Em 1963, o presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy, afirmou “Ich bin ein Berliner”, que é como quem diz “Eu sou um berlinense”. Esta semana, depois de dar a ordem para eliminar um terrorista iraniano, Donald Trump foi acusado de ser, ele próprio, um terrorista. Nomeadamente pelo Bloco de Esquerda, que alinhou com o Irão, acusando Trump de “terrorismo internacional”. Digamos que, para o Bloco, em termos de ímpeto assassino, o presidente norte-americano está taco a taco com um Osama bin Laden. O que, mesmo se fosse verdade, não importava para o caso. Afinal, se ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, terrorista que mata terrorista devia ter — sei lá — cem anos de pensionista. Não em Portugal, obviamente. Num país que tivesse mesmo capacidade de lhe assegurar a reforma.

Além do mais, esta intervenção de Donald Trump teve o mérito de ser extremamente amiga do ambiente. Afinal, estamos ou não em pleno estado de emergência climática? Quem acha que sim, só pode ter ficado satisfeitíssimo com este acontecimento. Trump manda matar Qassem Soleimani; há receios de instabilidade no médio oriente; o preço do petróleo sobe; logo, não só o consumo de combustíveis fósseis diminui, como aumentam os incentivos à utilização de energias alternativas, mais amigas do planeta. É que são só vantagens.

Mas nisto de eliminar líderes políticos e militares que praticam o exacto oposto de tudo o que a nossa esquerda radical diz defender, mas que são idolatrados por essa mesma esquerda radical por pretenderem dizimar os EUA, não se consegue agradar aos radicais de esquerda. Se as tropas norte-americanas entram pelo Iraque adentro e rebentam com aquilo tudo para caçar o Saddam, é um ai-jesus que isso é totalmente inadmissível. Se os americanos optam por uma operação cirúrgica, comandada à distância, para apanhar um terrorista iraniano, é um ai minha nossa senhora que isso é completamente inaceitável. É impossível agradar a estes degustadores de limpezas de sebo. Não que eles não apreciem limpezas de sebo. A História demonstra à saciedade que apreciam e de que maneira. Só que têm sempre um fraquinho pelo trabalho deste tipo de líder sanguinário.

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