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Vivia-se uma azáfama típica do primeiro dia de aulas, mas no Parlamento. Corredores apinhados de deputados, entre estreantes e veteranos, câmaras, microfones, quilómetros de cabos, jornalistas, comentadores e a presença daquele ruído de fundo que antecede os grandes momentos. Trocavam-se sorrisos e abraços típicos de reencontros e nada fazia antever as 30 horas de impasse que se seguiriam. |
A votação para eleger o Presidente da Assembleia da República (PAR) estava agendada para às 15h de terça-feira, 26 de março. Na noite anterior, o Livre, que passou de um para quatro deputados, mudou de sala e de andar em São Bento. Foi necessário levar um sofá às costas pelas escadas. A nova morada parlamentar do partido pertenceu em tempos ao PCP. 20 minutos antes da abertura dos trabalhos para a votação, Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, sentou-se em cima dos óculos — só não conseguimos apurar se foi no sofá vermelho, que subiu um piso na noite anterior. Tavares teve de se aplicar e correr buscando o auxílio junto de uma óptica ou arriscava-se a perder as imagens das 13 horas do drama da não eleição do PAR, registadas pelo editor de Fotografia do Observador João Porfírio. Os óculos do rosto mais conhecido do Livre têm um ar frágil, mas foram salvos. Rui Tavares voltou a correr e ainda chegou a tempo da votação. |
Esta é apenas uma entre dezenas de histórias vividas em dois dias frenéticos no arranque dos trabalhos parlamentares. E a jornalista Marina Ferreira só conseguiu acesso a este relato, porque esteve lá. A Rádio Observador e o Observador estiveram praticamente em permanência no Parlamento desde as primeiras horas da manhã de terça-feira até ao final do dia de quarta-feira. Foi a partir de um cadeirão encostado a uma porta, que o editor adjunto de Política Miguel Santos Carrapatoso gravou a conversa do episódio do podcast “A História do Dia”, em que se procura a resposta à pergunta: como sai o PSD desta crise? Ao todo, e em apenas 2 dias, 9 jornalistas (nos quais me incluo) do Observador e da Rádio estiveram no Parlamento. Para fazer jornalismo é preciso ir, é preciso estar, sentir e é isso que procuramos sempre. Os óculos de Rui Tavares são apenas um entre centenas de pormenores que ajudam a contar uma grande história, que acabou na eleição de José Pedro Aguiar-Branco para a presidência do Parlamento. O editor de Política do Observador Rui Pedro Antunes acompanhou as difíceis 30 horas do ex-ministro, que marcaram a semana. No site e na Rádio Observador não parámos um minuto para corresponder às expectativas e exigências dos nossos leitores e ouvintes num momento crucial para a nossa vida comum. E cá vamos continuar a dar o nosso melhor todos os dias. |
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Talvez lhe tenha escapado
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Luís Montenegro
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Núcleo duro de Montenegro teve lugar cativo. Equilíbrio entre contas certas e crescimento foi prioritário. Rede europeia reforçada. Ministros setoriais escolhidos para estarem acima das corporações.
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Legislativas 2024
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Dois ministros de Estado e sete mulheres, num Governo de 18, em que, sem surpresas, Miranda Sarmento ficou com as Finanças, Pedro Reis com a Economia e Paulo Rangel com os Negócios Estrangeiros.
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Governo
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A lista de nomes ficou fechada a sete chaves. Esta quinta-feira chegou à Presidência. Luís Montenegro escolheu dezassete ministros que tomam posse a 2 de abril.
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Legislativas 2024
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Aguiar-Branco saiu de casa com o Observador no dia em que devia ter sido eleito. Não foi. Foram 30 horas de incerteza com uma meia-vitória no fim. A história da odisseia (forçada) para liderar a AR.
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Assembleia Da República
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Pedro Nuno encontrou solução para bloqueio. Montenegro aceitou-a, mas com condições diferentes. Ainda assim, acordo esteve por um fio. Aguiar-Branco resistiu e teve de ser convencido. Ventura festejou
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PSD
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Ventura jurou que tinha um acordo, prometeu um apoio e retirou-o com base numa suposta traição. Montenegro recusou negociar e acabou bloqueado. Pedro Nuno aproveitou momento para reforçar a "bagunça".
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CDS-PP
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O líder do CDS esteve rodeado de históricos do partido democrata-cristão para assinalar o momento oficial de regresso do partido ao Parlamento. Paulo Portas não conteve a emoção com o momento.
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Legislativas 2024
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Em grupos maiores ou pequenos, a estreia dos novos deputados do Chega fez-se com uma prenda dada pelos repetentes, familiares nas galerias e uma "orientação" para limitar contactos com jornalistas.
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Justiça
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Acusação do MP conclui que Adbul Bashir andou com a faca do crime dentro da mochila durante três meses. Suspeito está acusado de 11 crimes: dois de homicídio agravado e seis de tentativa de homicídio.
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Proteção de Dados
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A CNPD recebeu 50 participações sobre a Worldcoin, principalmente devido à recolha de dados de menores de idade. Empresa diz que pede “confirmação verbal” no local e em registo na app.
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Educação
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Provas de aferição e provas finais são realizadas em formato digital. Governo passou responsabilidade da compra de computadores às escolas e diretores querem regresso do papel.
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Rússia
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Afinal, qual é o impacto que este ataque terrorista pode ter na guerra entre a Rússia e a Ucrânia? E que que razões tinha uma célula islâmica para lançar um atentado em Moscovo?
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Música
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A liberdade da infância e a descoberta da música; as primeiras bandas e os discos a solo; a música para teatro e, agora, a banda sonora de "Operação Papagaio". Perfil de uma mulher inquieta.
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Teatro
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A atriz faz a estreia na encenação e usa-a para abraçar a melancolia de um texto de David Memet. “Uma Vida no Teatro” está em cena no Teatro Aberto, em Lisboa, até 26 de maio.
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Nunca mais é sábado
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De norte a sul do país, há programas e menus especiais para assinalar a Páscoa. Na comida, não faltam o folar, os ovos de chocolate e o cabrito. Para os miúdos, há caça aos ovos e ateliês criativos.
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Opinião
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O PSD até terá pretensões reformistas. Mas o PS não existe para facilitar reformas. Não é provável, portanto, que um governo dependente da benevolência socialista fique na história do reformismo.
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Portugal é um país mais fragmentado politicamente e, em democracias, a fragmentação causa combates parlamentares duros. É assim em todos os países europeus. Acontecerá o mesmo em Portugal. Habituem-se
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Fazer escolhas é inevitável na dimensão humana. As escolhas podem ser pela solução ou pelo problema. O bloqueio ao funcionamento da casa da democracia foi inquestionavelmente um problema.
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O sistema partidário português mudou, pelo que enfiar a cabeça na areia perante essas mudanças dificilmente será uma boa solução para o que quer que seja.
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A produtividade é o desafio que escolhemos ignorar no país. Temos de mudar o paradigma e o desenvolvimento da infraestrutura digital deverá estar no topo das prioridades.
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