1 Foi esta terça-feira de manhã em Valença do Minho. De um lado um cordão de professores e funcionários da Escola Básica 2/3 da cidade em manifestação de repúdio contra a violência no meio escolar e as agressões a profissionais da educação. Do outro lado da rua um grupo de pais de etnia cigana exibia cartazes contra o racismo. A GNR zelava para que os ânimos não fervessem.

Devo dizer que levei algum tempo até perceber, ao ver os directos nas televisões, que era este o retrato da situação. Já sabia que o pretexto próximo do cordão humano eram agressões ocorridas na quinta-feira da semana passada, já sabia que uma auxiliar de educação negra fora insultada por uma aluna que fora ao ponto de lhe chamar “preta de m…”, mas primeiro só na imprensa regional do Minho (Alto Minho e Diário do Minho) se descrevia o conflito com clareza. Só lá se informava que os contramanifestantes eram de etnia cigana. E só lá se podia ler a defesa dos representantes da comunidade escolar: “esta é uma manifestação contra a violência e não uma manifestação contra a comunidade de etnia cigana”.

Procurei mais um pouco e encontrei a notícia da RTP. Vendo-a percebe-se o que ali se passou. Ouvindo o depoimento da professora também. Quer quando ela diz que “é difícil a integração quando as pessoas não se querem integrar”, quer quando explica que tem medo que pois todas as manhãs, “quando aqui chegamos, nunca sabemos o que nos vai acontecer”.

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