Não se sabe com que objectivos, houve semanários como o Expresso que chegaram a dar por confirmada a recondução de Joana Marques Vidal no lugar de procuradora-geral da República quando, afinal, o governo nunca lhe falara nisso… Mera poeira para os olhos enquanto o primeiro-ministro (PM) e o Presidente da República (PR) desencantaram outra senhora para substituir a anterior PGR por motivos conhecidos de todos. Pode-se concordar ou discordar da substituição mas ninguém ignora que aquilo de que se trata é adiar – se possível, eternamente – a conclusão do gigantesco processo judicial em que são acusados de corrupção José Sócrates, Ricardo Salgado e os seus alegados cúmplices!
A simples abertura do processo, com todo esse pessoal no banco dos réus a explicar como levaram o país à bancarrota e como meteram o dinheiro no bolso, arriscava-se a ser fatal para as «chances» eleitorais do PS daqui a um ano, pois não basta o PM e o PR apregoarem todos os dias que «está tudo resolvido»: a dívida, o défice, o orçamento e o crescimento, assim como os fogos, os hospitais, os comboios, os aviões, a CGD, o «Novo Banco», o Montepio…
O teste da futura PGR reside nisto: iniciar ou não iniciar o processo dos «marqueses» antes das eleições legislativas de 2019 e levá-lo até ao fim – sendo eventualmente todos absolvidos… – antes das eleições presidenciais de 2021. Ela pode aliás começar por dar em breve ordem de prisão ao parceiro de Sócrates, o repetente Armando Vara, que tem conseguido protelar há quatro anos a execução da sentença a que foi condenado.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.