1 Há várias formas de avaliar se um determinado político é efetivamente um democrata. A tolerância demonstrada pelas opiniões diferentes das suas, a forma como trata os seus adversários ou a integridade e transparência como exerce (ou exerceu) funções públicas são fatores muito importantes. Contudo, a história demonstra que um político que não aceita a independência do Poder Judicial ou o escrutínio livre do jornalismo é alguém com poucos pergaminhos democráticos — e um pequeno tiranete em potência.

Por uma razão simples. Apesar de muitas diferenças — que começam logo na natureza e nos objetivos diversos da administração da justiça e do escrutínio jornalístico —, Justiça e Jornalismo são duas atividades que só fazem sentido num regime democrático sob um imperativo de independência face ao Poder Político. Sem um afastamento e um espírito crítico face ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo, os jornalistas transformam-se em pequenos burocratas da propaganda e os agentes da justiça em protagonistas de um sistema que não respeita a separação de poderes e tem o arbítrio como desígnio.

Aos políticos que olham para o poder como algo absoluto, e um fim em si mesmo, interessa sempre controlar, pressionar e condicionar todas as actividades que tenha o escrutínio do poder como o centro da sua actividade.

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