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A entrevista de António Costa ao Observador na última terça-feira, 1 de dezembro, teve um antes, um durante e um depois. O mais complicado foi o antes. O durante também mostrou um primeiro-ministro mais contido e tenso do que era costume. Mas no fim tudo acabou com Costa a ser avisado que se se mantivesse a conversar tranquilamente por mais tempo no passeio da Rua João Saraiva ainda perdia o avião para Bruxelas. |
O melhor é começar pelo princípio. E no início a data da entrevista não ficou logo fixada. Poderia acontecer no fim da última semana de novembro ou no início da primeira de dezembro. Problema: pelo meio havia congresso do PCP. Como o espaço foi limitado e os lugares para jornalistas eram mínimos, foi preciso improvisar, como o Miguel Pinheiro contou aqui a semana passada. |
Isso fez com que a equipa multimédia do Observador, juntamente com a da rádio, alugassem a maior carrinha e a transformassem numa espécie de carro de exteriores com régie e montassem um estúdio numa tenda junto ao pavilhão de Loures, passando mais de cinco horas de quinta-feira, dia 26, a esticar cabos e extensões para cobrir a reunião comunista. Ainda não tinham acabado quando receberam o telefonema a avisar que a entrevista ao primeiro-ministro acabava de ser confirmada para a manhã seguinte: foi preciso desmontar quase metade da parafernália tecnológica necessária que já estava instalada, voltar a Alvalade para preparar o estúdio improvisado — que agora funciona no auditório e não no verdadeiro estúdio, para que seja possível manter as distâncias de segurança e o arejamento impostos pela pandemia. |
Por detrás de uns painéis sonoros, tapetes, cadeiras e luzes que ninguém vê em casa (usou-se o que se podia), é preciso colocar muitos metros de cabos áudio, vídeo e de corrente elétrica para que tudo funcione, e que precisam ser testados e afinados antes de qualquer transmissão. Era o que o Tiago Couto, a Ana Raquel Damas, a Kimmy Simões e a Francisca Simões se preparavam para voltar a fazer, mas como previram um serão longo decidiram ir comer qualquer coisa antes. Foi no restaurante que souberam que, afinal, a data tinha mudado, e o primeiro-ministro só seria entrevistado no feriado de dia 1. |
Isso implicou que sexta tivessem ido de novo para Loures, bem cedinho, para remontar tudo de novo a tempo de Jerónimo de Sousa falar. E que no domingo à tarde, depois do líder comunista encerrar os trabalhos antes mesmo da hora certa, voltassem à tarde à redação para então deixar tudo o que era necessário preparado para a entrevista de terça de manhã. |
Contada a forma, e o antes, vamos ao conteúdo, ou seja, ao durante e depois. |
António Costa é agora um primeiro-ministro muito cauteloso numa sala com câmaras e microfones e já não faz sequer conversas de circunstância. Também é avisado pelos assessores para ter cuidado com possíveis gravações para as redes sociais e deixou cair as piadas com que habitualmente iniciava os diálogos. Por isso chegou calado e sério, sentou-se no lugar que lhe estava reservado até começar a entrevista (pode vê-la e ouvi-la na íntegra aqui), em que se mostrou defensivo na maior parte das perguntas feitas pelo Miguel Pinheiro, o Rui Pedro Antunes e a Rita Tavares. Revelou que não haverá festas no Ano Novo, teve muitas hesitações sobre o contrato Lone Star/Novo Banco e só se entusiasmou mesmo nas críticas ao Bloco de Esquerda. Tanto que no dia seguinte Catarina Martins marcou uma conferência de Imprensa para lhe responder. |
No depois, já com tudo desligado, tornou-se outro. Primeiro decidiu dar o exemplo ao ser fotografado: no momento de tirar a máscara, voltou atrás e decidiu mantê-la. Disse que queria fazer pedagogia e que um dia aquelas ainda se tornariam “imagens” históricas, de que se iria falar. À saída, já no passeio em frente à porta do Observador, tornou-se conversador, sobretudo sobre os detalhe da vida atual que vê nas ruas, incluindo pormenores de uma ida ao restaurante com a mulher. Teve de ser avisado que estava atrasado para ir para o aeroporto: o próximo ponto da agenda era Bruxelas. |
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