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À hora em que estas linhas estavam a ser escritas, Alfredo Quintana encontrava-se internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, numa situação clínica muito grave e com prognóstico reservado. O “Grande Quintanaaaaaaaaa”, a frase mais vezes repetida nas transmissões de todos os mais de 500 jogos oficiais em que esteve presente. Às 12h de hoje, a pior notícia chegou: o guerreiro não resistiu. Partiu, com 32 anos. |
O guarda-redes chegou em 2011 ao Porto, ao abrigo do protocolo feito pela Federação Portuguesa de Andebol com a homóloga de Cuba. 11 anos depois, ainda estava nos dragões. Teve vários convites/sondagens do estrangeiro para rumar a ligas mais atrativas, teve a possibilidade de se mudar em termos internos, teve a certeza de que poderia ir para qualquer equipa do mundo. Não quis, nunca quis. Porque se existia algo que distinguia o luso-cubano dos demais era aquele sentimento de gratidão por quem lhe deu tudo. Até porque ele deu sempre um pouco mais. |
Quintana era mais de meia equipa, no FC Porto e na Seleção. Em campo, funcionava como um líder nato, o catalisador do coletivo nos momentos chave, um extraordinário guarda-redes com 2,01 metros e 100 quilos que tinha um qualquer poder de elasticidade invulgar na realidade nacional. Enchia a baliza, era uma máquina na forma como fazia a mancha nas segundas tentativas, sabia lançar situações de contra-ataque, de quando em vez até marcava golos. Fora das quatro linhas, no balneário, nos estágios ou nas folgas, construiu um grupo pela dedicação e pela boa disposição, com uma ginga única ao ritmo dos sons latinos que o acompanharam sempre. Era um exemplo, deu o exemplo, liderou pelo exemplo. E não era apenas idolatrado pelos adeptos do seu clube porque se existia um caso de um jogador muito respeitado por todos os adversários por aquilo que conseguia fazer, era ele. |
No treino de segunda-feira, no dia seguinte a uma vitória na Maia frente ao Águas Santas que fechou com um golo do guarda-redes (o segundo do jogo), e quando estava a falar com o preparador da equipa no intervalo de um jogo de futebol para descomprimir antes do trabalho de recuperação no ginásio, visando o encontro da Champions com os bielorrussos do Meshkov Brest, Alfredo Quintana, um atleta tipo que também dava nas vistas pela estampa física, sofreu uma paragem cardiorrespiratória. E as mensagens que têm chegado dos mais variados locais, equipas, modalidades ou quadrantes mostram a referência em que o luso-cubano se transformou. Se chegou para aprender, estava há mais de dez anos a dar lições. Como atleta, como homem, como amigo. Foi, é e será o Grande Quintana. |
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Depois do nulo em Faro, a semana foi particularmente agitada na Luz, com notícias na imprensa desportiva a defender que Luís Filipe Vieira não recusaria um pedido de demissão de Jorge Jesus (desmentidas na newsletter e de forma oficiosa) e que Jorge Jesus não pretendia sair (confirmada pelo próprio). Foi também aí e nas críticas às exibições da equipa que esteve a génese da “explosão” do técnico na conferência de imprensa antes do encontro na Grécia com o Arsenal, voltando a destacar o impacto que o surto de Covid-19 teve na equipa e recusando qualquer responsabilidade própria, dos jogadores, do presidente ou do resto da estrutura por algo que não se controla, ao mesmo tempo que pediu carinho em vez de protestos. Umas horas depois, não foi isso que aconteceu na zona da rotunda Cosme Damião, com várias dezenas de carros a comparecerem num buzinão convocado através das redes sociais e mais tarjas espalhadas nas imediações do Estádio da Luz visando Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus. |
O Benfica jogava muito na segunda mão dos 16 avos da Liga Europa, como se foi percebendo antes e durante o jogo pelas reações de jogadores, equipa técnica e restantes elementos. Também por isso, o golo de Aubameyang, a três minutos do final, teve um peso maior do que qualquer outra derrota – sendo que os encarnados atravessam o pior momento da temporada nos resultados, levando quatro encontros sem vitórias. No final de fevereiro, foi-se quase tudo: a fase de grupos da Champions, a Liga Europa, a Supertaça, a Taça da Liga e o próprio Campeonato, que a 15 pontos de distância leva a que o grande objetivo passe pelo segundo ou terceiro lugares (como uma espécie de mal menor dentro do muito mau). No contexto de uma época onde o clube fez o maior investimento de sempre, com mais 100 milhões de euros investidos em contratações, esperam-se respostas e soluções para a crise que está instalada e que podem chegar este domingo, quando Luís Filipe Vieira falar à BTV em dia de aniversário. |
Ainda nas provas europeias, o Sp. Braga não conseguiu também inverter o resultado negativo da primeira mão e voltou a perder com a Roma, ficando assim o FC Porto como único representante nacional nas provas europeias, neste caso a Liga dos Campeões, que teve os últimos quatro encontros da primeira mão dos oitavos: o Bayern ligou o rolo compressor no Olímpico de Roma e goleou a Lazio com o primeiro golo do jovem Jamal Musiala; o Chelsea agravou a crise recente de resultados do Atl. Madrid ganhando em Bucareste com uma bicicleta de Giroud; o Real Madrid arrancou um triunfo pela margem mínima em Bérgamo frente a uma Atalanta que esteve a jogar mais de 70 minutos com menos um; e o Manchester City quase sentenciou a eliminatória frente ao B. Mönchengladbach com o trio português em destaque, tendo Bernardo Silva a marcar e a assistir e João Cancelo a jogar como nunca. |
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Este sábado há clássico no Dragão (20h30), com Sporting e FC Porto separados por dez pontos e uma convicção que tem sido partilhadas por muitos, como Fernando Mendes no programa “Nem tudo o que vai à rede é bola” da Rádio Observador: se os leões não perderem as contas ficam mais decididas, se os dragões ganharem a Primeira Liga fica completamente reaberta. Antes, ambos cumpriram. O Sporting derrotou o Portimonense em Alvalade e voltou a mostrar a solidez do seu setor defensivo, que no total do Campeonato sofreu dez golos em 20 jogos até ao momento; o FC Porto passou na sempre complicada deslocação à Madeira com Marchesín e Francisco Conceição em destaque num dia marcado pela notícia de Quintana, que não foi esquecido por Sérgio Conceição no jogo em que cumpriu 200.º encontros oficiais no comando dos azuis e brancos e recebeu uma surpresa por isso. |
Nos outros encontros da jornada, o Benfica, que voltou a somar mais um empate no Algarve frente ao Farense e não estava tão longe da liderança há mais de duas décadas, recebe o Rio Ave na segunda-feira (19h), ao passo que o Sp. Braga, que cumpriu em casa frente ao Tondela e já tem mais quatro pontos do que os encarnados na terceira posição, desloca-se à Madeira para defrontar o Nacional no domingo (20h). A 21.ª jornada do Campeonato começa esta sexta-feira com um sempre emocionante V. Guimarães-Boavista (20h30), um clássico mesmo sem público. |
Duas outras notas no futebol nacional: a entrevista de Fernando Gomes ao jornal Record, onde faz as contas ao impacto da pandemia no futebol de formação, admite a possibilidade de haver menos equipas no Campeonato ou reformular taças pela grande densidade competitiva e falou de outros problemas como o match fixing; e o Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira o decreto-lei que determina a comercialização centralizada dos direitos televisivos dos jogos da Primeira e da Segunda Liga de futebol, a implementar até à época desportiva 2028/2029 . |
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No futebol internacional, o Manchester City continua aquilo que se tornou um autêntico passeio na Premier League, conseguindo em Londres frente ao Arsenal o 13.º triunfo consecutivo na prova que manteve o avanço de dez pontos sobre o rival United, que venceu o Newcastle em Old Trafford com mais um golo e uma assistência de Bruno Fernandes. Em contraponto, o Liverpool voltou a registar mais um ponto baixo na temporada, perdendo em Anfield o dérbi com o Everton 22 anos depois, e o Tottenham de José Mourinho foi derrotado no Olímpico de Londres pelo West Ham. Em Itália, o Inter reforçou a liderança após o triunfo no dérbi com o AC Milan, enquanto a Juventus manteve a perseguição depois de um triunfo frente ao Crotone com mais dois golos de Ronaldo. Na Liga espanhola, o Atl. Madrid perdeu em casa com o Levante e reabriu as contas que já pareciam decididas. |
Esta semana, os principais destaques lá fora são os seguintes: esta sexta-feira, Werder Bremen-Eintracht Frankfurt (19h30); no sábado, Manchester City-West Ham (12h30), Bayern-Colónia (14h30), Sevilha-Barcelona (15h15), Dijon-PSG (16h), RB Leipzig-B. Mönchengladbach (17h30), Hellas Verona-Juventus (19h45) e Newcastle-Wolverhampton (20h); no domingo, Leicester-Arsenal (12h), Tottenham-Burnley (14h), Inter-Génova (14h), Chelsea-Manchester United (16h30), Sheffield United-Liverpool (19h15), Roma-AC Milan (19h45), Marselha-Lyon (20h) e Villarreal-Atl. Madrid (20h); na segunda-feira, Real Madrid-Real Sociedad (20h); na terça-feira, Juventus-Spezia (19h45) e Manchester City-Wolverhampton (20h); na quarta-feira, Rennes-Lyon (18h), AC Milan-Udinese (19h45), Fiorentina-Roma (19h45), Lille-Marselha (20h), Bordéus-PSG (20h) e Crystal Palace-Manchester United (20h15); e na quinta-feira, Parma-Inter (19h45) e Liverpool-Chelsea (20h15). |
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João Almeida recomeçou a temporada da melhor forma na Volta aos Emirados Árabes Unidos, estando a um dia de conseguir o primeiro lugar no pódio de uma corrida do calendário do World Tour. O português começou na quarta posição da geral com as bonificações do primeiro dia, já liderou a camisola dos pontos, esteve três dias com a camisola das metas volantes mas sobretudo agarrou da melhor forma a terceira posição da geral em Jebel Jais, apenas atrás do incontestável Tadej Pogacar e de Adam Yates. Em paralelo, se existe essa certeza de estarem reunidas condições para um grande ano, sobra uma dúvida: após ter assumido a Volta a Espanha como ponto alto de 2021, Patrick Lefevere, dono da Deceuninck Quick-Step, aponta-o agora como líder na Volta a Itália. |
O Open da Austrália terminou com os vencedores mais esperados, que fizeram as melhores exibições ao longo do torneio e que pautaram o grande ano que se antevê no ténis em 2021. No quadro masculino, e perante um Medvedev que levava uma série de 20 vitórias seguidas (12 das quais contra jogadores do top 10), Novak Djokovic sacou do seu melhor jogo para conquistar pela nona vez noutras tantas finais o torneio, alcançando o 18.º Grand Slam da carreira, apenas a dois de Roger Federer e Rafa Nadal. Após o triunfo, o sérvio, que se tornou também o jogador com mais semanas na liderança do ranking mundial (311 e a contar…), reagiu às críticas como alguém que sente que está ao nível dos dois grandes rivais dos últimos anos mas não é tratado como tal – e por isso vai colocar o foco nas grandes provas do circuito para também aí ficar como o melhor entre os melhores. Na prova feminina, Naomi Osaka derrotou a surpreendente Jennifer Brady e alcançou o quarto Grand Slam noutras finais, tornando-se apenas a terceira a conseguir o feito depois de Monica Seles e Federer. Mais do que isso, provou que ocupa mais do que um espaço no ténis, sendo uma ativista com voz e cada vez mais uma referência com uma legião de seguidores. |
Arranca esta sexta-feira o Mundial de Fórmula E, onde António Félix da Costa parte com ambição de revalidar o título conseguido no ano passado pela DS Techeetah. “Sei que sou o alvo a abater por todos os meus adversários, mas isso, na verdade, motiva-me ainda mais para entrar em pista na máxima força. Será um ano ultra competitivo, todas as equipas trabalharam muito e evoluíram muitos os carros mas nós também o fizemos e queremos muito manter o nível de 2020”, destacou o português na antecâmara do início da época, com o Diriyah ePrix 1 (esta sexta-feira, 16h30) e o Diriyah ePrix 2 (sábado, 16h30), ambos no circuito citadino de Riade, na Arábia Saudita. |
Outras notícias que marcaram a semana: Tiger Woods, um dos melhores jogadores de golfe de todos os tempos, sofreu um aparatoso acidente de viação em Los Angeles que provocou múltiplas fraturas nas pernas e que coloca em causa o regresso à competição, tendo em causa a gravidade dos problemas (embora seja por agora um cenário prematuro de levantar); o médio de abertura Dan Carter, bicampeão mundial pelos All Blacks da Nova Zelândia, anunciou a sua retirada do râguebi profissional, onde foi considerado por três ocasiões o melhor do mundo; Pau Gasol oficializou o regresso ao Barcelona 20 anos depois, tendo como principais objetivos a completa recuperação dos problemas físicos, a conquista da Euroliga e a presença em pleno nos Jogos de Tóquio; e Rochele Nunes foi à sua primeira final de um Grand Slam, neste caso em Telavive, juntando a primeira prata a nove bronzes. |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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1
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Nove finais no Open da Austrália, nove vitórias, agora com Medvedev (7-5, 6-2 e 6-2). 18 Grand Slams. Confirmação do recorde de mais semanas como número 1. Djokovic tem 33 anos mas muito para fazer.
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2
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Naomi Osaka mostrou que as finais não se jogam, ganham-se. E após ter acabado o sonho de Serena Williams, superou Jennifer Brady (6-4 e 6-3) e conquistou o quarto Grand Slam noutras tantas decisões.
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3
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João Almeida brilhou em Jebel Jais, acabou em quinto na roda de Pogacar e Adam Yates e tem o terceiro lugar na Volta aos EAU quase garantido, naquele que será o primeiro pódio no World Tour.
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O especial
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Cinema
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Na sua "last dance", Pelé começou contrariado e acabou mito. Um novo filme na Netflix conta e mostra a sua história nos relvados: é por isto, por tudo isto, que Edson Arantes do Nascimento foi único.
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Terceiro tempo
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