O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano considerou, esta quinta-feira, que a postura dos negociadores europeus — em conversações com o país para tentar salvaguardar o Acordo Nuclear de 2015 — não foi construtiva e que estes não apresentaram quaisquer iniciativas novas.

A última “ronda” de negociações deu-se a 17 de dezembro, dia em que os governantes iranianos admitem que houve um “ligeiro progresso”. As reuniões vão agora ser retomadas dia 27 de dezembro — data anunciada esta quinta-feira pela Rússia e pelos serviços de negócios estrangeiros da UE.

“Não achamos a posição de alguns países europeus como construtiva, especificamente a de França”, disse o MNE iraniano, citado pela Reuters.

Quando dizem que estão preocupados com a evolução do programa nuclear do Irão, nós dizemos: ‘Se quiserem as vossas preocupações correspondidas, então todas as sanções têm de ser levantadas”, concluiu.

O Acordo Nuclear de 2015 começou a ser posto em causa em 2018, quando o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, afastou o país do acordo e levantou as restrições contra Teerão, facilitando o desenvolvimento da extração de urânio.

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A república islâmica nega o desenvolvimento de armamento nuclear, afirmando que apenas querem dominar a tecnologia com objetivos pacíficos.

As conversações com os decisores europeus têm notado um progresso escasso desde que foram retomadas — após uma pausa de cinco meses devido à eleição do Presidente iraniano Ebrahim Raisi.

“Os participantes irão continuar a discussão  com o possível retorno dos EUA para o acordo, de forma a assegurar a eficácia da implementação do pacto por todas as partes”, lê-se num comunicado emitido pelos responsáveis da diplomacia na UE.

O Irão tem procurado efetuar alterações a um esboço do acordo discutido nas últimas seis vezes que os líderes estiveram reunidos, originando um impasse com o Ocidente, que alertou para a velocidade com que o país está a fazer progressos nucleares.