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“Olá, Behdad! Presumo que não te lembres de mim.” |
Para começo de conversa, o Manuel Pestana Machado não parecia muito otimista. Passaram dois anos desde que uma foto o tinha levado a falar com Behdad Esfahbod — um, até então, desconhecido que encontrou no Facebook. Agora tentava falar de novo, mas já depois de o ver no jornal The New York Times como protagonista de uma das grandes histórias internacionais da semana. |
Spoiler alert: Behdad lembrava-se e acabou a dar uma entrevista ao Manuel. |
Mas comecemos pelo início. Em abril de 2018, durante uma entrevista a Bernardo Correia, diretor-geral da Google Portugal, o mesmo Manuel Pestana Machado percebeu que a multinacional andava à procura de escritórios maiores em Lisboa e estava a contratar. Quis fazer um artigo sobre isso, mas encontrou um problema: em Lisboa, naquela altura, a Google tinha escritórios na Avenida da Liberdade, mas no arquivo do Observador não havia nenhuma foto do espaço. Sem soluções para ilustrar o trabalho — e decidido a não recorrer a uma foto genérica da empresa —, o Manuel foi… ao google. |
Pesquisou e não encontrou propriamente imagens dos escritórios de Lisboa, mas encontrou uma foto tirada lá dentro. A imagem — é preciso dizê-lo — é estranha. São três peluches pequenos (eu arrisco duas focas e uma boneca), seguros numa mão, em frente a um logótipo da multinacional, impresso, talvez, numa parede. Mas o Manuel queria mesmo — mesmo — uma foto, pelo menos, tirada nos escritórios de Portugal. E se aquilo era o melhor que ia conseguir, então valia a pena tentar procurar o autor. Acabou por descobrir que era um programador de origem iraniana e canadiana, que trabalhou para a Google e para o Facebook e que tinha passado em Portugal. |
“Olá Behdad, o meu nome é Manuel, sou um jornalista português…” |
Spoiler alert: a foto foi mesmo tirada nos escritórios da Google em Lisboa e era mesmo de Behdad Esfahbod, que não se importou nada de a ceder ao Observador e os dois até ficaram “amigos” no Facebook. |
Na semana passada, enquanto lia uma história sobre a “vedeta da tecnologia” iraniana detida e chantageada pelo exército do seu país de origem, o Manuel pensou que conhecia aquela cara de algum lado. O amigo de Facebook que lhe tinha cedido uma foto em 2018 era agora o homem que tinha decidido tornar pública a forma como, em janeiro, durante uma viagem ao Irão para ver a família, diz ter sido detido e interrogado durante sete dias e seis noites. Foi pressionado, teve de entregar todos os seus dispositivos eletrónicos e viu a sua vida devassada, entre ameaças sobre o que poderia acontecer se não cooperasse ou mentisse. No final, para se libertar, terá dito “sim” à proposta de ser uma espécie de espião para o exército iraniano — mas não cumpriu. Na conversa que teve com o Manuel Pestana Machado, no sábado passado, falou sobre o preço que teve de pagar por isso. |
A entrevista haveria de ser transformada no especial “Do cativeiro ao sonho de viver em Lisboa. A história de Behdad Esfahbod, o programador-estrela perseguido pelo Irão”, que, provavelmente, só foi possível por causa daquela primeira foto. Talvez seja estranho ouvir um jornalista de tecnologia dizer isto, mas foi o que o Manuel Pestana Machado escreveu no seu Facebook a propósito da coincidência e da facilidade com que tudo aconteceu: “Afinal, a internet existe”. |
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Governo
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Costa estava a falar em off e foi surpreendido com vídeo onde chama "cobardes" aos médicos. Expresso recusa responsabilidade, mas vídeo foi enviado pelo semanário, já cortado, a outras redações.
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PSD
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Rio criticou a "teia" socialista no lar de Reguengos, mas visitou uma misericórdia com 9 militantes do PSD nos órgãos sociais, incluindo autarcas em funções, e outra liderada por militante histórico.
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Tribunal Constitucional
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O CDS comprou 96 livros de Nuno Melo por 1320 euros, o PSD gastou 8 mil devido à movimentação de Luís Montenegro e o PCP gastou 638 euros no "Manel da Gaita". As faturas dos partidos vistas à lupa
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Presidente da República
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Presidente a três vetos de igualar o total de vetos do seu antecessor, o "herbívoro" Cavaco, em dez anos em Belém. Quase um terço dos vetos de Marcelo aconteceu neste verão. Presidenciais à vista?
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Coronavírus
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José Artur Paiva dirige o serviço de medicina intensiva do Hospital S. João. Diz que o sucesso no inverno depende de dois passos: mais profissionais e testes rápidos para a gripe e para a Covid-19.
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Educação
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Decisão de reabrir escolas "é incrivelmente difícil", diz professor de Harvard. Antes de haver vacina "é um risco para a saúde das crianças”, mas uma recessão prolongada também afetará os alunos.
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Eleições EUA
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Num discurso de 70 minutos, Donald Trump enalteceu o seu primeiro mandato — e comparou-se até a Lincoln. Sobre o futuro, colocou duas hipóteses: ou o regresso à "grandeza" ou o "socialismo" de Biden.
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Pré-Publicação
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A Peste Negra foi tão apocalíptica que, com exagero, chegou a escrever-se que só escapou com vida uma pessoa em cada dez. Pré-publicação de "Contágios", o mais recente livro de Jaime Nogueira Pinto.
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Música Portuguesa
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Prestes a comemorar 75 anos, Sérgio Godinho falou com o Observador sobre a canção nova, "os prazeres da vida", os efeitos da pandemia e a "sempre precária" liberdade: "é preciso lutar por ela".
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Liga dos Campeões
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Abriu 25% do capital a parceiros, pagou o estádio novo 16 anos antes. Salvou o rival B. Dortmund. Dá lucro há 27 anos. Tem os maiores cérebros a escolher os melhores no terreno. Este é o mundo Bayern.
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Opinião
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Publicar declarações em off? Se a imprensa quer ser peça imprescindível de uma democracia saudável, então que não apresente princípios para defender uns e demonstre que vale tudo para atacar outros.
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Se vai haver dinheiro como nunca houve, e não vai haver tanta vigilância de Bruxelas como deveria haver, alguém tem de nos controlar. Vamos ter de ser nós.
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Se a esquerda prosseguir com esta campanha persecutória contra aqueles que são ferozmente democratas – e, no seu direito, ferozmente não-socialistas – acaba a falar sozinha.
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Entre a oposição discreta mas firme de Londres, o mal disfarçado incómodo da França e a vontade de D. João VI, fracassaram os projectos da intervenção restauracionista em Portugal da Santa Aliança.
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Não se pode pôr de parte a possibilidade de o atentado contra Alexey Navalnyi fazer parte na luta no interior da elite pelo poder. Putin não é eterno e a sua autocracia dá sinais de erosão.
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Caras Sra. Ministra e Sra. Directora Geral da Saúde, todos reconhecemos o turbilhão de exigências a que, desde há muito tempo, têm estado submetidas. Mas, por favor, repensem aquilo que afirmaram.
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