O saldo da balança comercial entre Portugal e os países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP) quase duplicou a favor de Portugal no primeiro trimestre deste ano, devido à forte diminuição nas compras a Angola e Brasil.

De acordo com os números da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o saldo da balança comercial de bens manteve-se positivo de janeiro a março deste ano, passando de 442 milhões para 851 milhões de euros.

Os dados, a que a Lusa teve acesso, mostram que as exportações mantiveram-se praticamente idênticas, tendo subido apenas 1,2%, pelo que a razão da inversão da balança comercial fica a dever-se à forte descida das importações, que passaram de 1,16 mil milhões para 770 milhões de euros, nos primeiros três meses deste ano, o que revela uma diminuição de 33,6%.

A AICEP organiza hoje e quarta-feira a conferência “Internacionalização da Economia” com o objetivo de reforçar as relações económicas entre os países lusófonos, um evento que conta com a participação dos países da CPLP e com as presenças dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e da Economia, António Pires de Lima.

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Na decomposição da balança comercial por países, é possível ainda detalhar que as exportações portuguesas para o Brasil e Angola, os dois maiores parceiros portugueses na lusofonia, não sofreram grandes alterações, ao contrário do que aconteceu com as compras de Portugal a estes dois países, que registaram diminuições de 32%, no caso de Angola, e de 38%, no caso do Brasil.

Angola e Brasil, de resto, são os maiores parceiros portugueses entre os países que falam português: no ano passado, as vendas de Portugal a estes países valeram 6,4 mil milhões de um total de 7,2 mil milhões, ao passo que as importações 3,9 de um total de 4,1 mil milhões de euros.

Olhando para o geral, a CPLP representou 10,64% do total das exportações portuguesas em 2013 e 6,4% de todos os bens e serviços que Portugal comprou ao exterior no ano passado, o que demonstra um crescimento de 5,2% das vendas nacionais e de 8,4% das compras ao mercado lusófono face aos valores de 2012.