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Enquanto dormia… |
…o relatório secreto do Banco de Portugal (BdP) foi tornado público pelo Observador e revela que o Banco de Portugal podia ter feito mais e melhor na supervisão ao BES. As conclusões — analisadas pelo Nuno Vinha, pela Ana Suspiro e pelo Edgar Caetano — deixam uma má imagem da entidade supervisora, então liderada por Carlos Costa. O relatório denuncia que o BdP não terá utilizado os seus poderes na plenitude, que só se preocupou com o grupo GES meses antes do colapso, que ingnorou erradamente os sinais vindos de Angola e que terá cometido um erro ao manter Ricardo Salgado no cargo. Esta é só uma pequena parte das conclusões de um documento que, como lembra a Ana Suspiro, vê a luz do dia seis anos e cinco negas (ao Parlamento) depois. Era secreto até no Banco de Portugal. |
Em Cabo Delgado, Moçambique, a situação continua muito complicada e, por isso, é lá que o Observador tem um enviado especial com relatos fidedignos e sem filtros. O Pedro Jorge Castro chegou há pouco tempo a Moçambique e já conta histórias impressionantes, desde os traumas de quem viu as decapitações, aos homens que fazem planos para lidar com a eventual chegada de terroristas a Pemba, até ao professor polígamo que fugiu de Palma com as suas duas famílias. A pergunta que ecoa é: “Quem é que pode não ter medo?” |
A decisão instrutória sobre José Sócrates na Operação Marquês continua a provocar reações apaixonadas e o PS — que já ouviu das boas do antigo líder (“a política ama a traição, mas despreza o traidor”, escreveu Sócrates citando Ulysses Guimarães) — começa a desconfinar as críticas. Fernando Medina, que foi porta-voz no PS de Sócrates, decidiu ser animal feroz em vez de português suave e disse que o comportamento do antigo primeiro-ministro “corrói o funcionamento da vida democrática”. |
Marcelo Rebelo de Sousa enviou mais um decreto de renovação do estado de emergência para o Parlamento, em que o texto é exatamente igual ao anterior, excepto nas datas e no preâmbulo, mas de onde o Presidente retira uma frase em que referia que a situação pandémica estava a “evoluir favoravelmente”. Isto não significa propriamente pessimismo presidencial, já que na audiência com os partidos — como contam a Mariana Lima Cunha e o Miguel Santos Carrapatoso — Marcelo não vê razões para travar o desconfinamento. O estado de emergência volta esta quarta-feira a ser aprovado no Parlamento, embora os partidos comecem a exigir que seja o último. Marcelo fala ao país às 20h00. |
O epidemiologista Manuel Carmo Gomes aconselhou o Governo a não avançar para a terceira fase do plano de desconfinamento, defendendo que se siga o caminho da prudência. Ao jornal i, o epidemiologista diz claramente: “Das duas, uma: ou seguimos o caminho da prudência e o caminho que mostra que aprendemos as lições do passado ou prosseguimos dogmaticamente o calendário do desconfinamento como se estivesse tudo normal”. Já não está nas reuniões do Infarmed, mas continua a ter voz. |
Os alertas também vieram da reunião do Infarmed, onde os especialistas apontaram que a zona de risco está a duas semanas de distância, como explica a Ana Kotowicz. Ao mesmo tempo, António Costa já está preocupado com o plano para o verão. Se quiser acompanhar tudo sobre pandemia pode seguir o nosso Liveblog, que pela manhã tem um título otimista para o país: um responsável do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças coloca Portugal fora de tendência europeia “preocupante” de infeções e mortes. |
O prolongamento das moratórias parece cada vez mais uma miragem e dificilmente será aprovado na Assembleia da República. Há duas semanas, em mais uma coligação negativa, parecia haver esperança já que uma maioria aprovou na generalidade o prolongamento das moratórias contra a vontade do Governo. Mas tudo podia cair na especialidade, o que está prestes a acontecer. Como conta a Mariana Lima Cunha, o prolongamento das moratórias é cada vez mais improvável, já que a proposta tem “um cutelo em cima da cabeça”. |
Acabou-se o sonho da Liga dos Campeões para o Futebol Clube do Porto após mais uma exibição que só pode deixar orgulhosos os portistas. A Mariana Fernandes conta que as duas mãos dos quartos-de-final foram 180 minutos à Sérgio em que só faltou o que não se compra: a fortuna. Para a história fica a excelente prestação dos dragões e o golo de bicicleta de Taremi. Resta ao FC Porto pedalar para apanhar o Sporting no campeonato português, que está a seis pontos. |
Se é de Lisboa, atenção: esta quarta-feira a EMEL volta a cobrar estacionamento. As tarifas estavam suspensas desde 25 de janeiro, mas os parquímetros voltam hoje a funcionar. |
Se puder ir a Oeiras, uma sugestão: até dia 14 de maio, no Núcleo Central do Taguspark, pode ver a exposição “Estados Desunidos da América”, um trabalho sobre a cobertura da campanha das eleições presidenciais nos EUA aqui no Observador, pela lente do editor de fotografia João Porfírio e pela caneta do repórter João de Almeida Dias. |
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