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Enquanto dormia… |
… sucediam-se as reações à inesperada morte de Jorge Coelho. Depois de expressar o choque, Marcelo Rebelo de Sousa recordou o instinto político e “perspicácia analítica”, mas também, e sobretudo, a “grande afabilidade” de Jorge Coelho. Característica que lhe valeu amizades dentro e fora do PS, dentro e fora da política. Numa declaração ao país, António Costa assumiu o “momento doloroso” e sintetizou assim o legado do antigo ministro: “Poucos foram aqueles que conseguiram exprimir tão bem a alma dos socialistas”. “Uma máquina política”, “um sobrevivente” e um “verdadeiro camarada dentro do PS”, acrescentou Eduardo Ferro Rodrigues. |
António Guterres, de quem Jorge Coelho foi a lança e o escudo durante grande parte de um percurso político construído em conjunto, não escondeu a comoção. “É uma perda para o país, mas sobretudo uma grande perda para os amigos. Estamos todos desolados. Não consigo sequer conceber que não esteja connosco”, reagiu o secretário-geral da ONU. |
O antigo ministro morreu aos 66 anos, na Figueira da Foz, enquanto visitava uma casa na zona turística da cidade. Neste especial, o Observador recorda alguns dos principais momentos de uma das figuras mais influentes da política portuguesa. O título — “A alma do PS que tratava a política por tu” — resume bem a importância do antigo ministro na história do PS e na história do país. |
Noutra frente, continuam as indefinições, as hesitações e as contradições em relação à vacina AstraZeneca. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) reconheceu que existe de facto uma relação entre a administração da vacina e a formação de coágulos sanguíneos, mas deixou claro que estes eventos são raros e que os os benefícios continuam a ser superiores aos riscos. Apesar das garantias, o dano reputacional está causado e basta olhar para o que vai acontecendo à nossa volta: os professores que receberam a vacina estão preocupados e, em Oeiras, várias pessoas recusaram a AstraZeneca. |
Na quarta-feira, depois da reunião entre os vários ministros da Saúde europeus, presidida pelo Governo português, Marta Temido deixou o apelo (e o aviso) para que todos os Estados-membros procurassem “uma posição o mais coordenada possível na UE”. O apelo valeu de pouco: pouco tempo depois, o Governo espanhol decidiu reservar a administração da vacina da AstraZeneca apenas para os maiores de 60 anos, a Bélgica só a usa só em maiores de 55 anos e por toda a Europa multiplicam-se decisões unilaterais sobre o processo de vacinação com a AstraZeneca. |
Por cá, um grupo de 80 personalidades, entre as quais José Aranda da Silva, Constantino Sakellarides, Ana Jorge ou Januário Torgal Ferreira, assinou um manifesto onde se exige à União Europeia mais velocidade e transparência do processo de vacinação, assim como a abertura de patentes das vacinas. |
Isto numa altura em que começam a surgir sinais preocupantes: em duas semanas, com apenas 45% da população escolar em ensino presencial, contaram-se já 47 surtos por Covid-19. Em janeiro, antes do encerramento, todos os níveis de ensino estavam com aulas presenciais e eram 78 os surtos registados. |
Espaço ainda para o desporto, com destaque para o tropeção do FC Porto nos quartos de final da Liga dos Campeões frente aos ingleses do Chelsea. Reza a crónica do jogo, que os portistas jogaram bem na primeira parte, melhor ainda na segunda, tiveram muitas oportunidades, mas acabaram por perder por duas bolas a zero contra a eficácia do Chelsea. Cá estaremos para acompanhar a segunda mão. |
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