Na política há a tendência de se correr atrás da politiquice e da luta partidária corriqueira. Depois há a realidade, as alterações estruturais no mundo, que vão ditando que as ideias se adaptem às mudanças. Porque ideias muito boas na teoria são inúteis; querem-se ideias que se adequem ao concreto e o melhorem. E mesmo as boas ideias não são boas ideias em todas as circunstâncias; às vezes são vítimas do próximo sucesso.
Querem uma realidade? Daquelas estruturais que implica todas as outras? A classe média, em todo o mundo desenvolvido, está a encolher, confirma um muito recente relatório da OCDE. Há quem lhe vaticine o fim num prazo curto. Como tão bem explica Sandra Maximiano, a existência de uma classe média saudável é essencial, não só para o crescimento económico sustentado como para a estabilidade política.
Por várias razões, o mundo laboral está a polarizar-se. De um lado, uma fatia dos que conseguem aceder aos trabalhos mais bem pagos e que exigem uma escolaridade superior ou pós superior, bem como aquilo que se pode chamar de capital social: a capacidade de se mover para melhor aproveitar as oportunidades (desde saber quais as melhores escolas e universidades, onde e quando aparecem as melhores oportunidades e que tipo de preparação é necessária, mover-se num meio onde circula este tipo de informação, até, claro, conhecer quem recomende e os códigos sociais certos).
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.