Enquanto dormia… |
… O Observador contava como acabou a relação de Pedro Nuno Santos com a Tecmacal. O ex-ministro, agora candidato à liderança do PS, vendeu a participação que detinha na empresa de calçado do pai, como mostra o registo de interesses do deputado socialista. A alienação (uma doação, em bom rigor) dessa participação foi divulgada poucas horas pela Assembleia da República, apesar de ter sido concretizada já em fevereiro. Ainda longe de imaginar o calendário político que agora tem à sua frente, Pedro Nuno Santos desfez-se de uma ligação que poderia trazer problemas desnecessários a um candidato à liderança do partido e do país (que não vai contar com o apoio de uma das principais figuras do partido). |
Também a pensar nas eleições de 10 de março, André Ventura apresenta-se em tom moderado. A mudança de pele começou a fazer-se notar de forma mais clara na tarde em que António Costa anunciou ao país que se demitia. De um momento para o outro, o líder do Chega — que já apontou PNS como seu principal adversário nas próximas eleições — vestiu o fato do regime, prometeu que o país não ficará sem alternativa e que tudo fará para que um novo governo entre em funções o mais rapidamente possível. A estratégia, essa, está definida: não ostracizar o PSD, ser moderado e contido e esperar que o resultado torne o seu partido uma peça indispensável no tabuleiro político pós-legislativas. |
Espanha vive também um (conturbadíssimo) momentum político. Ontem, Pedro Sánchez chegou à sessão da sua investidura convicto de que, com o apoio de oito forças políticas, podia percorrer o caminho de volta ao Palácio Moncloa sem mais percalços. Mas o Junts per Catalunya tinha outros planos. E, nesse mesmo debate, deixou a ameaça: ou o socialista é claro sobre o perdão de parte da dívida da Catalunha, a amnistia e as possibilidades da realização de um novo referendo sobre a independência da região ou no hay nada para Sánchez. E tudo isto a horas de começar a votação para a investidura do novo governo de Espanha, que arranca já esta manhã e que vamos acompanhar em permanência no site do Observador. Foi também à situação política em Espanha e ao dilema do líder socialista — a amnistia aos referendistas catalães — que demos destaque na edição de hoje da História do Dia. |
Continuamos também a seguir de perto o dia a dia na Web Summit. Ontem, uma das principais intervenções voltou a ser dedicada ao tema que tem atravessado toda a edição deste ano: a Inteligência Artificial, os perigos e as consequências para o nosso futuro. Um ano depois do lançamento do ChatGPT, Cassie Kozyrkov, cientista de dados sul-africana e CEO da agência de apoio à decisão Data Scientific, deixou uma frase premonitória no ar: “Os humanos não vão sair de moda.” |
Em relação ao conflito entre Israel e o Hamas, o ministro dos Negócios Estrangeiros português revelou ontem que três luso-palestinianos, dois dos quais crianças, morreram na sequência de bombardeamentos israelitas sobre a Faixa de Gaza, precisamente no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU aprovou (com as abstenções de EUA, Reino Unido e Rússia) uma resolução com o apelo à realização de “pausas e corredores humanitários” no terreno. Telavive já criticou a posição. Também ontem, Israel garantiu ter encontrado armas e recursos tecnológicos, além de um centro de comando, no hospital Al Shifa, ontem tomado pelas forças israelitas. O Hamas nega. Estamos a seguir em permanência os principais momentos do conflito e, no Contra-Corrente, o José Manuel Fernandes e a Helena Matos vão analisar o conflito: “Quanto tempo resta a Israelpara vencer o Hamas?” é a questão de partida. |
A terminar, já sabe que tem disponível no Observador o dilema diário do AbraPalavra — com seis tentativas para descobrir a palavra — ou do Sudoku. E também sabe que vamos estar em constante atualização no site do Observador e na nossa rádio. |
Boa quinta-feira. |