Luís Montenegro admite ir a eleições legislativas com uma solução pré-eleitoral que envolva o CDS e várias figuras independentes. “Ainda não tomamos uma decisão, mas estamos abertos a poder dialogar com esses partidos e com muitos cidadãos independentes. Não excluímos a possibilidade de haver uma frente mais alargada [incluindo com o CDS]”, afirmou o líder do PSD.

De resto, este cenário já tinha sido antecipado pelo Observador, como se contava aqui. Os sociais-democratas continuam a estudar uma eventual coligação com o CDS e vão decidir até 12 de janeiro. Montenegro elegeu como prioridade a captação de independentes para as listas e as diligências já começaram.

Em entrevista à SIC, Montenegro reiterou também que não será primeiro-ministro se perder as eleições legislativas. “Só governarei o país se ganhar eleições. As eleições também servem para dar uma opinião sobre o primeiro-ministro que querem”, argumentou.

[Já saiu: pode ouvir aqui o quarto episódio da série em podcast “O Encantador de Ricos”, que conta a história de Pedro Caldeira e de como o maior corretor da Bolsa portuguesa seduziu a alta sociedade. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui e o terceiro episódio aqui.]

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Desafiado a dizer o que fará caso perca as eleições legislativas e seja obrigado a decidir se viabiliza ou não um governo socialista, Montenegro não se comprometeu com uma resposta, deixando nas mãos do partido qualquer decisão —  algo que pode sugerir que deixará a liderança social-democrata se perder as eleições legislativas.

O líder do PSD disse também ser indiferente às eleições internas do PS, assegurando estar pronto para enfrentar qualquer um deles. De resto, Montenegro responsabilizou os dois candidatos pelos oito anos de governação socialista. Ainda assim, o social-democrata apontou em especial a Pedro Nuno Santos.

“Pedro Nuno Santos transporta em cima uma convicção muito profunda de governar com BE e com o PCP. E não esconde isso. Está também associado a três trapalhadas”, criticou Montenegro, falando na questão do novo aeroporto que não saiu do papel, a indemnização de 500 mil euros Alexandra Reis e a “embrulhada” toda à volta da TAP.

O líder do PSD falou ainda de Pedro Passos Coelho e da proposta de aumento do Complemento Solidário para Idosos que apresentou no Congresso do partido. Questionado se o teria feito para cortar com o “trauma” que existe em relação ao governo que concluiu o memorando da troika, Montenegro reconheceu esse “estigma”, mas disse ter “muito orgulho” por ter sido líder parlamentar de Passos Coelho.

PSD mantém coligação em aberto. Montenegro à caça de independentes