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Uma centena de familiares de reféns ainda retidos na Faixa de Gaza viajam esta quarta-feira para Haia para apresentar uma queixa contra o Hamas por “crimes contra a humanidade” junto do Tribunal Penal Internacional (TPI), anunciaram os seus representantes.

Uma queixa será apresentada ao TPI “contra os membros do Hamas e os seus colaboradores para garantir que paguem um preço alto pelos crimes contra a humanidade que cometeram e ainda estão a cometer”, afirmou Haïm Rubinstein, do Coletivo das Famílias dos Reféns, durante uma conferência de imprensa no Aeroporto Ben Gurion, em Telavive.

As famílias dos reféns continuam a pressionar as autoridades israelitas para a libertação dos seus familiares, cujo destino assombra a sociedade israelita há mais de quatro meses.

Mais 240 pessoas foram raptadas no sul de Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro e 130 destas ainda continuam sequestradas em Gaza, das quais 29 já terão morrido, segundo o governo de Israel.

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“Não é apenas a nossa história, se não pararmos com isto, amanhã será a história do mundo inteiro”, declarou Ofri Bibas, cujo irmão está entre os reféns, pouco antes de embarcar num voo especial para Haia, nos Países Baixos, onde fica o TPI.

“Toda a humanidade deve permanecer firme face a um exército terrorista global do qual o Hamas é apenas um dos batalhões que cumprem a sua missão”, acrescentou Bibas.

Uma trégua no final de novembro entre o Hamas e Israel, que realiza operações militares na Faixa de Gaza em retaliação ao ataque de 7 de outubro, permitiu a libertação de cerca de uma centena de pessoas, em troca da libertação de prisioneiros palestinianos detidos em Israel.

Mais de 100 palestinianos mortos desde fim do cessar fogo. Entrega de ajuda humanitária em Gaza está suspensa

Criado em 2002, o TPI é o único tribunal independente do mundo criado para investigar os crimes mais graves, como genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Na segunda-feira, o procurador do TPI, Karim Khan, manifestou preocupação com uma possível ofensiva do exército israelita em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde muitos palestinianos estão refugiados, alertando que aqueles que violarem as leis internacionais serão perseguidos.

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Khan também pediu a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas e os seus aliados, acrescentando que tal é um ponto importante nas investigações que desenvolve.

O Egito, um mediador tradicional no conflito israelo-palestiniano, recebeu na terça-feira os diretores dos serviços secretos norte-americanos e israelitas, bem como o chefe do governo do Qatar, para conversações sobre uma trégua, incluindo uma nova libertação de reféns.

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