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As citações que pode encontrar num dos módulos mais em baixo desta newsletter não foram escolhidas de forma inocente. Têm um propósito e visam dar uma ideia genérica de como se pode resumir a semana. Do que se falou no FC Porto? Das vitórias conseguidas, dos troféus conquistados, dos méritos creditados. Do que se falou no Benfica? De promessas de vitórias, de ambição de troféus, dos currículos com méritos. Do que se falou no Sporting? De revisão estatutária, das virtudes e defeitos nocivos do i-voting (aliás, foi até a capa do jornal do clube), de uma segunda volta nas eleições. Mais do que uma tendência autofágica que fustiga projetos há décadas em Alvalade, o ponto passa pela capacidade ou não de aprender com o passado. Se o fosso entre rivais é cada vez maior, e se entretanto nasce um Sp. Braga cada vez mais forte a querer chegar repetidas vezes ao pódio, essa também é uma razão. E quem consegue perceber isso, claro, fica em melhores condições de não hipotecar um futuro no presente. |
É tudo perfeito no FC Porto? Não, não é. Mas um dos segredos de Pinto da Costa, que desde que chegou em 1982 à liderança dos dragões tem tantos títulos no panorama nacional como Benfica e Sporting juntos além de sete troféus internacionais, foi aprender com alguns erros que cometeu num passado não muito longínquo e valorizar o bom que conseguiu numa temporada particularmente difícil mas importante. “Tenho a felicidade de ter comigo a trabalhar em prol do FC Porto quem eu quero e não alguém porque foi preciso vir na vez de quem eu queria (…) Ver o Sérgio entre as duas taças é como se estivesse a ver um filho, um neto. O meu irmão mais novo. Infelizmente já não tenho o meu irmão mais novo mas tenho aqui um irmão para sempre”, disse na cerimónia de entrega da Taça de Portugal no Museu, após o triunfo por 2-1 frente ao Benfica jogando com menos um depois da expulsão de Luis Díaz e do próprio técnico ainda antes do intervalo, com dois golos do herói improvável Mbemba. |
O líder dos azuis e brancos reencontrou com o atual treinador alguns traços da dupla que fez outrora com José Maria Pedroto e foi isso que fez a diferença nos momentos chave, depois de quatro temporadas de apostas técnicas falhadas. O FC Porto tem agora de fazer várias vendas, irá trazer novos jogadores (ou promover regressos ao Dragão, anote já esta ideia) mas encontrou a estabilidade estrutural para resistir a essas mudanças. E os elogios a Sérgio Conceição não vieram apenas de cima, com Iker Casillas, depois de um momento de particular emoção em que foi chamado para levantar o troféu com Danilo, a deixar palavras marcantes sobre a influência do treinador uns dias antes de anunciar aquilo que todos aguardavam há muito: o fim de uma das melhores carreiras de sempre. Ainda sobre esse encontro em Coimbra, nota para a abertura de um processo ao treinador dos azuis e brancos, que foi expulso, e uma rábula sobre alegadas agressões e ameaças no túnel que afinal acabou por nunca passar disso mesmo na noite em que o FC Porto conseguiu a oitava dobradinha na história – sétima com Pinto da Costa. |
É tudo perfeito no Benfica? Não, longe disso. Na semana em que Francisco Benítez anunciou que será candidato às próximas eleições (o quarto, um recorde na história do clube) e em que João Noronha Lopes voltou a mostrar que pretende ser a alternativa que tem faltado nos últimos anos na Luz, Luís Filipe Vieira mostrou que aprendeu com uma temporada falhada que teve na derrota na final da Taça de Portugal o último capítulo antes de uma nova era onde ficou como última imagem a resignação de Nelson Veríssimo (o menos culpado de tudo o que aconteceu). Por um lado, houve a quebra de uma certa ideia de “piloto automático” que parecia haver no clube nos últimos anos onde bastava entrar em campo para ganhar; por outro, a perceção de que as eleições não se vão ganhar sozinhas. E é aqui que entronca a principal notícia na semana marcada também pela demissão de mais um dirigente, neste caso Álvaro Dâmaso, presidente da Mesa da Assembleia Geral da SAD: a apresentação oficial de Jorge Jesus. |
Muitas coisas mudaram no treinador e no próprio Benfica entre 2009, quando chegou pela primeira vez ao clube, e 2020, onde decidiu regressar. Salário à parte (e é hoje dez vezes superior ao que tinha quando veio do Sp. Braga), é o treinador com mais títulos, mais jogos e mais vitória pelos encarnados. O que não sofreu alteração? O discurso confiante, capaz de entusiasmar, com tendência para chamar massas. Só os resultados poderão (ou não) fazer uma reconciliação com aqueles que não esquecem a saída para Alvalade em 2015 mas frases como “Vamos jogar o triplo, vamos fazer uma grande equipa, vamos arrasar” quase fazem esquecer a deceção da última época. E o próprio clube já confirmou que vai ter um plantel “muito bem apetrechado”, onde se inclui Pedrinho, contratado ainda antes da pandemia, onde se vai incluir Gilberto, lateral do Fluminense, e onde se deve incluir Cebolinha, o craque do Grémio. Sobre Cavani, ainda nada de novo. Mas investimento é algo que não faltará na Luz. |
É tudo perfeito no Sporting? Não, pelo contrário. Mas a diferença em relação a FC Porto e Benfica é o caminho que se faz para enfrentar essa realidade. Depois de uma época com quatro treinadores, que acabou com um quarto lugar no Campeonato e com o maior número de derrotas numa só temporada, o que levou um grupo de pequenos acionistas a pedir a demissão dos administradores da SAD, o foco está concentrado na revisão estatutária e nas alterações que querem ser introduzidas: os responsáveis leoninos defendem de forma acérrima a necessidade de haver um sistema de i-voting; um grupo onde se incluem Miguel Poiares Maduro ou Luís Sousa enviou a Rogério Alves um projeto, apresentado pelo Observador, que baliza como prioridades uma maior transparência e prevenção nos conflitos de interesses, um modelo de governance à imagem do Bayern e o voto descentralizado em vez do i-voting; outros grupos querem sobretudo a segunda volta para todos os eleitos terem sempre um maioria. |
Neste contexto, a próxima Assembleia Geral, que levará todos estes temas a votos além de discutir e deliberar sobre o Orçamento para 2020/21 (que ainda não passou pelo crivo dos associados apesar de algumas modalidades terem já regressado aos trabalhos), promete ser mais uma reunião magna escaldante como as anteriores. Até por isso, e por outros pormenores que se foram conhecendo como a queda abrupta de associados com a renumeração que foi feita no mês passado, o futebol ganha uma outra preponderância. E, apesar de ter havido um reforço da estrutura interna também para atacar este mercado de transferências, as novidades são poucas ou nenhumas (apesar de, por exemplo, Antunes já ter contrato acertado, faltando a oficialização do mesmo). Vender falsas ilusões correu sempre mal em Alvalade mas fazer com que não haja a mínima ilusão esteve longe de correr melhor. Aqui está uma das lições não aprendidas do passado, que pode a médio prazo ter impacto no projeto de Rúben Amorim. E convenhamos: alguém imagina Portugal andar a discutir as mudanças na Constituição ano após ano? É que os estatutos de um clube são como a sua “Constituição” e desde 2011 será já a oitava alteração (agora mais de fundo). |
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Ronaldo terminou a Serie A de fora, prescindindo de uma luta que parecia destinada ao insucesso de poder ainda chegar aos 36 golos com que Ciro Immobile, avançado da Lazio, ganhou o prémio de melhor marcador em Itália e a Bota de Outo na Europa. A Juventus voltou a perder, com a Roma, numa jornada marcada também pelo triunfo do Inter frente à Atalanta que carimbou o segundo lugar na classificação. Ainda assim, e numa fase onde os bianconeri continuam a jogar pouco ou nada, é no português que entroncam quase todas as esperanças na segunda mão dos oitavos da Champions, com a Vecchia Signora a tentar anular a desvantagem frente ao Lyon (1-0). |
É verdade, acabaram os principais campeonatos europeus, já arrancaram outros referentes a 2020/21 (como o da Escócia ou o da Sérvia) e chega agora a fase de todas as decisões na Liga milionária, com vários grandes duelos em perspetiva para terminar uma temporada que não mais será esquecida (pelas piores razões). Esta sexta-feira, às 20h, há não só Juventus-Lyon mas também Manchester City-Real Madrid; amanhã (20h) seguem-se o Barcelona-Nápoles e o Bayern-Chelsea. Ficarão aí a ser conhecidos os apurados para a Final Eight da competição em Lisboa, que já tem igualmente os quatro jogos relativos aos quartos definidos: Atalanta-PSG (quarta-feira, dia 12), RB Leipzig-Atl. Madrid (quinta-feira, dia 13), Barcelona/Nápoles-Bayern/Chelsea (dia 14) e Manchester City/Real Madrid-Juventus/Lyon (dia 15). As meias e a final realizam-se na semana seguinte, tudo a um jogo. |
Já na Liga Europa, o quadro dos oito apurados para a fase final em território alemão (entre Colónia, Duisburgo, Düsseldorf e Gelsenkirchen) já está definido: Manchester United-Copenhaga e Inter-Bayer Leverkusen no dia 10, Shakhtar Donetsk-Basileia e Wolverhampton-Sevilha no dia 11. Tal como na Liga dos Campeões, os encontro das meias e das finais realizam-se na semana seguinte, mantendo-se essa nova regra possível de um jogo por decisão e não as habituais eliminatórias. E para que nada lhe falte, pode ler aqui as crónica de todas as partidas dos oitavos que foram acompanhadas pelo Observador entre quarta e quinta-feira: Shakhtar-Wolfsburgo (3-0), Copenhaga-Basaksehir (3-0), Inter-Getafe (2-0), Manchester United-LASK (2-1), Sevilha-Roma (2-0), Bayer Leverkusen-Glasgow Rangers (1-0), Basileia-Eintracht Frankfurt (1-0) e Wolverhampton-Olympiacos (1-0). |
Três últimas notas ainda em relação ao futebol internacional: Jesualdo Ferreira não resistiu à derrota nos quartos do Campeonato Paulista e rescindiu contrato com o Santos; o Arsenal conquistou a Taça frente ao Chelsea uns dias antes de anunciar a dispensa de 55 funcionários, entre os quais o olheiro que detetou um tal de Fabrègas; chegou ao fim o longo castigo de Gelson Martins em França depois de ter empurrado duas vezes um árbitro. |
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Depois de ter ganho a corrida em Marraquexe antes da paragem pela pandemia, António Félix da Costa teve um regresso em grande ao Mundial de Fórmula E, reforçando a liderança na classificação com mais do dobro dos pontos do que os segundos classificados, o brasileiro Lucas de Grassi e o belga Stoffel Vandoorne (128-57). Após o triunfo na primeira de seis corridas no circuito de Tempelhof, em Berlim, conseguindo os 30 pontos que estavam em disputa, o piloto português da DS Techeetah voltou a dominar do início ao fim a segunda prova no dia seguinte, falhando apenas os pontos no group stage e da volta mais rápida. O traçado germânico recebe este fim de semana mais duas corridas (sábado e domingo, ambas às 18h) e Félix da Costa pode festejar já o título de 2020. |
Na Fórmula 1, o Grande Prémio da Grã-Bretanha teve poucos motivos de interesse até às últimas três voltas, altura em que o desgaste dos pneus deu à corrida a emoção que parecia estar guardada para o final: Lewis Hamilton fez a última volta em Silverstone apenas com três rodas mas conseguiu aproveitar a vantagem que conseguira ganhar para somar mais um triunfo que reforçou a liderança no Mundial; Valtteri Bottas não teve a mesma sorte, ainda foi às boxes trocar de pneu mas falhou a entrada nos pontos; Carlos Sainz, que estava a fazer uma grande corrida e que subira ao quarto lugar, desceu para 13.º também devido aos pneus; Max Verstappen e Charles Leclerc fecharam o pódio. Este fim de semana há nova corrida no mesmo traçado (domingo, 14h10). |
Este fim de semana volta também o MotoGP, com um Grande Prémio da Rep. Checa onde Miguel Oliveira tentará dar continuidade ao oitavo lugar alcançado em Espanha antes da desistência no Grande Prémio da Andaluzia após um toque de Brad Binder no pneu traseiro que levou a uma rara queda. A corrida realiza-se domingo às 13h e não contará com o hexacampeão Marc Márquez, que voltou a ser operado à fratura no úmero feita na prova inicial. |
Por fim, o caso da semana que chegou da Volta à Polónia: num sprint final para decidir a primeira etapa, Fabio Jakobsen, da Deceuninck-Quick-Step, sofreu graves lesões no nariz, na faringe e na laringe após um encosto do compatriota Dylan Groenewegen em cima da meta, que levou a equipa do lesionado a apresentar queixa e a pedir mesmo prisão efetiva para o corredor que foi nesse mesmo dia expulso da corrida. Jakobsen, que continuava em coma induzido, foi operado ao longo de cinco horas às lesões sofridas mas uma tomografia parece ter despistado de vez a possibilidade de haver danos no tecido cerebral. Já Groenewegen, que diz estar a atravessar o pior pesadelo da carreira, continua a ser visto como um vilão a quem todos pedem responsabilidades pelo sucedido. |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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Hamilton sofreu mas tornou-se o primeiro a ganhar sete vezes em Silverstone mas Mercedes falhou dobradinha após Bottas furar no final. Verstappen e Leclerc foram ao pódio, Hulkenberg não arrancou.
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António Félix da Costa conseguiu esta quinta-feira a segunda vitória seguida em Berlim e terceira no Mundial de Fórmula E juntando a de Marraquexe antes da paragem, tendo já 68 pontos de avanço.
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Autódromo Internacional do Algarve vai receber Fórmula 1 em outubro mas pode não ficar por aí em termos internacionais: Mundial de MotoGP vai anunciar 14.ª corrida e Portugal estará na frente.
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O vilão
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Ciclismo
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Há quem peça até pena de prisão mas de um castigo severo e poucas oportunidades no futuro já não vai escapar. A história de Dylan Groenewegen, ciclista que empurrou Fabio Jakobsen no Tour da Polónia.
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Terceiro tempo
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