1. Certamente influenciado pelo efeito das sondagens, o PSD resolveu fazer algo raro nos últimos tempos: surpreender pela positiva. No dia em que Duarte Lima dava entrada na prisão da Carregueira para cumprir pena pelos crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais, o partido liderado por Rui Rio informou as redações que tinha sido iniciado o processo disciplinar com vista à expulsão do ex-líder parlamentar social-democrata nos anos 90 por infração dos seus deveres de militante para com o partido.

Esta é uma decisão que só merece aplausos por três razões:

  • Porque credibiliza o PSD enquanto partido que luta contra os abusos cometidos pelos seus militantes;
  • Porque os cidadãos conotam, e bem, a ascensão económica e social de Duarte Lima com a sua carreira política ao serviço do PSD. Lima só teve os negócios que teve como advogado devido à rede de contactos que ganhou como político nacional. Como disse Luís Marques Mendes este domingo, a ação disciplinar do PSD é uma questão de “higiene política”;
  • E porque respeita o legado histórico do partido iniciado pelo próprio Marques Mendes que, enquanto líder do PSD, recusou na década passada apoiar Isaltino Morais e Valentim Loureiro nas respetivas recandidaturas autárquicas por serem arguidos em processos judicias relacionados com o exercício de funções públicas. Ambos viriam a ser condenados mais tarde, sendo que Isaltino cumpriu mesmo pena de prisão por fraude fiscal qualificada.

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