|
|
|
Duas fotos exclusivas. Alguém que falou alto de mais e foi remexer no terreno à frente da nossa equipa de reportagem. Uma prisão de alta segurança que se vê toda no Google Maps. E horas ao telefone. Foi assim que o Observador (no site e na rádio) chegou a grandes imagens e contou ao detalhe as histórias da fuga de cinco detidos de Vale de Judeus, faz este sábado uma semana. |
Enquanto em Alvalade os desenvolvimentos da notícia eram acompanhados ao minuto pela equipa de Atualidade, com o José Carlos Duarte a escrever sobre a fuga, mostrando as fotos e contando quem eram os fugitivos, e a Cátia Bruno a recordar a fuga mais espetacular daquela prisão, a Mariana Tiago pegava no carro e seguia para o local. É verdade que quando chegou a Tagarro, a aldeia mais perto de Alcoentre, nada parecia ter acontecido. O burburinho das notícias contrastava com a calma das ruas. Só no café principal, entre cervejas, se via televisão, se mandavam bitaites e até se gozava com a situação. Junto à prisão, apenas jornalistas. Mas bastou-lhe contornar o edifício e ir até às traseiras, para descobrir a agitação e as histórias que queria. Primeiro, encontrar dois GNR muito tensos a fazer guarda à famosa escada da fuga, não deixando ninguém aproximar-se. |
Depois apurar a audição e a visão sobre os dois homens, à civil, que saíram de dentro do edifício prisional num carro e falaram com um guarda. Suficientemente alto para a Mariana ouvir sobre um corte na rede, feito pelos cúmplices, que ajudaram à fuga. E suficientemente perto para os ver também procurar qualquer coisa no meio da vegetação, durante quase meia hora. Haveria de se saber mais tarde que era uma espécie de trincheira, um buraco de vários metros, onde os três homens que ajudaram os fugitivos se esconderam. |
Desde a fuga dos cinco detidos de Vale de Judeus, a prisão foi fotografada por três fotojornalistas. O Nuno Brites foi o primeiro a chegar a Alcoentre, ainda no sábado, com a Mariana, e conseguiu apanhar a foto das escadas junto ao muro de seis metros, guardadas pelos tais dois militares da GNR — uma fotografia exclusiva do Observador. Dois dias depois, na segunda-feira, foi a vez do Rui Miguel Pedrosa. Após as notícias de ter sido encontrado o tal abrigo, queria ter a imagem, mas quando chegou o buraco já tinha sido destruído e as provas encontradas levadas pelas autoridades para análise. Conseguiu, no entanto, a fotografia da rede cortada pelos cúmplices, que está agora remendada com meia dúzia de arames — mais uma foto exclusiva. O terceiro a ir até Alcoentre foi o João Porfírio, editor de fotografia do Observador. Eram necessárias mais imagens do exterior da prisão e de guardas prisionais porque havia notícias sem parar e poucas fotos para as ilustrar. Teve apenas uma hora para as conseguir, porque precisou de sair a correr para o fogo na Amora. |
Mas muitas outras questões se colocaram logo no dia a seguir à fuga. Como tinha acontecido? Por onde tinham os detidos escapado? Como tinha sido possível que ninguém se apercebesse imediatamente do que aconteceu? Ideia: abrir o Google Maps para perceber como era cada recanto do edifício? Impossível, tratando-se uma prisão de alta segurança, não haveria vistas superiores. Choque: via-se tudo! A partir daí, a Rita Pereira Carvalho começou a falar com fontes e conseguiu fazer um esquema com a descrição de cada um dos espaços da prisão: entrada, zona de visitas, alas de reclusos, recreios, os famosos muros e até o imenso campo de futebol bem no centro do complexo prisional. |
Contacto para aqui, contacto para ali (foram umas boas horas ao telefone no domingo), e tínhamos também o momento da fuga, com a informação sobre onde ficavam as celas de cada um dos fugitivos, onde iam ao recreio, onde recebiam as visitas — e até era possível identificar as principais falhas. Na segunda-feira contámos a demora na resposta: a PJ e a PSP foram alertadas três horas depois. De resto, é o que se sabe. Mesmo que se saiba ainda muito pouco, mesmo já com relatórios e demissões. Como por exemplo, como foi possível estarem na mesma ala os cérebros desta fuga que já tinham ensaiado juntos uma outra muito semelhante, ainda que falhada, em Monsanto? |
|
Talvez lhe tenha escapado
|
|
Crime
|
|
Fábio Loureiro e Rodolf Lohrmann tentaram fugir da prisão de Monsanto há seis anos, mas plano falhou. O argentino ficou ferido ao saltar o muro. Problema era o mesmo: falta de vigilância.
|
|
|
|
Crime
|
|
Um plano preparado ao detalhe, ajuda do exterior e ausência de guardas: estava montado o plano de fuga de cinco reclusos da prisão de segurança máxima.
|
|
|
|
Justiça
|
|
Presos fugiram antes das 10h, alerta só chegou à PSP e PJ três horas depois. Guardas prisionais terão demorado uma hora a perceber quem tinha fugido. O que aconteceu, minuto a minuto.
|
|
|
|
|
Prisão
|
|
Na prisão de Vale de Judeus, de onde fugiram cinco reclusos, há um ambiente tenso, uma escada guardada e uma rede que foi cortada. Mas, na aldeia mais próxima, há calma — e até quem se ria do tema.
|
|
|
|
Crime
|
|
Prisão tem mais de 150 câmaras, controladas apenas por um guarda na manhã de sábado. No momento da fuga, reclusos estariam sozinhos no recreio, uma vez que os guardas estavam nas visitas.
|
|
|
|
|
Prisões
|
|
Além dos cinco presos de Vale de Judeus, fugiram este ano mais quatro reclusos de outras prisões, incluindo Tires e Ponta Delgada. Outros sete tentaram fugir, mas não conseguiram.
|
|
|
|
Prisões
|
|
A fuga de Vale de Judeus pôs o país a falar dos serviços prisionais, mas há muito que as prisões portuguesas têm falhas na segurança e vigilância. O problema vai além da falta de guardas prisionais.
|
|
|
|
|
Prisão
|
|
Um procurado na Argentina, um dos fugitivos mais perigosos do Algarve, um georgiano misterioso, um inglês que já tinha fugido da prisão e um líder do gangue. Estes são os 5 reclusos a monte.
|
|
|
|
Prisão
|
|
Ex-PJ esteve na caça aos homens mais procurados de 1986. Houve fugas planeadas, tiros e homens persistentes. Quase 40 anos depois, a história repete-se: "Tudo foi muito bem estudado."
|
|
|
|
|
PGR
|
|
Procuradora-geral da República nega qualquer recusa em ir ao Parlamento, diz que escutas apenas foram usadas em 1,5% dos inquéritos e que o exercício do poder hierárquico não está em causa no MP.
|
|
|
|
Política
|
|
Reserva do primeiro-ministro vai causando alguma apreensão no Palácio de Belém. Marcelo não abdica de ser envolvido a sério no processo de decisão. Escolha é delicada e o calendário começa a apertar.
|
|
|
|
|
Orçamento do Estado
|
|
Primeiro-ministro procurou líder socialista para superar impasse orçamental. Houve resposta, mas termos não convenceram. Reunião desta terça-feira sem qualquer avanço em relação a IRC e IRS Jovem.
|
|
|
|
Vichyssoise
|
|
Em entrevista, líder parlamentar do Chega esclarece que o partido jamais aprovará OE negociado com o PS. Para Pedro Pinto, em caso de chumbo do Orçamento, Marcelo está obrigado a convocar eleições.
|
|
|
|
|
BCE
|
|
Taxa de juro baixou mais 25 pontos, como se esperava, mas todos os sinais dados por Christine Lagarde reforçaram a ideia de que não será rápido o alívio para quem tem créditos com taxa variável.
|
|
|
|
Entrevista
|
|
É apontado como possível sucessor de Centeno no Banco de Portugal, mas não tem, para já, planos de regresso a Portugal. Em entrevista, Ricardo Reis deixa críticas e avisos ao Governo e à oposição.
|
|
|
|
|
Corrupção
|
|
Empreiteiro corroborou a solicitação de fundos de Pinto Moreira e diz que entregou 7.500 euros a Miguel Reis. O que quer ganhar com isso? No mínimo, uma pena suspensa. Mas é uma estratégia arriscada.
|
|
|
|
Empresas
|
|
"Direito a desligar" está a motivar poucas queixas à ACT, que nestes casos atua perante denúncia. Empresas mudam regulamentos internos e têm alertas nos emails, mas são mais a exceção do que a regra.
|
|
|
|
JMJ 2023
|
|
Agora com novo presidente, fundação vai pôr a render os 35 milhões que resultaram da JMJ. Ideia é atribuir anualmente pelo menos 500 mil euros. Projetos de juventude vão poder candidatar-se.
|
|
|
|
|
Eleições EUA
|
|
Foi um frente a frente intenso, onde Kamala surpreendeu Trump com postura agressiva. Adversário ripostou, mais eficaz na imigração e na economia. Eleitores de base ficaram satisfeitos — e os outros?
|
|
|
|
Venezuela
|
|
Marta Valinãs é portuguesa e chefe da Missão de Observação das Nações Unidas na Venezuela. Em entrevista ao Observador, espera que pressão internacional continue e espera "mais" de Brasil e Colômbia.
|
|
|
|
|
Comércio
|
|
Explicador. Há referência corrente a excesso de vinho. Os hábitos de consumo estão a mudar e a produção ainda não se ajustou totalmente. O que se passa no setor?
|
|
|
|
Apple
|
|
O iPhone 16 foi apresentado como o primeiro telefone desenvolvido pela Apple com funcionalidades de IA generativa já incluídas que, numa fase inicial, só vão estar disponíveis em inglês.
|
|
|
|
Museus
|
|
O novo jardim tem mais oito mil metros quadrados. No museu, podemos ir da nave à galeria, das reservas à sala de desenho. Visitámos o renovado CAM, que custou 58 milhões e abre a 21 de setembro.
|
|
|
|
Restaurantes
|
|
Durante o verão, a capital encheu-se de novos sabores e mesas para descobrir após as férias. Há libanês, japonês, chinês, francês e português, com uma taberna a mostrar modernidade. Reunimos oito.
|
|
|
|
|
Cinema
|
|
No ciclo a "Bem da Nação", o festival Motelx mostra filmes estrangeiros proibidos durante a ditadura. Para lá de sangue, monstros e o oculto, como funcionava este processo e quais eram os critérios?
|
|
|
|
Livros
|
|
As comemorações do quinto centenário de Camões têm, até agora, sido frustes, mas, em contrapartida, publicou-se uma biografia, da autoria de Isabel Rio Novo, com potencial para aliciar leitores.
|
|
|
|
|
Cinema
|
|
Passa vários meses fora, afastou-se do caos da cidade e tem se ligado à espiritualidade. Traçamos o perfil da narradora do “Podcast Plus” do Observador “Um Rei na Boca do Inferno”.
|
|
|
Opinião
|
|
|
Segundo os dados de 2023, os dois livros mais vendidos o ano passado foram “A Criada” e “Hábitos Atómicos”, o que nos deve fazer temer um expectável retrocesso civilizacional.
|
|
|
|
Antigamente os homens mais ricos do mundo eram fulanos cerebrais, implacáveis. Hoje, aparentemente partiram de férias por tempo indeterminado e deixaram o sobrinho a tomar conta do escritório.
|
|
|
|
É só uma pergunta, mais ou menos inocente. Afinal, o festejo tão concorrido de uma ideologia responsável por tamanhos crimes podia ter deixado os cinco criminosos com uma curiosidade incontrolável.
|
|
|
|
A paixão pelo jogo político, um Governo pouco atento à comunicação e algum jornalismo com défice de análise crítica puseram-nos por estes dias com uma carga fiscal da ordem dos 100% do PIB.
|
|
|
|
Meio século depois, os acontecimentos de 7 de Setembro de 1974 em Moçambique continuam a colocar a mesma questão: até quando o activismo vai impor o medo de perguntar?
|
|
|
|
|