Enquanto dormia… |
… Luís Montenegro estaria a rever palavra por palavra a mensagem que Marcelo Rebelo de Sousa lhe tinha transmitido nos cumprimentos natalícios que, como habitual, o Governo apresenta em Belém. Depois das palavras do primeiro-ministro que salientou a relação institucional com o Presidente, Marcelo não retribuiu os elogios. “Não basta solidariedade institucional, que continua a ser boa. Não é suficiente. Tem de haver no presente a cooperação estratégica. Ela exige estabilidade, segurança e previsibilidade”, declarava Marcelo que já em momentos anteriores não tinha escondido frustração pelo que considera ser a pouca partilha de informação do Governo com a Presidência. Ninguém se esquece das palavras de Marcelo em relação à convivência com Costa: “Éramos felizes e não sabíamos”. O Governo tentou afastar polémicas. Seria António Leitão Amaro, ministro da Presidência, a tentar pôr água na fervura: “é uma relação feliz, e nós sabemos”. |
Os membros do Governo chegaram ao Palácio de Belém num autocarro elétrico da Carris onde se lia: “Eu ando cheio de energia”. Montenegro tem pedido ação aos seus ministros. E, nos cumprimentos de ontem, o Presidente fez questão ainda de notar “o esforço feito pelo governo mas em particular pelo senhor primeiro ministro para estar em toda a parte ao mesmo tempo” nestes oito meses de governação “de corrida contra o tempo. Um dia perdido às vezes pode ser irrecuperável”. Depois do puxão de orelhas de Belém, o Conselho de Ministros respondia a uma crítica anterior de Marcelo: o Governo aprovava a estratégia nacional para as pessoas em situação de sem abrigo. |
A energia do Governo sofreu, ontem, novo revés no Parlamento. A unidade de controlo de estrangeiros e fronteiras dentro da PSP proposta pelo Governo foi chumbada com os votos contra do Chega e do PS, o que levou o PSD e o Governo a atacar, novamente, as coligações entre os dois partidos. Pedro Nuno Santos, líder socialista, apelidou de descaramento e falta de vergonha essa insistente tentativa do colar o PS ao Chega. Afinal, declarou ontem aos seus deputados, é o PSD que tem um “acordo com o Chega” nos Açores e na Madeira. Foi também no Parlamento que o Governo viu ser votado pelo Chega e PS o relatório desfavorável à indigitação de Ricardo Ferreira Reis para a AMT. O que escreveria Alexandre O’Neill sobre o Portugal de hoje? “Ó Portugal, se fosses só três sílabas”. |
António Costa tem hoje o seu primeiro Conselho Europeu. O novo presidente vai inaugurar um novo formato — um dia com menos conclusões escritas — e optou por não participar no debate de preparação que decorreu ontem, no qual António Costa já foi atacado pelos antigos “parceiros” de coligação em Portugal. No Conselho Europeu desta quinta-feira participará Volodymyr Zelensky. O Observador conta-lhe ainda como está a ser a participação dos militares norte-coreanos na guerra na Ucrânia. “Carne para canhão”, havendo relatos sobre as alegadas dificuldades de comunicação, erros de organização e até estarem a ser apanhados por fogo amigo dos russos. Este é o tema também da História do Dia. |
Um presente do Santa Cla(ra)us para os sportinguistas. O Sporting passou, a custo, o Santa Clara na Taça de Portugal. Em Alvalade os adeptos tiveram de esperar (e sofrer) pelo fim do prolongamento para gritar vitória, num jogo demonstrativo da ansiedade que se vive no clube agora comandado por João Pereira e após a saída de Rubem Amorim. Pedro Henriques, no entanto, fala dos erros de arbitragem que podiam ter dado outro descanso aos sportinguistas. Penáltis (Hélder Malheiro recebeu uma nota do ex-árbitro de 3 em 10) sobre Gyökeres que voltou a ser decisivo. Hoje é dia do Benfica recuperar (ou tentar, se o tempo permitir) o jogo em atraso contra o Nacional da Madeira para a Liga. |
19 de dezembro de 1924. Nascia Alexandre O’Neill. Foi há 100 anos. “Somos todos muito iguaizinhos, todos muito contentes, e o O’Neill era ultra-crítico disso. Se o O’Neill fosse vivo agora, seria absolutamente maravilhoso o modo como ele olharia para esta sociedade que nos rodeia”, aponta o professor de literatura Fernando Pinto do Amaral. O poeta “caixa d’óculos” foi um precursor do surrealismo em Portugal. “Não temos muitos poetas assim”, defende Pinto do Amaral. |
A 31 de julho de 1992 a Polícia Judiciária encontra o corpo de uma mulher num barracão na Póvoa de Santo Adrião. Ficou conhecido como o caso do estripador de Lisboa e é relatado no nosso mais recente podcast narrativo. É uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas que desafiou a polícia. Já pode ouvir o primeiro episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, narrada pela atriz Inês Castel-Branco e com banda sonora original de Mário Laginha. Se é nosso assinante pode ter acesso imediato aos seis episódios. E hoje é o tema do Contra-Corrente. Para participar no programa com José Manuel Fernandes e Helena Matos ligue para 910024185. |
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Tenha em atenção, se estiver em Lisboa, que a partir de hoje os hospitais de Santa Maria, São José e São Francisco Xavier vão condicionar o acesso à urgência geral de adultos. |
Uma boa quinta-feira |