Vamos a factos e números, só assim seremos sérios e justos!

Em 2022, o peso do Turismo na economia atingiu cerca de 30 mil milhões de euros, representando 12.2% do PIB Português.  Trinta mil milhões de euros que serviram para pagar impostos ao Estado. Trinta mil milhões de euros que serviram para pagar salários. Trinta mil milhões de euros que impediram empresários de fechar portas e trinta mil milhões de euros que permitiram a muitos portugueses continuar a ter um emprego e sustentar as suas famílias.

O Turismo representa já 18% do total de exportações dos serviços por contemplar muito mais que hotelaria e restauração. Mesmo com as incertezas criadas por uma pandemia, por duas guerras em curso e com a subida generalizada dos preços, o Turismo, no nosso País, continua a bater recordes e a ser um dos principais motores da economia. São factos e números!

Contudo, a relevância para a economia portuguesa, vai muito além da contribuição direta para o PIB. O sector tem um impacto indireto muito significativo em outras áreas da economia como por exemplo nos transportes. Por isso, a emergência da tomada de decisão sobre a localização do novo aeroporto é, em nosso entendimento, demasiado evidente.

O consumo dos turistas de produtos locais e de serviços, para além do alojamento, ronda os 75% do total dos gastos durante a estadia, o que aumenta e evidencia o seu impacto económico.  Não podemos omitir outro aspeto fulcral: a criação de empregos. Os gastos dos turistas nas mais variadas áreas fizeram com que fossem criados mais de 110 mil empregos na economia portuguesa.

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Nos mais recentes debates televisivos continuamos a ouvir o Bloco de Esquerda e outras forças políticas deste quadrante, numa cegueira ideológica, a diabolizar o Turismo, defendendo regulamentação excessiva, contribuições extraordinárias aos proprietários de alojamento local, mais impostos, numa senda de ataque, tão somente por este ser um setor maioritariamente privado.

Assistimos, do lado do Partido Socialista, com o apoio do Bloco de Esquerda através do Mais Habitação, a um ataque direto e implacável de asfixia ao Alojamento Local. No debate com Luís Montenegro, Mariana Mortágua afirmou que a Baixa de Lisboa e do Porto tinham mais alojamento local que pessoas. Foi desmentida num fact check, com base em números e factos.

Relembro que a Nova School of Business & Economics apresentou um estudo sobre Alojamento Local, no qual e partindo do princípio que a procura do total de turistas que se hospedaram em 2019, continuará a ser de 38 milhões de dormidas por ano. O total adicional de dormidas que os hotéis podiam albergar iria ser de aproximadamente 15 milhões. Ou seja, na ausência de AL, mais de 23 milhões de dormidas não iriam acontecer, e perder-se-iam 4,7 mil milhões de euros das despesas dos turistas em serviços, cultura e outros bens, o equivalente a 2,2% do PIB nacional.

Não podemos, em política, moldar nem factos, nem números de acordo com o interesse ideológico!

O PSD discorda claramente deste modelo económico das Esquerdas cujas parcas propostas de proteção do tecido social urbano e de disponibilização de parque habitacional passam por aniquilar o Turismo que ao longo de várias crises demonstrou capacidade de resiliência, atraiu investimento, criou empregos e investe, no momento presente, num setor mais sustentável e tecnológico.