Enquanto dormia… |
… 2024 ficava mais lá atrás. 2025 avançava. Marcelo Rebelo de Sousa, na tradicional mensagem de ano novo, pedia bom senso. A Luís Montenegro e à oposição. “Precisamos que o bom senso que nos levou a reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente Presidente da República e primeiro-ministro, prossiga, e que nos levou também a aprovar os Orçamentos de 2024 e de 2025, continue a garantir estabilidade, previsibilidade e respeito, cá dentro e lá fora”. Mas pedia mais. Pedia crescimento — já antes Luís Montenegro tinha indicado como palavras-chave para 2025 “o investimento, investimento, investimento. Pedia menos pobreza — num mundo de mais de oito mil milhões de pessoas, mais de 700 milhões passam fome (“a pobreza, nos dois milhões de portugueses, é um problema de fundo estrutural que a democracia não conseguiu resolver”. |
“Ser português é ser universal, isto é decisivo na nossa identidade nacional (…) Nós somos assim, os portugueses: aprendemos com tudo e com todos. Não temos o monopólio da verdade. E não deitamos nada fora, guardamos para a nossa memória coletiva de séculos”. Outra mensagem da declaração do Presidente da República para falar, sem nomear, a imigração. Depois de se recusar a falar da rusga no Martim Moniz, Marcelo Rebelo de Sousa deu assim o mote para Pedro Nuno Santos, líder do PS, atacar os “políticos de direita” que “responsabilizam os trabalhadores estrangeiros pelas dificuldades vividas pelos trabalhadores portugueses”. A mensagem de Marcelo foi lida de várias formas pelos diferentes partidos, cada um realçando ideias distintas. E será o tema do Contra-Corrente desta quinta-feira com Helena Matos. Para participar ligue o 910024185. |
2025 vai ser o ano em que Donald Trump recupera o controlo da política dos Estados Unidos, com ameaças de mais taxas alfandegárias. E uma guerra comercial com a China a ser reforçada. Chegou também aos chips. E esse é o tema da História do Dia. “Não existem oásis, num mundo de interdependências globais”, apontou Montenegro na sua própria mensagem de ano novo. |
Estados Unidos terminavam as comemorações do ano novo com mais um homicídio em massa. Um homem de 42 anos avançou com uma carrinha sobre uma multidão em Nova Orleães, na sua rua mais icónica. Havia policiamento e destacamentos especiais para esse fim do ano, mas não foram colocadas barreiras a limitar o acesso de automóveis à zona pedonal. O autor foi morto pela polícia que terá encontrado uma bandeira do estado islâmico e explosivos no local. O suspeito foi identificado como Shamsud Din Jabbar, cidadão norte-americano de 42 anos, nascido no Texas, que serviu o exército dos EUA de 2007 a 2020. A polícia de investigação está a tratar o caso como um ato terrorista, mas as motivações ainda não são claras. Morreram 15 pessoas. |
O ano começou com o fim da passagem de gás russo pela Ucrânia. O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu que é “uma das maiores derrotas” de Moscovo. O contrato de fornecimento de gás era uma fonte de receitas multimilionárias para a Rússia, que permitia à empresa Gazprom exportar para a Áustria, a Hungria, a Eslováquia e a Moldova. A Rússia garantiu, no entanto, que vai sobreviver ao encerramento da passagem do seu gás pela Ucrânia, mas alerta para a subida dos preços. A União Europeia assegura que o impacto será limitado. O final do ano, em Portugal, já trouxe mais inflação (3% segundo o INE), e o novo ano traz sempre novos preços em vários produtos, embora este ano já não se pague portagens em algumas autoestradas mais. |
Neste dia 2 de janeiro deverá ser conhecida a fase final — operação “Ponta de Lança” — das contestações aos resultados eleitorais em Moçambique. Venâncio Mondlane tinha revelado ao Observador que iria passar o ano, “onde estiver, a cantar o hino. Só isso”. |
Já ouviu o terceiro episódio de A Caça ao Estripador de Lisboa, que comete um erro quando volta a matar na Póvoa de Santo Adrião. A história está disponível aqui, em todas as plataformas de podcast e no Youtube. |
E neste espírito judicial, o Observador contava-lhe, enquanto dormia, a história da procuradora TT (assim identificada) que despachou em 39 minutos um total de 87 processos, com vista à sua tramitação sem efetuar qualquer despacho. “A arguida quis, e conseguiu, convencer a Inspeção [do MP] ao seu desempenho de uma realidade que não existia“, sintetizou o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça. Entre 2004 e 2014, levou para a sua própria residência 179 processos. E tinha outros 336 processos no seu gabinete no Ministério Público. A procuradora TT recebeu uma pena de dois anos de inatividade. |
“O tempo enrola, encaracola”, escreveu Adília Lopes. Hoje será o último adeus a Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira. A poetisa morreu aos 64 anos, na passada segunda-feira, ainda 2024. |
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Aproveita o dia
aproveita o instante
um dia é muito tempo |
(Adília Lopes) |
Bom ano! |