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Quem segue habitualmente o Observador sabe que vivemos para estes momentos que podem ficar na História. Se são imprevistos, mobilizamo-nos todos. Se estão iminentes, planeamos tudo ao detalhe. Aparentemente, teremos feito na redação mais reuniões do que as autoridades para preparar a cobertura de uma festa adiada há 19 anos e que haveria de se realizar em plena pandemia. O jornal, a rádio e a equipa multimédia tinham tudo planeado para tentar contar em textos, sons e imagens, de forma surpreendente, exaustiva e colorida, esta conquista do título pelo Sporting. O que é que podia correr mal? |
Algumas coisas, na verdade: |
- O backoffice, a plataforma onde inserimos os textos e o liveblog em que estávamos a narrar o jogo ao minuto, foi abaixo no preciso momento em que enviámos a notificação com o golo de Paulinho que colocou os leões a vencer. A avaria obrigou toda a equipa a uma série de malabarismos (e muita paciência) para conseguir continuar a contar a história desta longa noite de festa.
- O editor de Fotografia João Porfírio foi para as portas de Alvalade sem levar o capacete que usa habitualmente quando está perto de confrontos mais violentos. Quando a polícia avançou sobre os adeptos, ele estava no meio, e na atrapalhação da fuga deixou cair o material fotográfico, que ficou parcialmente danificado. Depois, para desajudar, no meio de tanta gente a usar redes sociais, a rede de internet era quase inexistente e demorou uma hora a conseguir enviar fotografias para a redação, que fica a 2 km — tinha chegado mais depressa a pé.
- O fotojornalista João Pedro Morais já estava no Marquês de Pombal quando começaram os confrontos entre polícia e adeptos junto ao estádio. Chamou um Uber para fazer essa curta viagem até Alvalade e o custo que lhe apareceu foi de 120 euros. Uns dez minutos depois lá baixou para 7 euros e fez a viagem, mas esqueceu-se do telemóvel na viatura — conseguiu recuperá-lo mais tarde depois de uma pequena odisseia.
- O jornalista André Maia tinha de apanhar um comboio depois do jogo para ir fazer diretos da festa em Lisboa. Quando chegou à estação, o comboio já lá estava e teve de correr. Deu um salto que o fez sobrevoar dez degraus mas aterrou mal e estatelou-se no chão, à frente de todos os passageiros. Levantou-se, ainda conseguiu entrar na carruagem já a apitar para o fecho de portas, e só depois percebeu que tinha o cotovelo esfolado.
- O jornalista multimédia Diogo Ventura subiu ao topo de um edifício do Marquês de Pombal para ter um vídeo com a melhor perspetiva possível da chegada do autocarro. Esteve 57 minutos em direto para o Facebook do Observador, ao mesmo tempo que gravava com outra câmara para o vídeo dos melhores momentos da noite e, em simultâneo, ainda se estreou num direto para a Rádio Observador: durante o direto esteve a fazer as três coisas ao mesmo tempo. Pequeno problema: quando finalmente o autocarro apareceu, a rotunda do Marquês encheu-se de fumo, embrulhando o veículo numa nuvem, e praticamente só os sons de festa permitiam ter a certeza de que os campeões estavam mesmo ali a passar.
- Na redação, a magia da rádio e do relato dos jornalistas João Filipe Cruz e Miguel Videira acabou por perturbar um pouco a experiência de quem estava a tentar seguir pela televisão, porque ouvia a descrição de golos, oportunidades e jogadas polémicas sempre antes de ver na televisão. Ninguém ia beber para esquecer, mas na sede do Observador estavam todos tão ocupados que se esqueceram de tirar do congelador umas minis para acompanhar as pizzas do jantar — e que acabaram por explodir.
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Mas, parafraseando uma frase de Ruben Amorim quando foi apresentado na época passada: “E se corre bem?” Correu muita coisa bem na cobertura desta festa: todos os percalços iam sendo superados ou disfarçados e este acabou por ser o jogo com maior audiência online de sempre da Rádio Observador. Outra frase do treinador campeão, o “Onde vai um vão todos”, também pode aplicar-se aqui: entre o estádio de Alvalade e o Marquês de Pombal foram colocados sete repórteres para irem narrando a passagem do autocarro, como se fosse uma corrida por estafetas, em que um acompanhava o percurso em direto até ao local onde estava o repórter seguinte. Quase todos se queixaram do fumo à volta da viatura, que dificultava momentaneamente a visão. |
Qual foi o adepto mais novo encontrado nos festejos? O Diogo Varela entrevistou o pai de um bebé de 3 meses junto à Cidade Universitária, e que não achou nada perigoso: “É bom, que é para ele saber, desde cedo, o que é o Sporting”. Já o João Alexandre viu o bebé Duarte, ainda na barriga da mãe, a ser beijado pelo pai, ajoelhado em plena Praça do Marquês de Pombal. |
O Tomás Anjinho Chagas, que no intervalo do jogo relatou os confrontos entre a polícia e adeptos junto ao estádio, encontrou depois um grupo de adeptos de Porto de Mós que comprou uma carrinha velha por cem euros e passou meses a arranjá-la e a pintá-la com o emblema do Sporting, de propósito para festejarem a conquista do título em Lisboa. |
No Núcleo Sporting Solar do Norte, no Porto, onde esteve a repórter Ana Catarina Peixoto, o golo do Sporting foi celebrado em três ritmos diferentes: o da emissão da Rádio Observador e o das televisões das duas salas, que também tinham diferenças de tempo entre elas. Se neste núcleo ainda houve bifanas e caldo verde, já no mítico Café Brasil, em Coimbra, a jornalista Inês Baptista não conseguiu comer nada: esgotou tudo antes do jogo. O proprietário do estabelecimento disse mesmo ao microfone da Rádio Observador: “Nem carne, nem arroz, nem pão. Acabou tudo, só não acaba o Sporting”. |
Em busca das raízes de Rúben Amorim, a jornalista Mariana Fernandes entrevistou o antigo presidente do Pontinha, o primeiro clube do atual treinador do Sporting, e deu-lhe a novidade de que Amorim tinha sido capitão — o dirigente já não se lembrava. E o jornalista João Gama, que esteve a assistir ao jogo em Almada, a terra onde vive o técnico, apanhou no Solar dos Leões uma adepta a fazer uma declaração de amor: “Ó Rúben Amorim, eu amo-te de paixão!” |
O Miguel Cordeiro e o Hugo Silva, com a Inês Santos na produção, levaram a emissão especial até perto das 5 da manhã. Quando acabaram os diretos, os jornalistas João Alexandre, André Maia e Miguel Viterbo Dias encontraram-se no Saldanha para voltarem juntos, mas o táxi mais próximo estava a 20 minutos, pelo que acabaram por regressar à redação a pé. Lá encontraram o editor de desporto Bruno Roseiro, que publicou o último artigo às 6h30. Poucas horas depois, antes de almoço, já estava em telefonemas para tentar ajudar a perceber o que tinha falhado na organização da festa e na “manifestação” da Juventude Leonina, para terem estado concentrados tantos milhares de adeptos juntos com uma pandemia ainda por controlar. A longa noite de festa pode ter acabado, mas a cobertura da polémica continua três dias depois. |
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