Enquanto dormia… |
… As cartas estavam lançadas. O Governo deve hoje receber a legitimidade parlamentar ao ver o seu programa a não ser rejeitado. PCP e Bloco apresentam moções de rejeição ao programa, uma estratégia que fez cair o segundo Governo de Passos Coelho, mas que hoje deve ter destino diferente. Ainda que as ameaças do Chega tenham sido audíveis no debate de ontem, o primeiro dia de discussão desse programa. Chega ameaçou. PS pressionou — Pedro Nuno Santos desafiou o Governo a apresentar uma moção de confiança) reiterando as acusações de arrogância a Luís Montenegro que volta a passar a jogada para o PS (viabilizando o programa, terão de viabilizar o Governo). Mas no final o programa passará. O que vai agora fazer a oposição? É tema para a História do Dia de hoje. O segundo dia de debate começa às 10 horas e, por isso, o Contra Corrente, sobre o programa do Governo, desta sexta-feira é antecipado para depois das 9horas. |
O programa do Governo foi apresentado na quarta-feira. Mas Luís Montenegro apareceu no primeiro dia de discussão (veja as entrelinhas do discurso e os fact checks ao debate) com uma metralhadora de propostas calendarizadas e para avançar no imediato. “Acha que eu queria apenas tomar posse para dizer que era primeiro-ministro? Eu quis tomar posse para cumprir o Programa do Governo. É assim difícil perceber?”, atirou Montenegro já depois de ter disparado anúncios como o avanço na descida do IRS que irá já ao próximo Conselho de Ministros; iniciar as negociações com as forças de segurança já esta sexta-feira; iniciar negociações com os professores nos próximos 10 dias; acelerar a execução dos fundos europeus (promovendo as condições para pedir o quinto cheque do PRR); e avançar este ano com os exames do 9.º ano em papel (Montenegro anunciava no Parlamento ao mesmo tempo que o Ministério da Educação comunicava a decisão). |
Depois da discussão do programa, o Governo irá testar a oposição com medidas avulso (como a do IRS), voltando a não desvendar se haverá lugar a retificativo. Em entrevista ao Observador, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD que neste governo minoritário se comportará como um 18.º ministro, não se compromete com o retificativo, que Pedro Nuno Santos já disse será o único viabilizado pelo PS. Mas atira ao líder socialista dizendo que a defesa do retificativo pelo PS “é a maior confissão de culpa” a que assistiu. “Jogada política é querer que o Governo apresente um orçamento retificativo com aquilo que a oposição acha que as pessoas vão gostar e não aprovarem um Orçamento do Estado porque acham que disso vai depender a continuidade do Governo. Estão com medo de quê, afinal? Essa é a primeira pergunta. Vamos a isso. Estão com medo de quê?”, desafia o social-democrata, recusando a ideia de que o PSD está a fazer um ultimato ao PS. E não esconde: “Genuinamente acredito que o PS se vai abster”. |
O Orçamento do Estado para 2025 já terá de ser feito a pensar num novo momento de política monetária e sem a inflação a níveis tão elevados. Ainda não foi desta que o BCE cortou juros (como aliás se esperava), ainda que já tenha havido pressão interna para que o fizesse. Mário Centeno foi um dos governadores que na reunião de ontem quis apressar a descida de juros na zona euro, que só deverá acontecer na reunião de junho, ainda que as incertezas sobre a continuidade da política monetária sejam grandes, até pelo que se vai passando nos EUA. |
E isto numa altura em que o conflito entre Israel e Hamas está a colocar o Irão mais no centro. O Irão ameaçou atacar Israel depois do ataque à embaixada iraniana em Damasco, na Síria. O Observador vai seguir ao minuto a escalada do conflito que, segundo fontes citadas pelo Wall Street Journal, pode vir nas próximas horas com o alegado ataque do Irão. É o momento mais perigoso no Médio Oriente desde 1973, considerou Marco Rubio, senador republicano que pertence à Comissão dos serviços secretos do Senado norte-americano. Há vários diplomatas (nomeadamente do Reino Unido) a serem aconselhados a armazenarem bens de primeira necessidade. |
Os bispos portugueses aprovaram ontem um mecanismo para atribuir compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais de menores no contexto da Igreja Católica em Portugal. O jornalista João Francisco Gomes explica como vai funcionar o modelo — os pedidos de compensação financeira deverão ser apresentados ao Grupo VITA ou às Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis entre junho e dezembro de 2024. |
Mas ontem foi dia de homenagem. Sven-Göran Eriksson, que treinou o Benfica duas vezes nos anos 1980 e 1990, foi aplaudido de pé e ladeado por ex-jogadores do clube. A homenagem, ao intervalo do jogo do Benfica com o Marselha para a Liga Europa, foi sentida e fez chorar o treinador sueco (e os adeptos). “Welcome home, mister”. Se no estádio se aplaudia ao intervalo um ex-treinador, no final do jogo o atual treinador recebia assobios. “Fico surpreendido, mas parece que faz parte do Benfica”, comentou Roger Schimdt que numa semana foi eliminado da Taça de Portugal e comprometeu o Campeonato. Resta a Liga Europa, para a qual venceu o Marselha (por 2-1) no jogo da primeira mão dos quartos de final. Para a semana é a decisão destes quartos de final (com o difícil jogo em Marselha no temido estádio Vélodrome). |
No futebol, hoje o Sporting prossegue a caminhada para o campeonato, defrontando o Gil Vicente às 20h15. Pode ouvir o relato na Rádio Observador. E assim entrar no fim de semana, de bom tempo. Temos sugestões (11) que incluem batidos de pastel de natal. E ainda pode jogar nos nossos Abrapalavra e Sudoku e ouvir a série completa dos nossos Podcast Plus do Observador Operação Papagaio. Nesta newsletter encontra todas as notícias de que precisa para começar o dia bem informado e continua a acompanhar a atualidade no site e na rádio Observador. |
Obrigada por nos acompanhar. Boa sexta-feira e um ótimo fim de semana |