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Trump. Um mês de polémicas, gaffes e factos alternativos

Trump já é presidente há um mês. Recordamos aqui os momentos mais controversos dos primeiros 30 dias. Os decretos, os discursos, os encontros, os tweets e todas as polémicas.

Foi há exatamente um mês que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos. Recordamos aqui os primeiros 3o dias do presidente Trump — as polémicas, os protestos, as gaffes, os encontros internacionais e as mexidas na equipa –, no final de um mês que começou como acabou: com Trump a discutir os números alternativos da sua eleição presidencial. Pelo meio, houve decretos que provocaram discussão — a construção do muro, a proibição de entrada de cidadãos de sete países muçulmanos, o início do fim do Obamacare ou a aprovação dos oleodutos que Obama tinha bloqueado. Tudo isto temperado com as notícias das suas relações com a Rússia e com muitos, mas mesmo muitos, tweets.

As decisões polémicas

Mal se sentou na Sala Oval, Donald Trump começou logo a cumprir aquilo que tinha prometido durante toda a campanha eleitoral. Ainda no dia da tomada de posse, entre a parada inaugural e um dos bailes da noite, iniciou a longa empreitada que se propunha: reverter uma série de medidas implementadas por Barack Obama. E a primeira foi logo a mais mediática, o Obamacare. Num decreto assinado ainda com o fato que usou no juramento, Donald Trump determinou que a implementação do programa de políticas de saúde desenhado por Barack Obama devia ser reduzido aos mínimos indispensáveis.

“A política da minha Administração é procurar a revogação imediata do Patient Protection and Affordable Care Act [nome oficial do programa de reforma de saúde implementado por Barack Obama, que ficou rapidamente conhecido como Obamacare]”, lia-se na primeira ordem executiva assinada pelo presidente Trump. No entanto, como a revogação necessita da aprovação do Congresso, a administração de Donald Trump decidiu que, por enquanto, as autoridades norte-americanas deviam “exercer toda a autoridade e discernimento para isentar, protelar, garantir exceções ou atrasar a implementação de qualquer exigência do Ato que imponha um fardo orçamental a qualquer estado”.

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Ou seja, evitar a todo o custo a implementação das medidas previstas no programa de saúde existente enquanto não fosse possível acabar de vez com ele.

Mas isto foi apenas o início. Ao fim de três dias, Donald Trump já tinha assinado vários outros decretos presidenciais. É o caso da autorização da construção de dois oleodutos no norte dos EUA que Barack Obama tinha suspendido anos antes, parte do Keystone XL e a fase final do Dakota Access.

A quarta fase do Keystone XL, um prolongamento daquele oleoduto que atravessa Canadá e EUA, tinha sido rejeitada por Obama por motivos ambientais. Já o projeto do Dakota Access era ainda mais polémico, uma vez que a sua construção implicaria a destruição de territórios pertencentes às tribos nativas norte-americanas. Mas, em menos de 72 horas de presidência, Trump reverteu as duas proibições de Obama e deu o OK aos oleodutos, cuja construção deverá avançar em breve.

Os primeiros dias ficariam ainda marcados pelo fim do financiamento às ONGs que promovem o aborto, colocando dezenas de organizações em risco de fechar, pelo fim do acordo comercial com a Ásia, que Obama tinha negociado mas que ainda não estava em vigor, e ainda pelas ameaças ao NAFTA, o acordo comercial que junta os três países da América do Norte — México, EUA e Canadá.

A25 de janeiro, Trump assinou o decreto para a construção do muro na fronteira com o México. De visita ao Departamento de Segurança Nacional, onde nessa noite viria a afirmar que os Estados Unidos tinham recuperado o controlo das suas fronteiras, Trump garantia que o muro era para ser construído assim que possível, e sublinhava que o México iria pagar a construção. O muro “também vai ser bom para o México”, garantiu nesse dia. Mais à noite, acrescentou: “Esta parceria com os nossos amigos mexicanos é para melhorar a segurança e as oportunidades económicas”.

Rodeado de angel moms — o nome dado aos familiares de vítimas da violência praticada por imigrantes ilegais –, Trump assegurou que “quando toca à segurança pública, não há lugar à política. Não há republicanos, não há democratas, há cidadãos. Queremos comunidades seguras para toda a gente”. E tornou a demonstrar a sua confiança na eficácia do muro. “Acredito que podemos fortalecer as relações entre os dois países a um nível nunca antes visto.”

No mesmo dia, saía para a imprensa norte-americana o esboço de um decreto lei para a reabertura das prisões secretas da CIA, a manutenção do funcionamento da prisão de Guantanamo e a recuperação de antigas técnicas de interrogatório, abolidas por Obama. O decreto deveria revogar um documento assinado por Obama em 2009, tornando a entrar em vigor um outro, de George W. Bush, de 2007, e continha duras críticas à administração de Obama: “Os Estados Unidos abstiveram-se de exercer certas autoridades críticas para a sua defesa“, designadamente através da “paragem de todos os interrogatórios classificados da CIA”, lia-se no esboço.

A 27 de janeiro, Donald Trump assinava o seu decreto mais falado: a proibição da entrada de imigrantes oriundos de um conjunto de sete países de maioria muçulmana (Síria, Iraque, Irão, Somália, Sudão, Iémen e Líbia). Além disso, também a entrada de refugiados foi suspensa enquanto a administração estuda um novo plano de admissão de refugiados mais “consistente com o interesse nacional”. No dia em que assinou o decreto, no Departamento de Defesa, detalhou as suas intenções: “Não os queremos cá. Queremos assegurar que não deixamos entrar no nosso país as ameaças que os nossos homens e mulheres estão a combater no exterior. Só queremos deixar entrar no nosso país aqueles que nos apoiam e adoram profundamente o nosso povo”.

A ONU manifestou “extrema preocupação” com a proibição, “porque muitas pessoas foram afetadas e cumpriram todo o processo para serem admitidas nos Estados Unidos”. E até um realizador de cinema iraniano nomeado para os Óscares decidiu não participar na cerimónia, que decorre no próximo dia 26, em Los Angeles.

Em pouco tempo, os aeroportos transformaram-se em lugares caóticos, com a imposição de novos controlos de segurança e dezenas de cidadãos a ficarem retidos à porta do país. A Casa Branca multiplicava-se em justificações, mas Donald Trump furava os planos. Enquanto Sean Spicer tentava acalmar a tempestade, jurando que a medida não era uma proibição, o presidente Trump escrevia tweets furiosos em que chamava precisamente travel ban ao decreto. E os protestos adensavam-se: nos terminais dos aeroportos internacionais dos EUA, dezenas de americanos davam as boas-vindas aos imigrantes com cartazes dizendo “Refugees welcome” (Bem-vindos, refugiados).

G. Morty Ortega/Getty Images)

A reviravolta relativa ao que ficou conhecido como Muslim Ban chegaria já no início de fevereiro, quando um juiz federal de Seattle ordenou a suspensão temporária, a nível nacional, do decreto de Trump. O governo anunciou de imediato que iria interpor um recurso, mas a verdade é que a suspensão prevaleceu. E o juiz não escapou às críticas de Trump, que lhe chamou “suposto juiz” e garantiu que a decisão “é ridícula e será revertida”. No dia seguinte, foi mais longe: “Custa-me acreditar que um juiz decidisse pôr o país em tal perigo. Se alguma coisa acontecer, há que culpá-lo a ele e ao sistema judicial”.

A equipa. Entradas, saídas, demissões e confusões

Trump chegou ao dia da tomada de posse com a equipa toda escolhida, e dificilmente poderia ser mais polémica: secretários de Estado sem experiência política, críticos do sistema, ligações à extrema-direita. No entanto, foi precisamente com os membros da sua equipa presidencial que Donald Trump teve mais problemas no primeiro mês de presidência.

O primeiro problema surgiu com Sally Yates, que ocupava o cargo de procuradora-geral interina (escolhida por Obama), enquanto o Senado não confirmava Jeff Sessions, o nomeado de Trump para o cargo. Provisoriamente à frente do Departamento de Justiça, Sally Yates opôs-se ao decreto relativo ao fecho das fronteiras aos cidadãos de sete países muçulmanos e pediu aos juristas daquele departamento que não colaborassem na implementação da ordem executiva. Foi demitida e acusada pelo controverso assessor de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, de ser “uma escolha da administração de Obama que é fraca em matéria de fronteiras e muito fraca na imigração ilegal”.

Donald Trump acusou Yates de falhar “ao colocar em prática uma ordem legal concebida para proteger os Estados Unidos”. Mas a verdade é que Yates já tinha avisado, dois anos antes, na altura em que foi nomeada para vice-procuradora-geral por Barack Obama, que seria capaz de dizer que não ao presidente caso estivesse em causa a Constituição. Foi o que fez este ano, quando escreveu um documento a sublinhar que “o Departamento de Justiça não vai apresentar argumentos para defender esta ordem executiva, a não ser que seja apropriado fazê-lo e eu esteja convencida disso”.

No mesmo dia em que Sally Yates abandonava o seu lugar no Departamento de Justiça para ser substituída (ainda temporariamente) pelo juiz conservador Dana Boente, Donald Trump fazia crescer o suspense relativamente ao nome que iria escolher para o Supremo Tribunal dos EUA. Aquele tribunal, o mais importante do país, é composto por nove juízes, mas desde a morte do conservador Antonin Scalia, em 2016, tinha apenas oito — quatro de esquerda e quatro de direita. Tudo indicava que Trump deveria escolher um conservador para o lugar vago e tornar a desequilibrar o Supremo em favor dos republicanos. E assim foi: Trump nomeou o juiz Neil Gorsuch, um antigo juiz do Tribunal de Recurso pelo 10.º circuito nomeado por Bush, de ideias conservadoras e conhecido pelas suas posições religiosas e pró-armas.

A demissão mais problemática na equipa de Donald Trump neste primeiro mês foi a de Michael Flynn, o conselheiro para a Segurança Nacional do presidente. Flynn demitiu-se no início da semana passada na sequência dos contactos que manteve, durante a campanha eleitoral, com oficiais dos serviços secretos russos. Ao que tudo indica, Flynn terá conversado com elementos dos serviços secretos russos no dia em que Barack Obama anunciou sanções contra a Rússia (na sequência da interferência russa nas eleições norte-americanas), e discutido a possibilidade de levantar as sanções assim que Donald Trump assumisse a presidência.

No entanto, quando comunicou à equipa de Trump o conteúdo das conversas que manteve, garantiu que as sanções não foram um dos assuntos, fazendo com que todos os responsáveis da Casa Branca tenham negado sistematicamente a existência de conversas sobre as sanções com agentes russos.

Sean Spicer veio depois garantir que a confiança de Trump em Flynn se tinha deteriorado, justificando a demissão e negando qualquer envolvimento do presidente em contactos com a Rússia. No entanto, o caso Flynn fez aumentar a pressão sobre a Casa Branca para que fossem reveladas as relações entre Trump e a Rússia, fazendo novamente Donald Trump explodir de raiva contra os meios de comunicação social, que acusou de criarem “teorias da conspiração” sobre si e a Rússia.

Trump e o resto do mundo

A opinião de Donald Trump sobre o resto do mundo ficou clara logo no discurso inaugural: America first. Por isso, no seu primeiro mês houve muitas polémicas com o resto do mundo.

O anúncio do início oficial da construção do muro foi trouxe problemas às relações entre os EUA e o México. Logo após Donald Trump ter assinado o decreto para a construção e ter anunciado que o arranque do muro deverá acontecer em breve, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, decidiu cancelar uma reunião que tinha agendada com Trump, sublinhando que o México se recusa a compactuar com a construção do muro. Isto depois de Trump ter escrito no Twitter que se o México não estivesse disposto a pagar o muro, então mais valia cancelar a reunião.

No dia seguinte, Trump e Peña Nieto conversaram por telefone durante mais de uma hora. O conteúdo da conversa não foi revelado, mas no final o presidente norte-americano voltou ao Twitter para acusar o México de se ter aproveitado “dos Estados Unidos da América durante demasiado tempo. Enormes défices comerciais e a pouca ajuda na muito débil fronteira, isso deve mudar, agora”.

Em relação à Rússia, a situação é ainda mais complexa. A demissão de Michael Flynn, na semana passada, intensificou as suspeitas de que a equipa de Trump está em contacto com as autoridades russas há muito tempo. Depois de Barack Obama ter imposto sanções à Rússia por ter interferido nas eleições norte-americanas, sanções que foram duramente criticadas por Trump, multiplicam-se os detalhes sobre as relações entre Trump e o regime russo, que durariam já desde antes da própria campanha presidencial.

Já enquanto presidente, uma semana depois de tomar posse, Trump falou ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, para desenvolverem relações “de igual para igual”. Os dois líderes anunciaram uma “coordenação real” na luta contra o Estado Islâmico. “Ambos manifestaram vontade de trabalhar ativamente e em conjunto para estabilizar e desenvolver a cooperação russo-americana numa base construtiva, de igual para igual e mutuamente vantajosa”, lê-se na versão russa do telefonema, divulgada pelo Kremlin.

No que toca à sua proximidade com a Rússia, Trump tem preferido manter uma postura de maior afastamento. Sublinhou que o facto de Putin gostar dele “é uma vantagem”, mas tem classificado todas as tentativas de colagem com a Rússia como “notícias falsas” e “teorias da conspiração”.

Esta semana, contudo, Trump criticou pela primeira vez o presidente Putin, ao pronunciar-se sobre a questão da anexação da Crimeia. O porta-voz da Casa Branca assegurou que Trump quer que a Rússia devolva a Crimeia à Ucrânia, e “espera e quer dar-se bem com a Rússia”. Trump já tinha garantido ao líder ucraniano, Petro Poroshenko, que os EUA estão empenhados na paz entre Kiev e Moscovo. A Rússia anexou a Crimeia em 2014, uma atitude duramente criticada pela comunidade internacional, mas Donald Trump ainda não tinha dirigido nenhuma crítica em específico a Putin, antes pelo contrário. Quando questionado, numa entrevista à Fox News, sobre a sua relação com o presidente russo, que o entrevistador classificou como assassino, Trump respondeu: “Há muitos assassinos por aí, temos muitos assassinos. Acha que o nosso país é assim tão inocente?”.

Ao mesmo tempo, Donald Trump tem recebido líderes mundiais na Casa Branca. A primeira reunião foi logo com Theresa May, a primeira-ministra britânica, para discutir a NATO e as relações entre os EUA e o Reino Unido. Também o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, já passou neste primeiro mês pela Casa Branca, para discutir com Trump o NAFTA e o acolhimento de imigrantes. Aliás, o acolhimento de imigrantes é o tema que mais tem marcado as relações entre os dois países, depois de o Canadá ter anunciado que iria receber os refugiados que fossem banidos pelo decreto presidencial de Trump dos EUA.

Em relação à China, depois de Trump — ainda como presidente-eleito — ter quebrado o protocolo e telefonado diretamente a Taiwan, sem passar por Pequim, os presidentes dos EUA e da China já conversaram sobre as relações entre os dois países, e Trump garante que irá respeitar a política de China única. Isto porque o governo norte-americano considera, por princípio, que apenas existe um governo chinês, sendo que Taiwan faz parte do mesmo país. Neste primeiro mês como presidente, Trump já fez questão de acalmar a tensão diplomática com a China, sublinhando que “compreendeu a enorme importância de a Administração norte-americana respeitar a política de uma China única”.

As gaffes e os factos alternativos

O mandato de Trump começou com uma polémica menor. Trump alegou que a sua tomada de posse foi a cerimónia que teve mais assistência. O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, acusou os media de serem desonestos e fez a afirmação final: “Esta é a maior audiência de sempre a assistir a uma tomada de posse, ponto final!” A assessora Kellyanne Conway viria, mais tarde, a cunhar uma expressão peculiar para defender Sean Spicer, dizendo que o porta-voz apresentou “factos alternativos”. A verdade é que os números desmentem a versão da Casa Branca: entre 1969 e 2017, Donald Trump foi o quinto presidente com mais audiências televisivas — atrás de Obama, Reagan, Carter e Nixon. Já em relação à assistência presencial, em Washington, as imagens falam por si.

As dúvidas sobre números acompanharam este primeiro mês do início até ao fim. Numa conferência de imprensa em Washington, na semana passada, o presidente afirmou ter tido “a maior vitória no Colégio Eleitoral desde Ronald Reagan”. Mas um jornalista da NBC presente na sala rapidamente corrigiu Trump, confrontando-o com os números reais — vários outros presidentes tiveram mais votos no Colégio Eleitoral. Trump ficou sem resposta. “Foi a informação que me deram”, disse o presidente, acrescentando: “Foi uma vitória considerável, não foi?”.

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