Nos últimos dias, os jornais têm-se feito porta-vozes de várias notícias desarticuladas oriundas de vários órgãos estatais acerca do aumento do envelhecimento da população portuguesa e, concretamente, do seu impacto negativo sobre o desenvolvimento económico. Apesar do carácter técnico da questão, nada é mais importante para países como Portugal do que o imparável envelhecimento da população e as suas consequências a todos os níveis da sociedade, desde o estado de saúde e a percentagem crescente de reformados, bem como o impacto sobre o desenvolvimento.

Num país que cresceu em média menos de 1% ao ano desde 2000 e onde a população diminui há anos seguidos, o envelhecimento da está devidamente estudado desde 2014, retrospectiva e prospectivamente, prevendo-se que daqui a 30 anos Portugal poderá baixar para 8 milhões de residentes cada vez mais envelhecidos, seria tempo suficiente para conhecer os múltiplos impactos do envelhecimento a todos os níveis da sociedade. Contudo, os sucessivos governos não produziram desde então rigorosamente qualquer conhecimento sobre esses impactos efectivos e potencias, e muito menos fizeram algo de útil nesses múltiplos planos, desde a idade, o montante e o financiamento das reformas até ao equilíbrio entre jovens e idosos no mercado do trabalho, passando pelas modalidades e pelo custo dos cuidados de saúde.

O índice internacional de envelhecimento – isto é, o rácio entre as pessoas com 65 ou mais anos e as crianças e adolescentes até aos 15 – coloca Portugal em terceiro nos países da UE e aquele que está a aumentar mais depressa. Na realidade, se bem que a esperança de vida dos Portugueses seja razoável, ela não é extraordinária. O aumento do envelhecimento deve-se, sobretudo, ao baixíssimo índice de fecundidade, isto é, o número de filhos por mulher fértil, o qual vem a baixar desde 1980 – há quase 50 anos! – sem que o Estado fosse capaz de fazer alguma coisa!

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