Assistir a história em direto, é este o sentimento que tem marcado a nossa última semana e é nestes momentos que o pano cai e tudo nos fica à vista. Desde a confirmação de que as linhas vermelhas se devem aplicar aos diversos tipos de extremistas, passando pela incapacidade de alguns políticos perceberem a relevância do momento e culminando na constatação de que António Costa é o político mais sortudo da história.
Como é óbvio para a esmagadora maioria dos europeus, comunistas, fascistas e nazistas são igualmente deploráveis. Por isso mesmo, descobrir onde se vão esconder aqueles que ainda duvidavam da equiparação do PCP ao Chega, como partidos antidemocráticos e que têm sonhos molhados com uma sociedade de outro século, vai ser muito interessante. Quem viu a última sessão do parlamento nacional (com especial atenção para Mariana Silva – representante do partido melancia), quem lê os títulos do Avante ou quem ouviu as últimas aparições de comunistas na TV tem definitivamente de dar o devido valor ao PCP, pelo menos não pretendem enganar ninguém, são os representantes da União Soviética em Portugal. E já agora, ainda alguém acredita que o PCP lutou contra o fascismo para instalar uma Democracia em Portugal? Uma Democracia à lá Soviética, talvez. Este seria o regime que os satisfaria.
Augusto Santos Silva, é este o nome do deputado que tão bem me representou no parlamento e com sobriedade colocou os comunistas no lugar. Não chegou ainda ao brilhantismo de Sérgio Sousa Pinto, que deveria ser condecorado pela excelência com que vai desmascarando os supostos democratas do PCP, mas foi bastante eficaz. A vida é muito mais que economia e quando fugimos dessa temática como pode um Liberal estar mais próximo do PSD do que desta fação do PS?
Vejamos por exemplo Rui Rio e a sua preocupação de que as sanções não nos afetem demasiado. Defenderá esta postura melhor a nossa civilização que estes socialistas? É frustrante perceber que alguém com tão pouco sentido do momento pode ser líder do PSD! Esta falta de noção, comparável a Mário Draghi a tentar excluir a Gucci da lista dos produtos interditos, e ainda aos líderes belgas com receio de não poder vender diamantes à Rússia, mostra-nos bem quem se enganou na profissão. Se não estamos dispostos a pagar o preço económico de bloquear a economia russa, enquanto ucranianos pagam com a vida o desejo de serem europeus, o direito de não serem conduzidos por um fantoche qualquer, que raio de democratas e defensores da liberdade somos nós?
Passando aos oportunistas contorcionistas do BE, que são pela paz e por uma Ucrânia neutra simultaneamente. E se alguém sugerisse que o Bloco só podia existir se fosse neutro? A raiva de bloquistas, jornalistas e muitos mais levantar-se-ia. Lá está, cai a máscara a quem supostamente luta pelo direito à autodeterminação. Como podem as escolhas individuais e coletivas serem defendidas e neutras simultaneamente? Fica assim esclarecido, que o ódio ao capitalismo é superior a tudo o resto, mesmo que a alternativa seja viver em sociedades autocráticas, em que a pobreza e privação impera. Por que é que não se rendem às evidências e continuam a apoiar modelos de sociedade que já provaram que não funcionam?
E o que dizer dos igualmente esguios representantes do Chega, que tanto gostaram de desfilar com Le Pen e Salvini, que veem em Putin um exemplo, pois uma sociedade controlada pela força e que garanta uma certa moral e bons costumes é aquilo pretendem, e agora subitamente passam a condenar a invasão Russa? Nada que surpreenda quem já os viu reescrever todo o seu programa, fazer “1 X 2” em votações parlamentares, ser anti sistema e querer todos os tachos disponíveis, etc… Olhemos para o comportamento dos seus ídolos Trump e Bolsonaro, que entre visitas e elogios ao génio de Putin demonstraram de que lado estão. São mesmos estes líderes que queremos a dirigir a humanidade em tempos de guerra?
Uma palavra ainda para António Costa, que tinha tudo para estar a passar pelo momento vergonhoso de ter um governo suportado por comunistas e bloquistas, precisamente nestes dias tão esclarecedores! Incrível a sorte, quiçá um pouco de engenho, do nosso primeiro-ministro, que conseguiu esquivar-se ao rótulo de número 2 de Sócrates, garantir uma maioria absoluta apesar de Cabrita, fugir das derivas “pedronunistas” e reerguer o muro que separa o PS das esquerdas mesmo a tempo de não ser motivo de chacota europeia. Até o legado de Merkel passa a ser beliscado pela dependência energética europeia da Rússia e o nosso António Costa nada… Ainda vai ganhar o prémio de enguia do século!
Para finalizar, uma palavra de contentamento para o fim da pandemia, simbolicamente decretado pelo presidente Marcelo, que já tinha dito que seria dos últimos a quem cairia a máscara e deixo-a cair em vigílias pela paz. Ninguém lê a opinião pública e os média nacionais como ele, percebeu instantaneamente que esta guerra eclipsaria a batalha anterior. Contudo, era bom que finalmente alguém olhasse para os locais onde a doutrinação ainda não permitiu que a máscara caia, fazendo com que o grupo etário que menos problemas enfrenta com a pandemia continue a ser restringido. As nossas crianças serão as últimas a livrar-se da máscara, pois convém passar desde cedo a noção de subordinação ao papá Estado, garantindo ainda a relevância e satisfação dos burocratas da DGS ou, como eles costumam dizer, o respeito pela ciência.

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