Automóveis, distribuição, tecnologia: estes são os três setores em que as empresas alemãs marcam uma posição dominante no mercado português e onde também concentram mais trabalhadores. Um ranking onde Autoeuropa, Lidl, Bosch, Siemens e Continental Mabor surgem como as cinco companhias germânicas que mais emprego geram no país — juntas somam cerca de 20 mil trabalhadores — , contribuindo assim para que as empresas com origem alemã sejam já, depois do Estado, as maiores empregadoras em Portugal, revela o Diário de Notícias.

Na semana em que a chanceler Angela Merkel está de visita ao país, as empresas e a atividade económica são, aliás, um dos focos de atenção. De acordo com os números avançados por Hans-Joachim Böhmer, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), ao Dinheiro Vivo, Os dados oficiais revelam que as empresas alemãs são responsáveis por cerca de 35 mil empregos diretos em Portugal, mas sabemos que são mais. Calculamos que sejam aproximadamente 50 mil. A estes juntam-se os empregos indiretos, que não conseguimos quantificar, porque muitas indústrias alemãs têm fornecedores locais”, afirmou.

Contas feitas, as 400 empresas alemãs que operam em Portugal registaram em 2016 um volume de negócios próximo dos dez mil milhões de euros — quase metade desse valor resultou de vendas para o estrangeiro. Neste campo, o setor automóvel é o mais importante, com destaque para a fábrica da Volkswagen, em Palmela, que responde pelo maior volume de negócios, vendas para o exterior e número de funcionários: 5.700 pessoas.

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O responsável pela CCILA recorda que a ligação da Alemanha a Portugal é longa. “Já nas décadas de 1970 e 1980 vieram para cá em força. Muitas ficaram e hoje estão a investir fortemente, como a Bosch, a Continental Mabor ou a Volkswagen, que é provavelmente um dos maiores investimentos estrangeiros de Portugal”, destaca. Ainda assim, reforça, o investimento alemão começou a perder força nas últimas décadas. “Com a queda do Muro de Berlim, Portugal saiu um bocadinho do radar das empresas alemãs. A CCILA está a tentar reativar o nome do país na Alemanha e já vemos alguns efeitos. A Eberspächer abriu uma fábrica em Tondela, no ano passado, e criou 550 empregos”, destacou Miguel Franco.

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