É compreensível que tenhamos pegado no conhecimento e tenhamos construído a ciência. E que, a partir dela, tivéssemos chegado à técnica. E que tenhamos democratizado a técnica a ponto dela romper barreiras geográficas e chegar a mais pessoas. E que, com isso, tenhamos “normalizado” produtos, “normalizado” comportamentos ou “normalizado” aprendizagens. E que se tenha criado esta ideia, com a qual vivemos, que o mundo da ciência e da técnica é um mundo civilizado, mais democrático, mais amigo do conhecimento e amigável para com as pessoas. E tudo o que lhe ficasse aquém fosse um bocadinho “pré-histórico”.
O mundo, a escola e, até, a política tecnocratizaram-se. E, ao mesmo tempo, criou-se a ideia que quanto mais tecnocrático e mais burocrático o mundo fosse mais leal e mais justo se tornaria. E menos vulnerável à “pequena corrupção”. Como se a quantidade de formulários, os concursos e as avaliações de desempenho, por exemplo, fossem sinónimo de um mundo mais evoluído. Mais ancorado no conhecimento. E mais igualitário. E, por consequência, mais humano.
Ao mesmo tempo, a escola tornou-se obrigatória. Por mais anos. E para todos. (Felizmente!) Por mais que ela continue a achar que as crianças devem aprender da mesma maneira e à mesma velocidade. E replicasse um modelo que, ao mesmo tempo que castigava quem copiava premiava quem repetia. E supusesse que aprender, claro, as “obrigasse” a estar quietas, atentas e caladas. E, quando desenhassem uma casa, que elas se “normalizassem. Mesmo que, para tanto, “tivessem”, todas, de pintar o telhado de vermelho.
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