O Banco Central Europeu decidiu aumentar em 900 milhões de euros o valor máximo de empréstimos de emergência que o banco central da Grécia pode dar aos bancos comerciais gregos ao abrigo do mecanismo Emergency Liquidity Assistance (ELA), passando assim para cerca de 90,4 mil milhões de euros.
De acordo com a agência Bloomberg, a decisão foi tomada esta quarta-feira pelo conselho de governadores do BCE.
Com esta decisão, avançada pela agência com base em fontes não identificadas, o banco central grego ganha uma margem ligeiramente maior para continuar a ajudar os bancos gregos, em grandes dificuldades devido à fuga de depósitos que se avolumou desde dezembro, altura em que foram convocadas eleições legislativas antecipadas.
As dificuldades dos bancos gregos aumentaram com os receios dos depositantes após a convocação do referendo à proposta dos credores internacionais, que se realizou no início de julho.
A situação levou mesmo o Governo grego a impor controlos de capitais e a decretar um feriado bancário, que terminou apenas esta semana. No entanto, algumas das medidas de controlos de capitais, como os limites aos levantamentos, mantêm-se.
Os bancos gregos têm sobrevivido desde o início de fevereiro com financiamento do banco central grego, depois do BCE ter decidido deixar de aceitar dívida pública grega com garantia nos empréstimos regulares que faz aos bancos comerciais da zona euro.
Os bancos continuam a pedir empréstimos ao BCE, mas usando outros ativos como garantia, o que faz com que grande parte do financiamento que recebem (e precisam) seja agora concedido pelo banco central grego.
Os empréstimos são dados pelo banco central grego e, ao contrário dos empréstimos do BCE, caso se materializem perdas estas são completamente imputadas ao banco central grego, e não repartidas pelos restantes bancos centrais do euro.
O BCE pode impedir que um banco central da zona euro conceda financiamento deste tipo por decisão do conselho de governadores, especialmente se colocar em causa a estabilidade de preços, mas a decisão depende muito da avaliação dos próprios bancos centrais.
A instituição liderada por Mario Draghi impõe ainda um teto, que é revisto semanalmente, dos empréstimos que os bancos centrais podem conceder aos bancos comerciais ao abrigo deste mecanismo – que só deve ser usado temporariamente, em situações de emergência, por tempo determinado e a bancos com problemas apenas de liquidez -, mas as decisões não são comunicadas oficialmente.