O número de mortos nos incêndios florestais no Havai, os mais mortíferos em mais de um século nos Estados Unidos, subiu para 110, disse na quarta-feira o governador do arquipélago.

Numa conferência de imprensa, Josh Green admitiu que, uma semana após a tragédia, o balanço ainda pode aumentar consideravelmente, numa altura em que centenas de pessoas continuam desaparecidas.

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Isto deixa-nos de coração partido”, acrescentou o governador.

As equipas de resgate, compostas por socorristas e cães farejadores, ainda só terminaram as operações de busca de corpos em cerca de 38% da área afetada em Lahaina, a capital histórica da ilha de Maui, referiu Green.

“Esta é uma operação de busca muito difícil”, disse a líder da FEMA, o órgão federal responsável pela resposta a desastres naturais nos Estados Unidos, Deanne Criswell.

As autoridades do Havai têm vindo a apelar a que os familiares dos desaparecidos façam um teste de ADN para ajudar a identificar os corpos. Apenas cinco dos 110 mortos já foram identificados.

Há lusodescendentes desaparecidos em incêndios no Havai

Uma morgue móvel enviada pelas autoridades federais chegou ao Havai na terça-feira, juntamente com uma equipa de médicos legistas, patologistas e técnicos, para ajudar as autoridades a identificar os restos mortais.

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As equipas mobilizadas incluem especialistas que trabalharam nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em acidentes de avião ou em incêndios florestais nos Estados Unidos.

Josh Green disse também que cerca de duas mil residências e empresas permanecem sem eletricidade em Maui e prometeu que essas pessoas iriam receber apoio das autoridades se fosse necessário.

A Casa Branca anunciou na quarta-feira que o Presidente norte-americano, Joe Biden, vai deslocar-se na próxima segunda-feira a Maui.

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O chefe de Estado, acompanhado pela sua mulher, Jill Biden, irá reunir-se “com socorristas, sobreviventes e autoridades federais, estaduais e locais”, anunciou à imprensa a porta-voz da Casa Branca.

O Presidente Democrata “continua a coordenar uma resposta de todo o Governo” federal e “prometeu fornecer ao povo do Havai tudo o que precisa”, disse Karine Jean-Pierre.

A Casa Branca prevê que as operações de busca de vítimas se prolonguem até ao início da próxima semana, “numa fase que permite uma visita presidencial”, mobilizando recursos logísticos significativos e um considerável dispositivo de segurança.

Joe Biden havia declarado rapidamente situação de catástrofe natural no Havai, o que possibilita o envio de recursos de emergência do Estado Federal, e reuniu-se várias vezes com o governador Josh Green.

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Contudo, foi criticado pela oposição Republicana pela sua resposta considerada débil ou mesmo indiferente a esses incêndios, os mais mortíferos em mais de um século nos Estados Unidos.