

Foi assim que nasceu o chamado Roteiro para a Neutralidade Carbónica, com a meta de 0% de emissões em 2050, que nos últimos 4 anos os governos de António Costa têm abraçado como bandeira política, dizendo ainda que é para fazer o país avançar em emprego, riqueza, etc., fazendo cartazes ou até dizendo, como disse Galamba, que ser contra isto é ser contra a vida!

Visionários ou Aldrabões (como também Galamba chamou a quem se lhe opunha)?

Bem, o tempo vai dando as respostas:

“Madeira queria transformar algas em combustível. Acabou com um buraco de milhões.” (2023);

“Ex-Diretor Geral da Energia culpa fim do carvão pela produção hidroelétrica que esvaziou as barragens.” (2022);

“Ministro da Agricultura (Capoulas Santos): Descarbonização não se vai resolver através de bovinos” (2018);

“DGEG: Lítio tem efeito “residual” na economia local e é uma ameaça para o turismo.” (2022);

“A preocupação é ainda maior pois esta é mais uma decisão que aumenta o número de sobreiros abatidos em Portugal, que pode ascender a mais de 35 mil, desde o ano de 2011” (APCOR, 2023);

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“Ambientalistas preocupados com “completo descontrolo” das centrais de biomassa.” (2022);

“Elon Musk, CEO da Tesla, diz que o uso de hidrogénio como fonte de energia é “incrivelmente estúpido.”” (2020).

Não é só o hidrogénio, mas todo este roteiro para o abismo que é incrivelmente estúpido, porque é lesivo por um lado para o ambiente – das minas na região classificada do Barroso aos animais e plantas mortos, como os Javalis e Veados da Torre Bela ou os Sobreiros em projeto atrás de projeto que estão ali a, pasmem-se, estragar o futuro verde… – e, por outro lado, para a já magra carteira dos portugueses: tudo isto nos vai custar muito dinheiro, em taxas, impostos, subsídios, etc., ao mesmo tempo que enchemos os bolsos a empresas, algumas hoje detidas pelo maior poluidor mundial, a China, e ainda as isentamos de impostos, tudo em terreno pantanoso, fértil para negociatas obscuras.

O que devíamos fazer? Promover o debate de ideias e pesar prós e contras com a participação de todos nós, procurando respostas para perguntas como:

  • Devemos prejudicar gravemente a economia? Ou procurar estar em melhores condições económicas para enfrentar o que estiver para vir?
  • Já fazemos muito, ao contrário do que dizia Catarina Martins há um par de anos que estava tudo por fazer (os laboratórios e universidades e as diferentes empresas, já não promovem a investigação e desenvolvimento cientifico-tecnológico?). Devemos comprometer o que já fazemos (antes de cortar na segurança ou na saúde ou na educação, não serão as fatias marginais como o apoio à ciência os primeiros a sofrer)?
  • Se manipulamos o mercado – literalmente favorecendo os bons contra os maus, quando na verdade estão lá todos para ganhar dinheiro – não estamos a cortar o estímulo de procura de novas soluções?

Não obstante o que temos tido é precisamente o contrário: é politizar as questões, extremar posições, dividir (a opinião pública) para reinar. O alarmismo e o ativismo ajudam a justificar uma política irracional, que não se quer discutida – daí um governo que segue o catastrofista Guterres (até o IPCC avisa que os discursos apocalípticos são contraproducentes) e que se identifica com a causa antidemocrática dos ativistas. É a receita para o pântano:

  1. Coza no escuro uma empresa em 3 dias,
  2. Adicione um amigo do governo,
  3. Promova como uma panela de milhões uma frigideira de tostões,
  4. Ganhe o repasto milionário servido em travessa de lítio…

Costa sai? Sai, mas o mal não está em Costa por si, antes em todos quantos escolherem cozinhar assim.