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O secretário-geral do Partido Socialista (PS) , António Costa (C), ladeado por José Luis Carneiro (E), e pelo presidente do partido, Carlos César (D), durante a reunião da Comissão Nacional do PS, para aprovar a data e as alterações ao regulamento do XXIII Congresso, previsto para 10 e 11 de julho, bem como as datas da eleição do secretário-geral e da presidente das Mulheres Socialistas, em Lisboa, 20 de março de 2021. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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PS quer manter os seus presidentes de câmara nesse papel — e não no papel de candidatos — o máximo de tempo possível

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

PS quer manter os seus presidentes de câmara nesse papel — e não no papel de candidatos — o máximo de tempo possível

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

PS pronto para dramatizar se oposição forçar crise pós-autárquicas

Direção socialista vai empurrar "lá para junho" o tiro de partida para autárquicas. Parte tranquila, mas com avisos à oposição para o que pode acontecer se alguém tentar leitura nacional do resultado.

“Qual é a pressa?” A pergunta vem com o seu quê de ironia, faz parte da antologia política nacional depois de o então líder do PS, António José Seguro, a repetir várias vezes, em 2013, para tentar travar o grupo de António Costa no desafio à sua liderança. Agora é usada na direção do PS que lhe sucedeu — precisamente a de Costa — para responder à pergunta “então e as autárquicas?”. Ao contrário do PSD, a direção do PS não deu ainda um passo em direção a esse capítulo que atira “lá para junho”. Quanto mais tempo o partido estiver à cabeça das 159 autarquias que conquistou em 2017, melhor. Mas se não há pressa, já há uma fasquia mínima e várias contas que se fazem ao estado em que tudo ficará para lá das autárquicas. No PS só se antevêem dois cenários pós eleições: ou fica tudo como está no Governo, ou o Governo sai reforçado (e com maioria absoluta?).

“Tem de ser uma coisa o mais tardia possível”, adianta um alto dirigente do partido ao Observador quando questionado sobre o fecho da lista oficial de candidatos do PS. E — lá está — “qual é a pressa?”, atira outro. Em 2017, ano de autárquicas, o partido fez a Convenção Nacional Autárquica no início de maio, agora essa apresentação não ocorrerá antes de junho, a apenas três meses do tempo para as eleições (que terão de ser marcadas pelo Governo para algures entre 14 de setembro e 14 de outubro). Mas “o que é que ganha o PS em avançar com o processo mais cedo? Nada”, pergunta e responde um dirigente que explica a estratégia: “O PS tem a maioria dos presidentes de câmara. E esses têm de estar o maior tempo possível como presidente de câmara e não como candidatos”.

A direção socialista está convencida que o PS vai “ganhar bem as autárquicas” e que isso só pode ser posto em perigo por uma “grande calamidade”. É mesmo colocada uma fasquia mínima (que é a máxima para o partido): “Derrota seria perder a Associação Nacional de Municípios e a Associação Nacional de Freguesias”, cuja direção pertence ao PS que tem a maioria das presidências de câmara e de freguesia. Tudo o que não seja isso é ganho”, diz fonte do partido que lembra que o PS teve o melhor resultado de sempre em 2013 e em 2017 voltou a superar esse recorde, pelo que “só por milagre pode ter um melhor resultado do que em 2017”. Baixar a fasquia para logo a seguir colocá-la novamente no máximo: “O PS tem uma tal vantagem sobre os outros que muito dificilmente não tem uma vitória clara, mantendo as duas”, ANMP e Anafre. Ou seja, a vitória espera-se “clara” mas não para lá do que já é recorde no partido.

Win-win socialista. Leitura nacional reforça o PS ou enfraquece a oposição

Também há um aviso para a oposição, em cada uma das entrelinhas dos discursos socialistas quando o tema é autárquicas: António Costa não admite leituras nacionais de qualquer resultado. O velho fantasma do “pântano” de António Guterres não assusta e não é apenas pela confiança num resultado positivo desta vez (mais provável do que o era em 2001), mas também porque o reverso dessa medalha pode ser pior para a oposição.

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PS acredita que o trauma do PEC IV pode travar o afastamento do Bloco de Esquerda

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O raciocínio da liderança socialista nessa altura é que se a oposição transformar as autárquicas numa avaliação do Governo, isso poderá trazer um resultado ainda melhor para o PS. “Será um erro” para a oposição, afirma um alto dirigente do partido que lembra até um capítulo de peso na história política nacional: quando em 1987 o PS se juntou ao PRD para aprovar uma moção de censura para derrubar Cavaco, este teve duas maiorias absolutas de seguida. Costa nunca teve tais condições políticas e, nesta fase da pandemia, segue animado pelos níveis de popularidade que vão sendo apontados pelas sondagens. Se alguém pedisse a sua cabeça, o PS acredita que mais depressa devolveria na bandeja uma maioria absoluta do que o escalpe do líder.

O outro exemplo da história política que é relembrado no PS é mais recente e serve mais de aviso para as afrontas que possam vir da esquerda, no pós-autárquicas, tentada a explorar eventuais fragilidades que surjam de um PS já muito encostado ao seu limite máximo. “O Bloco de Esquerda também chumbou o PEC IV [em 2011] e depois…“, depois viu encolher de forma exponencial a sua bancada parlamentar, nas eleições antecipadas que daí resultara e passou de 16 para oito deputados.

O raciocínio da liderança socialista nessa altura é que se a oposição transformar as autárquicas numa avaliação do Governo, isso poderá trazer um resultado ainda melhor para o PS — quem sabe, a sonhada maioria absoluta

Mas o que sai afinal destes dois exemplo? Se a moral de 1987 é que uma colagem à oposição nesta altura pode resultar no reforço do Governo que se quer abater, a moral de 2011 é que quem desestabiliza acaba prejudicado eleitoralmente — a velha história de “os portugueses não perdoam o oportunismo”, que em entrevista ao Observador António Costa já tinha atirado ao BE a propósito do Orçamento para 2021.

Houve conversas para acordo autárquico com o PCP mas avançam como há 4 anos: sem pactos

Em suma, na cúpula socialista, as autárquicas são vistas como uma situação ganhadora, qualquer que seja a perspetiva. Mesmo quando essa implica outro tipo de contas, como as que António Costa faz de ano a ano, a cada Orçamento do Estado, para compor a geometria variável mais conveniente — sobretudo desde o último em que perdeu o BE — para fazer passar o principal instrumento de governação. E isto porque o PCP parte para as autárquicas nervoso, já que em 2017 perdeu dez câmaras, nove delas para o PS.

Antes do processo autárquico se iniciar, PS e comunistas falaram, segundo apurou o Observador. Os socialistas quiseram saber se, nesse capítulo, havia abertura para algum negócio, mas a resposta do PCP não surpreendeu, foi a mesma de há quatro anos: “Uma coisa são as autárquicas, outra a governação“, garante um socialista que esteve nessas conversações. “Perguntamos sempre ao PCP se querem falar no plano autárquico”, explica, assegurando que “nunca existiram esses pactos”, quando questionado pelo Observador sobre a existência de acordos de não-agressão entre as duas partes.

PCP recupera dinossauros autárquicos, PS quer “jóia da coroa”. Pacto de não-agressão para salvar OE é “mito”

Sem este peso às costas, para estas autárquicas o PS aposta sem pudores em ficar com a maioria das câmaras do distrito de Setúbal (território comunista) e com a própria capital de distrito, aproveitando a saída de Maria das Dores Meira, a emblemática autarca comunista que vai tentar recuperar Almada para o partido depois da traumática perda para o PS em 2017. Isto embora a aposta do PS para Setúbal — que seria um ganho assinalável — não tenha sido a mais desejada pelo partido que sonhava com uma figura nacional para roubar esse bastião comunista. Ana Catarina Mendes acabou por não avançar para a Câmara, apresentando candidatura apenas para presidir à Assembleia Municipal.

PS e PCP chegaram a falar sobre autárquicas, mas comunistas recusaram acordo. Nas eleições locais, vai cada um por si. E ambos acreditam que isso não influenciará as negociações a nível nacional

Estas serão as contendas mais tensas com o PCP e estão longe de significar que exista um problema entre os dois partidos. “Essa ferida com o PCP não existe”, garante-se no PS. Com os comunistas “existem dois níveis de diálogo completamente distintos”, um deles é o autárquico onde só disputam autarquias um ao outro, por isso não há como não existirem alguns confrontos. Já se isso contamina o Orçamento, a convicção dos dois lados é que não.

Aliás, no PS só há um cenário em que o PCP não resistiria à tentação de correr para o lado de lá da barricada: “Se o PS ficasse fragilizadísismo” nas autárquicas. E esse — já se viu — está afastado das contas socialistas. Até ver.

Lisboa. PS olha para outros voos de Moedas e prepara pós-Carreiras em Cascais

Projeções feitas ainda antes das notícias do nó que surgiu numa das câmaras que o partido dá por confortavelmente garantidas: Lisboa. O caso envolve o vereador do urbanismo de António Costa, Manuel Salgado, e que depois transitou para o executivo de Fernando Medina e é um caso bicudo que na CML, mas visto como tendo um timing suspeito. E isto porque já aconteceu em julho de 2017, quando saíram notícias sobre três investigações em curso, a três meses das autárquicas. Agora faltam cinco meses para as mesmas eleições, por isso a convicção no círculo de Medina está formada.

O tema foi aproveitado pelo opositor Carlos Moedas, que usou palavras recentes de Fernando Medina para tocar no nervo do PS, num paralelismo com a Operação Marquês — que envolve, à cabeça, o ex-líder socialista José Sócrates. A posição incomodou os socialistas, com a estrutura de Lisboa a vir logo afirmar que “os autoproclamados ‘novos tempos’ trouxeram afinal o pior da velha política”. Sérgio Cintra, presidente da concelhia de Lisboa do PS, disse ainda que “em tão pouco tempo”, Moedas “já desistiu de apresentar ideias, ou do que garante repetidamente ser uma nova forma de fazer política, pela positiva”. 

Os socialistas desconfiam do "timing" das buscas que envolvem o antigo vereador Manuel Salgado

LUSA

Apesar de tudo, a cúpula socialista espera uma “eleição civilizada” em Lisboa, convencida que está que o objetivo de Moedas nesta corrida é sobretudo marcar terreno no PS, mais do que ganhar uma câmara concreta. Ou seja, dá a autarquia por reconquistada, com ou seu maioria absoluta — recorde-se que Medina a perdeu em 2017, quando Costa a tinha desde 2013.

Quanto ao resto do distrito, o PS tem mais seis câmaras (Azambuja, Amadora, Arruda dos Vinhos, Cascais, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira) e o objetivo é manter todas. Quanto às localidades onde o PS é oposição (Cascais, Loures, Mafra e Oeiras), especial enfoque para Cascais, onde Carlos Carreiras está à beira da limitação de mandatos e o PS está a preparar “um nome com futuro” que apresentará brevemente, diz ao Observador o líder do PS-Lisboa, Duarte Cordeiro. A ideia é preparar já um candidato que possa marcar terreno para a eleição de 2025.

Em Loures, o raciocínio é semelhante e o PS avança com o deputado Ricardo Leão como candidato — hoje é presidente da Assembleia Municipal e oficializa a candidatura no domingo, numa apresentação que decorrerá no Mercado de Levante de Sacavém, em formato drive-in. Pandemia oblige a este formato ao estilo Joe Biden, nas últimas presidenciais nos EUA, embora a estreia drive-in em palcos nacionais já tenha sido feita por André Ventura, nas últimas presidenciais. Em Oeiras, onde reina Isaltino Morais (mais uma vez) desde 2017, a travessia do deserto ainda se adivinha longa, e o PS avança com Fernando Curto, presidente da associação nacional de bombeiros.

Quanto a câmaras socialistas, na área urbana de Lisboa existem duas em que os candidatos serão novos: Vila Franca de Xira, onde avança o deputado Fernando Paulo, e na Azambuja, onde o candidato do partido vai ser o vice-presidente da Câmara Silvino Lúcio. Nas restantes câmaras socialistas, a intenção da direção federativa é que se mantenham como candidatos os atuais presidentes.

Duarte Cordeiro garante que no partido estão “confiantes” que, em Lisboa, vão conseguir “renovar os mandatos nas câmaras geridas pelo PS e reforçar a votação neste território”. E explica que “nas câmaras de oposição as decisões são tomadas e as candidaturas apresentadas até ao final do mês” de maio, enquanto nas restantes essa oficialização só terá de acontecer até ao final de junho. “Neste momento o foco é prosseguirem o seu trabalho no combate à pandemia e na recuperação económica e as decisões ficarão para mais tarde”, explica Duarte Cordeiro dando voz à diretiva da direção nacional para as estruturas distritais.

Porto. A terceira via e as guerras “fratricidas”

Os candidatos estão praticamente todos decididos, a maioria dos concelhos — assim como a presidência da Área Metropolitana do Porto — está atualmente nas mãos do PS e não se antecipam grandes reviravoltas eleitorais. É este o retrato da corrida autárquica que os socialistas desenham no Porto, faltando fechar uma (grande) pasta: definir e anunciar o candidato à capital do distrito, onde já se antecipa, nas hostes do PS, uma derrota clara para Rui Moreira.

Depois de semanas de indecisão com um dilema em cima da mesa — a dúvida era entre o repetente (e agora eurodeputado) Manuel Pizarro e o nº2 do PS, José Luís Carneiro –, a estrutura local do PS Porto decidiu virar-se para uma terceira hipótese e pronunciar-se maioritariamente a favor do presidente da concelhia, Tiago Barbosa Ribeiro. Conforme o Observador apurou, essa tendência tem vindo a solidificar-se em várias reuniões da estrutura, incluindo um encontro que aconteceu há duas semanas e em que a maior parte das pessoas apoiou a ideia.

Tiago Barbosa Ribeiro pode funcionar como uma terceira via para o Porto, onde José Luís Carneiro e Manuel Pizarro foram dados como hipóteses

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A lógica de escolher Barbosa Ribeiro como uma espécie de terceira via passa por apresentar o candidato como uma aposta para o futuro — no PS ninguém acredita que haja hipóteses de ‘roubar’ a autarquia ao independente Rui Moreira, pelo que as fichas são colocadas nas autárquicas de 2025, e Barbosa Ribeiro é o candidato a candidato mais novo. Além disso, as sucessivas notícias a dar nota de possíveis candidaturas de Pizarro e Carneiro pareceram a algumas fontes locais “fratricidas”, pelo que a terceira via ganhou ainda mais força.

O objetivo no Porto, segundo fonte da direção do partido, passa por manter o PSD afastado e essa ambição é possível com Rui Moreira na competição. Tira-se pressão desde já, apontando para a análise do eleitorado no município, com o PS convicto de que perdeu a pouca influência que mantinha, sobretudo junto do eleitorado mais idoso. Na cidade, os socialistas apenas ganharam eleições logo em 1976 e mais tarde, com Fernando Gomes, em 1989 (sendo renovado o mandato em 1993 e 1997, saiu dois anos depois para o Governo), aproveitando uma contenda do PSD. Assim, neste momento, o objetivo é “poucochinho”:  “É essencial que seja o Rui Moreira o presidente para não ser o PSD”.

O dilema do concelho do Porto, que deverá ficar fechado no próximo mês, é o caso mais complicado num distrito que o PS domina — os socialistas governam onze de dezoito concelhos e nenhum desses está “em fim de ciclo”, ou seja, não há nenhum presidente de câmara em exercício de funções que esteja a terminar o seu ciclo máximo de três mandatos seguidos, o que na ótica dos socialistas traz menos hipóteses à oposição de conquistar aquelas autarquias. O PS aposta ainda num bom resultado numa das câmaras que ainda não são suas, Vila do Conde, onde concorre o vereador Vítor Costa.

De resto, há conflitos — internos — em dois concelhos: em Paços de Ferreira, o atual presidente, Humberto Brito — que entregou ao PS a sua primeira vitória na autarquia — entrou em conflito com a concelhia, que disse publicamente que apoiaria a recandidatura mas mediante “condições”. Brito reagiu no Facebook, anunciando que nestes termos e com “este PS” em Paços de Ferreira se recusaria a ser candidato. Mas a federação portuense decidiu mesmo avocar o processo e aprovou o nome de Brito, pondo fim ao braço de ferro local.

Outro foco de tensão é o concelho da Maia, onde em 2017 Francisco Vieira de Carvalho — filho do autarca histórico Vieira de Carvalho, que foi um ‘dinossauro’ reeleito sucessivas vezes pelo PSD e CDS — conseguiu um resultado muito acima das expectativas ao candidatar-se por uma coligação PS/Juntos pelo Povo, com 36,63% contra os 39,95% do PSD. O PS espera, por isso, conseguir desta vez esbater essa diferença e conquistar uma câmara que só ganhou uma vez desde 1976, mas as divisões no PS local quanto ao apoio a Vieira de Carvalho dificultam o processo e fonte local diz temer que o nome “não passe na concelhia”. O atual vereador na Maia anunciou entretanto no Facebook que é “candidato”… mas sem dizer por que partido, ou se o será na condição de independente.

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