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Debaixo de chuva e com Costa, Pedro Nuno promete: "Vamos derrotá-los"

PS acaba a campanha com uma molha no Chiado cheio e em guerra com o Presidente da República, que acusa de entrar em campanha. Costa voltou à estrada para pedir "maioria visível".

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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A descer o Chiado debaixo de chuva e entre vários chapéus bordeaux com o símbolo do PS, António Costa seguia sem óculos ao lado de Pedro Nuno Santos, ambos ensopados com a bátega que caía ao início da tarde sobre Lisboa. O ex-líder lembrava ao novo líder que nas Presidenciais de Jorge Sampaio, em 1996, foi assim e “acabou muitíssimo bem”. Pede uma “maioria visível” no domingo enquanto Pedro Nuno a dar o comando às pessoas que o abordavam: “Vamos embora, para a frente”.

O socialista já não diz nem faz outra coisa nas horas finais da campanha eleitoral, com o apelo aos indecisos a ser direto. Em Moscavide de manhã já tinha dito a uma senhora que tinha “de levar as amigas” para votar no domingo, à tarde, debaixo do Arco da Rua Augusta, dramatizou: “Cada um leve um indeciso a votar em nós. Vamos ganhar, vamos derrotá-los e ter uma grande vitória.”

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Tinha acabado de ter uma arruada significativa e com impacto visual — que é o que os partidos procuram em campanha –, tanto que fez render as imagens no comício da noite, em Almada, ao dizer que tinha sido uma prova de “resistência” do PS, mas também para aproveitar e atacar à direita, que cancelou a sua arruada e foi para o Campo Pequeno: “Não precisamos de quem se esconde da chuva,mas de homens e mulheres que enfrentam a chuva pelo povo”. Durante a descida ainda houve ativistas do clima que tentaram interpelar os socialistas, mas foram desviados pela ação dos elementos da PSP que estavam no local, bem como pela organização socialista — estando Costa na arruada, estavam também presentes vários elementos do corpos de segurança pessoa do primeiro-ministro.

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Ao seu lado, teve sempre António Costa que, no final da arruada, pediu uma  “maioria visível no próximo domingo”, depois de no dia anterior ter ouvido o líder apelar à “maioria invisível que não está nas televisões, nem nas redes sociais”, aquela que o PS acredita ter dado a maioria absoluta a Costa há dois anos, quando as sondagens publicadas durante a campanha empatavam PS e PSD. Os socialistas apostam numa espécie de realidade oculta que, com o voto dos indecisos, pode revelar-se no domingo.

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Na Cervejaria Trindade, no almoço tradicional do PS no último dia de campanha, Costa veio a jogo com a autoridade de primeiro-ministro ainda em funções, para apontar as condições materiais dos eleitores. Ou seja, veio apontar ao crescimento da economia — “fomos o país da UE que mais cresceu” –, mas sobretudo à estabilização (e “que há perspetiva que comecem a cair”) das taxas de juro, a baixa da inflação, o acordo salarial.

Deu a ideia de um país a “dobrar o cabo das tormentas” e que “é preciso garantir que este momento de mudança nos faça mesmo estar no cabo da Boa Esperança. É fundamental não andarmos para trás e não destruirmos o que foi feito”, afirmou na Trindade.

O PS a jogar com as expectativas e o bolso dos portugueses, lembrando o que foi conquistado e mexendo com o receio de que tudo possa ruir se a direita chegar ao poder. Costa ainda acrescentou mais três elementos para firmar este ponto no apelo ao voto de quem ainda não decidiu. O primeiro é avisar que a execução dos milhões do PRR podem ficar “embrulhada” se a direita vencer no domingo.

O segundo é que se a AD ficar à frente existe incerteza sobre o que acontecerá aos impostos, apontando o “choque fiscal” proposto pela direita que diz que “ou vai provocar um novo rombo nas contas públicas” — “tudo se vai perder” — ou “para garantir esse equilíbrio orçamental compensam a perda de receita com uma nova receita e têm de explicar que impostos vão aumentar”, argumentou. Costa falou mesmo no risco de um “brutal aumento de impostos” se o PS não vencer as eleições. Por fim, ainda a localização do novo aeroporto de Lisboa, dizendo que o PSD se prepara para atrasar mais o processo de decisão e atirando: “Precisamos de um primeiro-ministro que decida de acordo com o acordado e a opinião técnica produzida.”

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Já Pedro Nuno Santos, também na Trindade, dedicou-se só ao apelo ao voto e ao ombrear com Luís Montenegro nas arruadas, nomeadamente na do dia anterior em Santa Catarina, no Porto: “Há quem cante a vitória mas a verdade é que ainda ontem tivemos a oportunidade de ver em Santa Catarina que não tínhamos só mais do que eles, tínhamos mais do dobro, do triplo na rua connosco”.

A megalomania do líder teve mais adesão à realidade em Lisboa, onde a chuva não desmobilizou os simpatizantes que esperavam pelo líder para a tradicional descida do Chiado. Chovia a potes, mas o PS foi para a rua na mesma, com Costa, Ferro Rodrigues, Mariana Vieira da Silva e Fernando Medina na linha da frente, tentando explorar a imagem de um partido com todos em luta e “resiliente”, como havia de lhe chamar, no fim, Pedro Nuno Santos.

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Já no final da arruada, Costa ainda deitava uma última deixa para a noite final: “É preciso que os candidatos acabem a campanha bem, com dignidade, com elevação”. Em causa estavam as declarações que tinham acabado de ser feitas por Manuela Ferreira Leite que levaram o partido a colocar logo à porta do comício da noite Marta Temido para dizer ser “cruéis” e “insensíveis” as declarações que colocam a pandemia e a inflação como bênções para o PS.

Mas o ataque final seria feito por Ana Catarina Mendes, no palco desse mesmo comício, em Almada. “Porque decide o Presidente da República entrar em campanha no último dia de campanha?”, questionou a cabeça de lista por Almada “referindo-se” à notícia do Expresso sobre o que fará Marcelo no dia seguinte.

“Não é aceitável”, disse Ana Catarina Mendes, afirmando que “Soares e Sampaio habituaram os socialistas que o Presidente da República é o garante de todas as forças políticas”. “Não é admissível que tenha decidido convocar estas eleições, mas pior do que isso que tenha entrado hoje em campanha eleitoral”, disse perante os apupos da sala do complexo desportivo onde decorreu o último comício do PS.

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